quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Ano para ajoelhar e rezar

O ano de 2009 será marcado pela criatividade. O de 2008 foi marcado pela mediocridade, uma espécie de gota d’água do mundo, pelo menos em relação à economia e ao que chamamos de ética.
Puxados pelos Estados Unidos, o nascedouro dessas “novidades”, o mundo abusou da boa vontade alheia. Resumindo, cá entre nós, o serviço de SPC e Serasa lá da terra do Bush não funcionou nos últimos anos. Resultado: venderam e emprestaram dinheiro a quem não poderia pagar. Foi, então, o boom da gastança, dos exageros, gente com casa nova, carro novo, grifes, caras e bocas, tudo emprestado, pendurado em cartões e nos empréstimos consignados da vovó, ou seja, tudo na conta do “faz de conta”.
A festa acabou. Sobrou apenas a carcaça do peru. O ano de 2009 é de recomeço, é para poucos se darem bem. Vão sobreviver somente os de grandes idéias ou de boa capacidade de avaliar com humildade suas fraquezas e investir em conceitos de melhor qualidade. Quem tiver boa mira será vencedor nesta guerra de pouquíssimas balas.
Se há alguma coisa de boa nessa crise do capitalismo selvagem, que nem começou direito, com certeza, é a autocrítica que estes financistas do nada terão que fazer a cada minuto de suas vidas em 2009. Vão ajoelhar e rezar. Terão que aprender de novo, ou pela primeira vez, que dinheiro, honesto e duradouro, se ganha mesmo só trabalhando, produzindo produtos, coisas palpáveis, para ajudar na qualidade de vida das pessoas, cada uma com suas necessidades e possibilidades, sem mágicas.
O ano de 2009 será pedagógico para alguns poucos que um dia acharam que eram os donos do mundo. Chegaram até perto, mas como toda utopia não passou de uma sensação, de um desejo, de um devaneio. Neste Ano Novo cada um pagará suas contas, inevitavelmente, sejam elas financeiras ou morais. Quem viver verá.
Curtamos bem o Chandon. Ele pode nos sugerir muitas coisas, inclusive um bom 2009!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Estádios e arenas


O assunto foi pautado pelo meu pai, que tem os seus 76 anos. Ele foi um dos privilegiados que viu jogar sem vídeo tape o Pelé, o Garrincha, o Didi, o Dirceu Lopes, o Bráulio, o Volmir, só pra citar alguns, nos quais a bola, por brincadeira dos anjos, colava-lhes aos pés e saíam campo afora, zombando de seus pobres e mortais zagueiros, para alegria dele, meu pai, entre tantos naquelas arquibancadas contemporâneas do velho Estádio dos Eucaliptos, hoje abandonado, à espera de mais um espigão insólito em Porto Alegre.
Falo do futebol arte, daquele que ríamos de prazer, de volúpia, ao ver o drible desconcertante, o “chapeuzinho”, a “meia-lua”, o “balãozinho”, o passe de 40 metros, o gol feito de bola colocada no ângulo, com a mesma habilidade do artista que pincelou o sorriso da Gioconda.
Pois faço esta consideração porque estamos vendo um sem número de projetos pelo País de Arenas para a prática do futebol. Explicam os mais modernos que esta é uma concepção mais ampla, mais adequada aos mercados consumidores de hoje, propiciando uma diversidade de eventos, de promoções, para mais gente, com mais lucros aos seus investidores, o que parece, justificar tudo hoje em dia.
O problema dessa modernidade da Arena é que ela reforça e enaltece esse futebol truculento, o chamado “futebol-força”, consagrado por este Dunga, tão antipático, coitado.
Fui procurar no “Aurelião” o significado exato da palavra “Arena” e achei o que suspeitava: “Área central, coberta de areia, nos antigos circos romanos, onde combatiam os gladiadores e as feras; circo, anfiteatro.” Fiz nova pesquisa. Para comparar, busquei a palavra “Estádio”: “Campo de jogos esportivos.” É preciso dizer mais alguma coisa?
Não parecemos mais querer craques, artistas, jogadores com a bola no pé, transformando arte em gols. No lugar disso, estamos procurando por feras, por gladiadores, por “matadores”, como hoje chamamos comumente o antigo center-alf, o centroavante, que era o autor das nossas alegrias de domingo.
É quase trágico o futebol que vemos agora. Triste para dizer o mínimo. Os exemplos são fartos, até na hora do gol, que deveria ser, sempre, o orgasmo de todos. O Ronaldo Nasário, que foi um mágico e um nobre da bola, comemorou os seus mais lindos gols sem entusiasmo, sem o salto e o soco no ar que tanto vimos com o Pelé e sua turma, quando o gol ainda era o refrão de composições inesquecíveis. Ronaldo, nesta era de atletas-de-laboratório, fez seus gols correndo para lugar nenhum, com um tímido dedo polegar em riste, colado ao lado do peito, num ato quase depressivo, contido, como que evitando a ira dos adversários que lhe caçavam durante o jogo todo, por orientação de seus técnicos botocudos, os da Era Dunga.
Fico a pensar para onde vamos, sem estádios, sendo hoje a arte uma provocação, uma exceção, algo a se interromper, custe o que custar. Temos cada vez mais arenas, modernas, tecnológicas, múltiplas, de gladiadores, de feras, de torcidas sedentas por virilidade, por demonstrações de coragem, a troco até de violência, se for preciso. Acho que consigo entender o desalento do Badu, um raro craque de 70/80, hoje meu colega na Rádio Guarujá.
Não me canso de ver a alegria das fotos de 70. Elas foram registradas em estádios, não em arenas.

