quinta-feira, 3 de julho de 2008

Que madrugada!

Já estou em casa, a salvo. Gratificado, como um soldado. Era 1:08 da manhã quando disse "boa noite", solenemente, encerrando o Jornal da Noite, pela Guarujá. Foi um programa diferente, com cerca de 20 minutos apenas. Testemunhal, integralmente, não fosse a providencial matéria especial do Alisson Franscisco e um boletim meteorológico da Marilene de Lima, da Epragri-Ciram. Relatei os fatos (a greve está mantida, junto com um impasse, fabricado, com endereços, desfecho previsível, a gente já viu isso antes…, jogada ensaiada, pra inglês e eleitores verem…), chamei os boletins, encerrei agradecendo e respeitando o cansaço de todos. Saí do prédio, saudei o guerreiro Beto na portaria e sai pelo frio, na direção da Praça XV, em busca de um táxi. Bati a porta do Corsa Sedan (aquele com complexo de Vectra) e pedi ao motorista sonolento que me levasse. Ele reconheceu a minha voz. Estava me ouvindo a poucos minutos atrás. Louvou a nossa dedicação, até aquela hora. Nos identificamos, pois já passava da 1:20 da manhã. Fiquei comovido com a sua audiência e com o comentário: "poxa, seu Marcelo, ainda bem que lhe escutei esta noite. Minha senhora, amanhã (daqui a pouco) já sabe que não adianta ir para o ponto de ônibus pra levar meu filho para a creche." Fiz um silêncio. Ele entendeu que havia me feito uma homenagem. Pensei na vida e me enchi de felicidade. Fiz a minha parte. Tinha que dividir isso com todos, aqui. Agora, aqui em casa, tomo um uisquinho, feliz e resignado. Pensei na Ingrid Betancourt. Vou dormir com os anjos. Desculpem-me a emoção. Isso não é tão importante assim. Boa noite a todos!

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