Candidatíssimo Protógenes


Quem assistiu ontem o sempre bom Roda Viva, na TV Cultura, o Roda Vida, sentiu a firmeza do delegado da Polícia Federal de São Paulo, o senhor Protógenes Queiroz.
Antes, uma constatação confirmada. Nossos coleguinhas mais famosos continuam achando que credibilidade se conquista abaixo de arrogância, antipatia, cara feia e má educação. Mas o que foi mais lamentável mesmo foi a baixa qualidade das perguntas.
Em tom de ameaça e até de galhofa, um dos jornalistas convidados, lhe pergunta sobre a sua pretensão em ser candidato a deputado nas próximas eleições, como se isso fosse algo indígno, fora de propósito ou uma temeridade para muitos envolvidos neste ruidoso caso. Protógenes lascou esta pra não deixar dúvidas da sua obsessão em fazer o que o Brasil quer ver. “sou candidato apenas a ser o carcereiro do senhor Daniel Dantas durante o cumprimento de sua pena”.
Uma pergunta para tanta animosidade que chamou a atenção no Programa de ontem com o delegado: algum problema pessoal com alguém daquela "roda"?

Os radares educam

Experimentei o trânsito de Porto Alegre nestes últimos dias e posso garantir que estamos no paraíso em Florianópolis, não só em termos de infra-estrutura geral e de equipamentos tecnológicos, como também na educação dos motoristas.
Posso dar um depoimento pontual sobre o uso dos radares em sinaleiras, como temos às centenas na nossa amada Floripa. Eles, definitivamente educam. Aqui, eles não têm radares nas sinaleiras. Os sinais daqui, gaúcho nenhum respeita. Há uma mania coletiva entre os motoristas desta capital. Eles param, é verdade, mas não conseguem dominar a ansiedade até o final do vermelho e arrancam antes, de sinal fechado! Ou seja, de nada adiantou ficar parado, se nos últimos segundos vão-se como se no verde estivessem. Todos fazem isso, aqui. Menos eu, que não sou daqui. E é fácil explicar por que. Sabemos, em Florianópolis, que um avanço no vermelho vai nos proporcionar uma bela multa no final do mês. Aqui, nada acontece, caso o incauto não seja surpreendido por um guarda da Brigada Militar. A propósito, aqui vai outro detalhe que me chamou a atenção: a presença tímida de viaturas e de policiais nas ruas em pontos estratégicos, ao contrário dos diversos carros que vemos circular, em boa quantidade, de empresas de segurança privada, armados até os dentes. Um serviço prestado a quem pode, transformando a segurança da capital gaúcha num artigo de luxo, para poucos cidadãos.
Cheguei a Porto Alegre na terça passada. Não vejo a hora de cruzar o Mampituba, chegar à Ilha e sentir o cheiro forte do peixe no Mercado e parar nas sinaleiras sem me sentir um otário.
Tô chegando.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Um Rei remixado demais


Sou daqueles que dizem não assistir os especiais do Roberto na Globo. Faço isso pela mesma razão também daqueles, por vergonha de assistir um programa tão provinciano, tão igual, tão popular e previsível, muito a ver com aquela máxima do Nelson Rodrigues, a qual fala da burrice da unanimidade. No entanto, como aqueles mesmos, chatos e pseudo-intelectuais, assisto o show do Roberto, todo o ano, nem que seja quase sem querer, passando pela sala, curando o hálito de chester e espumante da noite anterior.
Este ano, o pessoal que produz o velho RC exagerou. De Roberto tinha muito pouco. Mais enxertos do que as canções do Rei. Gente como o Neguinho da Beija Flor entrou de pára-quedas, goela abaixo do nosso Natal. Os recortes do show com o Caetano quase se transformam numa reprise.
De bom mesmo sobrou a participação do jornalista e craque produtor musical Nelson Motta, que ensaiou uma entrevista com Caetano e Roberto (foto), tentando apaziguar os velhos ânimos da Jovem Guarda e da Tropicália, correntes culturais tão oblíquas na época. Ver três mestres, cada um em seu “metier”, é sempre bom. De resto, a Globo conseguiu apenas mostrar que o velho Rei anda cansado, precisando sacudir a poeira e dar a volta por cima.

Natal saboroso


Imagino que o pessoal tenha passado bem o Natal. Claro, cada um dentro das suas possibilidades. Mas o que importa na realidade, como diz o amigo Rui Guimarães, é a “prosa boa”. Com ela tudo fica viável, prazeroso e de bom gosto.
Divido com vocês os belos momentos dos últimos dias em Porto Alegre, na casa de meus pais, regados à boa e gelada cerveja, caipirinha e muita água..., pros passarinhos. Ah, já ia me esquecendo de um detalhe: camarões que levei da Lagoa do Camacho, de Laguna, e uma janela da costela, assada de pé, como manda o figurino.
Ninguém é de ferro.

sábado, 27 de dezembro de 2008

“Estado de Prontidão” suspende paralisação dos Praças

Os Praças militares de Santa Catarina estão suspendendo por tempo indeterminado o seu movimento de paralisação até o dia 7 de janeiro. A decisão foi tomada frente à decretação do Comando da PM/SC, feita hoje pela manhã, de “Estado de Prontidão”, o que significa dizer que todos os militares da corporação estão convocados a estarem sob alerta máximo nos quartéis, armados e prontos para qualquer determinação.
A Aprasc está confiando em mais uma promessa do Governo do Estado, que assegurou nova negociação nos primeiros dias de 2009.
As informações me foram passadas há minutos pela assessoria do Deputado Sargento Amauri Soares, presidente da Aprasc. O anúncio oficial dos Praças será feito numa coletiva, às 15 horas, daqui a pouco, na Assembléia Legislativa.
Do alto de suas arrogância e truculência, os de sempre haverão de comemorar o feito, de abafarem mais uma manifestação justa, calada abaixo da força e sem o recomendável diálogo e o bom senso.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Vou atender o Papai Noel que está batendo na porta

Encerro aqui minhas atualizações no Blog antes do Natal. Entro no clima do bom velhinho e só amanhã volto para contar alguma coisa.
Quero mandar meu abraço e um beijo carinhoso no coração de todos que cruzam por aqui. Foi um ano denso, cheio e emoções, boas e ruins, mas acho que demos bons dribles nas energias negativas e saímos relativamente bem.
Um bom Natal em família para todos, cheio de amor, saúde e fraternidade.

Natal de intransigência em SC


Na tentativa de resolver o problema da paralisação da segurança pública em Santa Catarina, o comando integrado por praças e esposas apresentaram as condições para terminar o movimento em reunião realizada nesta manhã com o secretário de Segurança Pública, Ronaldo Benedet, e o comandante-geral da PM, coronel Eliésio Rodrigues. O governador, como de hábito, esteve ausente. O secretário ficou de conversar com LHS e apresentar a resposta em um outro encontro durante o período da tarde. A nova reunião não aconteceu e o secretário Benedet, por telefone, informou ao deputado Sargento Amauri Soares, presidente da Aprasc, que não iria aceitar as condições para a paralisação, que incluía, entre outras propostas, a efetivação do Plano de Carreira e apresentação de um cronograma de pagamento da Lei 254.
A deputado Amauri (foto) comenta que o “governo continua intransigente e acha que estamos blefando. E pensa que o movimento está derrotado, mas está muito enganado". Ele avisou que as paralisações vão continuar e o movimento vai seguir pela noite de Natal adiante do por tempo indeterminado.
Faço a ressalva que o secretário Benedet tem se esforçado para resolver o problema que ele mesmo anunciou, faz tempo, sobre a impossibilidade de cumprir esta Lei. De resto todo o governo, a começar pela solene figura do governador, continua apostando na estratégia da avestruz, fazendo de conta eu está tudo em ordem.
O Papai Noel deve estar entalado na chaminé na iluminada Casa d’Agronômica, por isso nada acontece. Uma pena.

Alô Agronômica, tem alguém na Casa?

Em Porto Alegre para passar o Natal, estou longe do calor da cobertura sobre o problema dos Praças que continuam, corajosamente, obstruindo os batalhões e outros osrganismos da PM/SC, na esperança de que o governo cumpra a Lei 254. Estou sendo informado por e-mail. Reproduzo-os aqui. Leio no Blog do Carlos Damião que o Governo do Estado irá fazer uma reunião com os Praças, mas já antecipa o que vai dizer: não tem proposta, afirma que não é hora de negociar reajustre salarial e só oferecem uma reunião no dia 5 próximo, depois das festas.
Essa avaliação chega com atraso. O Governo, pelo jeito, não houve ninguém, nada, nem rádio. Anteontem - está registrado aqui -o secretário da Segurança Ronaldo Benedet e o deputado Sargento Amauri Soares fizeram um debate de 15 minutos, trocando idéias e o que saiu foi o que será dito nesta reuniãozinha de ineficiência anunciada. Nada de novo, além do que já foi dito no Jornal da Noite/Rádio Guarujá, há dois dias atrás.
O governador LHS, é incrível, se comporta como se o assunto não fosse com ele. Até quando? Que tipo de demonstração o senhor governador está aguardando para tomar uma atitude?
Esperamos todos não estar incomodando o sagrado jogo de golfe de ninguém.

Informe da situação de paralisação dos praças

Recebo este informe do Comando da mobilização dos Praças em Santa Catarina
"A paralisação dos praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros está aumentando a cada momento que passa. Pelo menos 14 grandes unidades operacionais estão com os serviços paralisados. Algumas unidades, como as companhias de Garopaba e a da Polícia Ambiental, têm sido fechadas pelo Estado afora, mesmo sem o trabalho de interdição, em acordo entre os praças e os oficiais. Ainda ontem, mais unidades de outras cidades também vão parar. Os quartéis obstruídos são:
01 - Quartel do Comando Geral - QCG;
02 - Diretoria de Apoio Logístico e Financeiro - DALF;
03 - 4º Batalhão PM - Centro - Capital;
04 - 11ª Guarnição Especial - Norte da Ilha de SC;
05 - 7º Batalhão PM - São José;
06 - 16º Batalhão PM - Palhoça;
07 - Polícia Ambiental do Rio Vermelho - Florianópolis;
08 - 4ª Cia do 16º Batalhão PM - Santo Amaro da Imperatriz;
09 - 11º Batalhão PM - São Miguel do Oeste;
10 - 12º Batalhão PM - Balneário Camboriú;
11 - 2º Batalhão PM - Chapecó;
12 - 2ª Cia do 16º Batalhão PM - Garopaba;
13 - Bombeiro do Centro da Capital;
14 - Copom Grande Florianópolis;"
Será que temos um governo tão botocudo que não há sinais de conversa ou necociação? E a segurança da população edos turistas que começam a chegar aos milhares? Alguém está interessado nisso?
Omissões, omissões, omissões ...

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Vou ali e já volto

Encaro a BR 101 logo mais, para Porto Alegre. Já sei que vou enfrentar uma barra. Vou devagar, como quem quer chegar só n'outro dia, sem stresss. Continuo escrevendo de onde estiver. Pra sair tive que deixar gravadas umas 12 entrevistas. Jornalista é assim, fazer o quê? Recomendo-as, pela Guarujá. Levo a máquina digital. Vamos ver.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

DETERMINAÇÃO DA JUSTIÇA

“Justiça determina suspensão do movimento da Aprasc"
TÁ NO BLOG DO CESAR VALENTE, AQUI.

Sargento Amauri x Secretário Benedet, no ar!

Encerrei agora a entrevista com o deputado Sargento Amauri Soares (PDT), no Jornal da Noite/Rádio Guarujá, sobre o movimento dos Praças de SC, que estão aquartelados, paralisando boa parte da corporação na Capital e no Estado, reivindicando o cumprimento da Lei 254, que assegura reajustes salariais à Categoria. Durante a entrevista, colocamos no ar, simultaneamente, o secretário da Segurança, o deputado Ronaldo Benedet. O Secretário, de pronto reconheceu a força do movimento. “A demonstração de força foi dada hoje, agora precisamos sentar pra conversar”, disse Benedet. Garantiu, ainda, que está disposto a fazer uma reunião nos dias 6 ou 7 de janeiro, mas não quis se comprometer com propostas concretas. “Sem proposta não dá”, reagiu o deputado Soares, “aqui em Santa Catarina não vamos ter polícia de 1,99”, disparou.
O bate-bola dos dois durou cerca de 15 minutos. Nenhum avanço prático ou imediato, mas irão refletir, com certeza, o que disseram um para o outro. Resta saber como irão proceder.
A mobilização segue amanhã, garante o deputado-praça.

A falta que faz o doutor Ulisses


O governador LHS, definitivamente, não é o mesmo. Se Ulisses estivesse vivo, o velho já teria ligado para seu aprendiz, dando-lhe conselhos:
- Receba o pessoal, Luiz. – É melhor você conversar, Luiz, senão esse negócio vira um fato político e a oposição vai faturar... – Ô Luiz, faz como a gente fazia com a ditadura, mostra pra eles que conversar não arranca pedaço de ninguém. – Luiz, se você quiser, eu vou até aí e falamos juntos com eles...
Estes imaginários conselhos de Ulisses seriam próprios para que ocasião mesmo? Para o movimento dos Praças? Para o caso do livro “A descentralização no banco ...”? Para o piso nacional dos professores? Ou seria para ... Ufa!!
O doutor Ulisses iria se cansar.

Queriam ver se acontecia? Taí!


O deputado Sargento Amauri Soares (PDT) quase não falou hoje. Procurou se afastar do primeiro contato com a mídia, numa estratégia de provocar o aparecimento de outras lideranças no movimento e tirar o foco da sua figura.
A mobilização da Aprasc – Associação dos Praças de SC (policiais militares não oficiais) e suas esposas cumpriram uma promessa que o governador LHS e o secretário Benedet não acreditavam acontecer. Os principais batalhões da Grande Florianópolis e muitos do Estado estão paralisados, tomados pelos manifestantes. Há o que se chama de “aquartelamento”, os soldados não saem dos quartéis.
Este estado perigoso e de alto risco para a segurança da comunidade vai permanecer até que o Governo do Estado se digne a conversar seriamente com as lideranças dos Praças. Digo seriamente por que na última sexta, a reunião com o secretário da Segurança foi em vão, não deu em nada. Hoje, o secretário Gavazzoni fez outra, mas foi como a de sexta, nada de concreto, só conversa.
O que os Praças querem é bem simples, que o Governo cumpra a Lei 254, que foi aprovada pela base de apoio deste mesmo Governo. Não acredito que os deputados, naquela época da aprovação, tenham sido tão irresponsáveis que os devidos pagamentos não possam nem ser negociados.
O deputado Soares faz uma pausa da sua estratégia e vai conceder uma entrevista, logo mais, às 22 horas, para Jornal da Noite/Rádio Guarujá. Por telefone, ele já me adiantou alguma coisa: “Vamos varar a noite nos batalhões e seguir assim até que o governo resolva conversar sobre o nosso pleito”.

Blog de casa nova

Este mercado dos blogs vai ganhando cada vez mais força e se transformando em verdadeiras mídias, com tudo que têm direito. Resolvi migrar para este provedor, adequando minhas necessidades às condições técnicas que este oferece. Ele opera com o programa da moda, o WordPress. Por falha deste blogueiro ou por capricho do antigo provedor, não consegui migrar de uma só vez, automaticamente, como sei que é possível. Estou publicando gradualmente todos os posts do blog anterior. Em dias, estará tudo normalizado, exceto os comentários que ficam lá. Se não for pedir carinho e atenção demais aos leitores, se puderem, ficarei feliz se repetirem aqui os comentários feitos lá. Bem, se isso for demais, apenas aproveitem daqui pra frente. Como diz o Paulo Alceu, “a vida segue...”

domingo, 21 de dezembro de 2008

O governo omisso e os chupins

Vale lembrar – como já noticiei aqui também – que há hoje mais de mil policiais que têm seus contra-cheques zerados, por conta de comprometimentos financeiros. Já faz tempo que os praças precisam ir aos bancos para complementar receita para enfrentar suas despesas domésticas. Os empréstimos que fazem, são os chamados consignados, estimulados pelos governos. Há hoje, no mercado, uma verdadeira máfia atuando, fazendo refinanciamentos para servidores que já esgotaram a sua “margem” (capacidade de endividamento). Esses “chupins” compram a dívida, recuperam a tal “margem” e começa tudo de novo, numa bola de neve, com o aval e a omissão dos governos.
Um contingente significativo de policiais militares se encontra nesta situação, tendo que buscar ajuda dos amigos e colegas, como é o caso do deputado que, mensalmente, compra dezenas de cestas básicas e doa aos praças, numa romaria constrangedora no seu gabinete da Assembléia.

Amanhã tem confronto, como o governo deixou

Assessoria do deputado estadual Sargento Amauri Soares (PDT) me informou há pouco que o movimento amanhã, por volta das 9 horas, na Praça Tancredo Neves, no centro da cidade está confirmado. A Aprasc – Associação dos Praças de SC, junto com as esposas dos policiais militares (não oficiais) estarão concentrados e em vigília, aguardando uma abertura de diálogo com o Governo do Estado, que insiste na desobediência da Lei Constitucional 254 que assegura reajustes ao militares.
Na verdade, é bem provável que antes das 9 mesmo, companhias e batalhões da PM/SC já estejam tomadas pelos manifestantes. Eles prometem paralisar a Categoria por tempo necessário para que o governador LHS e o secretário Benedet darem-se conta de que todos os avisos dados eram pra valer.
Lei é pra ser cumprida. Se ela é ruim ou inaplicável que se mude e se enfrente o problema. Aliás, já contei aqui, que o próprio deputado Benedet, quando votou a favor desta lei porque a orientação do Executivo era esta, avisou: “Essa lei vai dar problema...” Deu.

Esmola com o chapéu alheio

O deputado Joares Ponticelli está buzina com a esperteza do Governo de LHS ao resolver distribuir R$ 415,00 mensalmente (um Salário Mínimo) para os atingidos pelas enchentes em SC. Basta que o cidadão comprove que é carente e foi atingido, com o aval da Defesa Civil. Seria um bonito gesto de LHS, não fosse o fato de que o fundo eu sustenta esta medida são as contas bancárias que receberam depósitos voluntários de todo o País, num gesto bonito de solidariedade. O Governo LHS não coloca um centavo nesta medida. No entanto, aponta o deputado oposicionista, o governador liberou rapidamente mais de R$ 7 milhões para o chamado “showbusinees” privado, como foi o caso de uma balada em Joinville e uma corrida de kart em Florianópolis.”Pra isso tem dinheiro”, aponta o parlamentar do PP.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Velho Andrino de guerra



Jornalista quando sai de férias trabalha em dobro. Quando me perguntam por que não podemos parar, respondo: por acaso alguém deixa de ler jornal, assistir televisão ou ouvir rádio em feriados como Natal e Ano Novo? Pois é, então temos que, no mínimo, fazer umas materinhas de gaveta – como dizemos – para poder bater umas taças com alguma tranqüilidade.
Entre tantas que já gravei, recomendo a entrevista com o deputado Edson Andrino (foto), que vai ao ar durante esta semana de Natal, no Jornal da Noite/Rádio Guarujá, às 22h. Ele, como sempre, muito franco, reconhece que está distante do Governo de seu partido. É visível que não irá absorver a estada de Dário Berger no PMDB. Acha que Leonel Pavan fica até o fim no Centro Administrativo, que LHS será candidato ao Senado e Eduardo Pinho vai para a cabeça de chapa. Em relação à sucessão nacional diz que seu partido, novamente, não terá candidato e vai ficar de noiva, na vice. Para o cargo de Lula, acha Dilma ou Aécio bons candidatos. Andrino encerra filosofando: “Fiz 61 anos e agora, mais do que nunca, vou seguir o que diz a minha cabeça.”

Vou até o fim

O presidente do Senado, Garibaldi Alves, é uma figuraça. Tem um estilo do falso “tanso” e diz coisas que parecem inocentes, mas têm mensagens certeiras. Perguntado se o seu partido tem um “plano B”, caso a sua candidatura (pela terceira vez) ao cargo e presidente do Senado tiver problemas, saiu-se com esta: “Minha filha, de plano B o PMDB só tem no nome, P – M – D – Bêêêê ...” Não foi preciso mais.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

João Antonio com mais gás

A deputada Federal Ângela Amim faz um raciocínio interessante sobre a derrota de seu marido nas últimas eleições, ao encontrar um lado bom. “Para o João Antonio (o filho, que elegeu-se vereador da Capital - o segundo mais votado) foi bom, porque a oposição vai exigir mais dele, vai ser uma desafio maior e ele vai crescer com isso. Fosse o Esperidião o prefeito ele não iria ter essa garra que, com certeza, será exigida agora. Ele vai ter de se aplicar e estudar para fazer uma boa oposição”, avalia a mãe do João e deputada do PP.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Um olho na estrada, outro no morro...

Está liberada a SC 401, ali no Cacupé, para quem vai ao Norte da Ilha. Mas quem passa por ali, fica olhando o tamanho do estrago, gigantesco. Já disse aqui que me deu medo ver os operários trabalharem naqueles primeiros dias, ainda com chuva. Cheguei a chamar o morro de “besta gigante e bêbada de água”, pronto para cair novamente.
Não quero bancar o personagem aquele do “olho-grande”, mas é visível que o perigo ali continua, é só “facilitar”. Tá falado.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Temporada complicada

O amigo Manoel Cordeiro, procurador do Estado, me honra com sua leitura no Blog e deixou um comentário interessante: “A culpa é “nossa” (leia-se poderes constituídos) e não deles. Aqui em Balneário Camboriú é deprimente o movimento (ou melhor, a falta de) dos turistas. Tá tudo às moscas. Acorda Santur!”.
O comentário se refere ao post “Putz, a pobreza de sempre!”. Se a badalada BC está assim, imagine o resto.

Roteiro derrubado em minutos

Foi um susto. Na redação da Guarujá, minutos antes de colocar no ar o Jornal da Noite, derrubei todo o roteiro e as entrevistas marcadas. O assunto passou a ser, de novo, as chuvas que caem em pancadas, fortes, assustadoras, sem calma. O Rui Guimarães, teve que fazer seu comentário com água pela canela em sua casa, em Palhoça. De São José, veio a informação mais preocupante da localidade de Picadas do Sul, de onde foram retiradas algumas famílias. A previsão é que as pancadas fiquem mais brandas, mas a apreensão continua. O Major Márcio Alves é um incansável soldado, que nos cuida, com eficiência e coragem. Ele diz que no Vale do Itajaí está tudo bem, a chuva não apareceu. Menos mal. Terminei o programa como comecei. Inquieto, pilhado, torcendo pelo melhor.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Festa entre amigos. Boa demais!

Foi um final de semana gostoso, feliz, entre família e amigos, como mandam as boas energias. Fizemos uma festa no sábado (só agora recuperei o fôlego) com os colegas da Rádio Guarujá e adjacências, já que até o Sergio Murilo e o Bruno da Band apareceram. Foi um prazer receber meus mais próximos amigos e parceiros. Nada mais justo do que comer um bom churrasco entre os amigos que, no dia-a-dia, são colegas de profissão, de trabalho. Encerramos o sábado em grande estilo, com muita “disco-dance”. Fomos dos anos 70 aos nossos de hoje, permitindo até um pouco de pagode, que não é o meu forte (muito pelo contrário), mas em nome dos amigos, rolou sem problema. A pista bombou legal, com performances, boas reboladas e até o Super-Homem apareceu, meio fora de forma, mas não falhou e veio com tudo. O fim da noite foi com direito a um papo tranqüilo na beira da piscina, uisquinho com Coca-Cola, cervejinha gelaaaaaada, com uma tremenda lua cheia. No finalzinho, uma garoazinha até caiu de leve, tão branda que a gente nem deu bola e encerramos rindo muito, de tudo, comendo uma melancia gelada, pra recobrar o gás. Na madrugada, cada um fez o melhor que pode, imagino. Quem roubou a cena foi o Rui Guimarães, uma figuraça, para poucos…. “prosa boa”. A Karol e as suas meninas mataram a pau. Isso eu também já sabia… Agradeço a todos que vieram, a cada um em especial. Sou-lhes grato pela imensa alegria que me deram. Amigos verdadeiros são os de todas as horas, inclusive para essas. Bom demais! Valeu galera! Outras virão, por que a vida é muito curta. PS.: Se a Karol me mandar as fotos que a turma dela fez na festa, juro que publico umas aqui, pro pessoal que se encolheu dar uma olhada.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Um dia depois do outro

O deputado federal do PT Décio Lima, dia desses, lançou um balão de ensaio estranho, propondo a federalização do Porto de Itajaí. No dia seguinte, quem procurou o deputado não o achou. Viajou para o exterior. Hoje, ele apareceu na cena. Onde? No auditório do Porto, lá onde o presidente Lula concedeu uma coletiva com boa parte de seu ministério, incluindo a Super Dilma. A federalização tinha um endereço político: tirar o Porto de Jandir Bellini, eleito prefeito, que venceu o petista Volnei Morastoni. Adivinha quem iria administrar o Porto federalizado? A jogada de Décio Lima não se sustentou um dia. A comunidade toda reagiu. Será que o presidente cobrou no deputado federal Décio Lima a bola fora que deu?

Crise armada

No mundo inteiro os banqueiros têm poder, mas por que só aqui eles mandam de forma tão expressiva? É impressionante o poder deste setor sobre os governos. “Se você reunir os banqueiros que atuam no Brasil, eles não vão lotar o salão do Clube 12, mas conseguem controlar toda a economia do País”. A frase é do professor de economia da UFSC, Nildo Ouriques, em entrevista ao Jornal da Noite/Guarujá. O professor afirma que a crise era prevista e foi armada. “Só não sabe disso aqueles mal informados que ficam escutando apenas essas vozes que mais perecem papagaios lá de fora”, arremata o economista da UFSC.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Centro Histórico "quetinha"

É engraçado, mas é uma pena também. O Centro Histórico de São José é a região da cidade “quetinha”. Que tinha banco, que tinha cartório, que tinha delegacia de polícia, que tinha campo de futebol… Ficou só o prédio da Câmara dos Vereadores e muito mal cuidada, por sinal. O Seu Aldo, presidente da Associação dos Moradores do Centro de São José, conta que o lado de trás do legislativo municipal, de frente para a praia, virou um lixão à céu aberto. Uma pena. Desde que a Prefeitura mudou-se para as margens da Via Expressa a coisa foi mudando e está como está. A Praça do Centro Histórico é lindinha, mas está abandonada. Alô próximo prefeito Djalma…!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Putz, a pobreza de sempre!

O Julio Castro, colega repórter da Guarujá, me conta que o pessoal da Defesa Civil de Santa Catarina está revoltado, indignado, com as propagandas que estão no ar pelo País, as quais chamam turistas para as praias do Nordeste Brasileiro. O slogan das tais campanhas publicitárias encerram assim: “Visite nossas praias, aqui você não precisa trazer guarda-chuva”. Está faltando criatividade. Está sobrando oportunismo, o mais canalha possível!

Declaração dos "humanozinhos"

Os homens de bem comemoram hoje o aniversário de 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos. Ela veio pelo cansaço do homem, de matar, de morrer e de sofrer com a sua boçalidade. Li muitos dos seus Artigos, agora pouco, durante o Jornal da Noite. E fiz isso quase como uma denúncia de como traímos em muitos gestos, pessoais e coletivos, a Declaração. Não posso deixar de declarar meu constrangimento e vergonha por muito do que somos, do que nos transformamos. Que humanos somos, que declaramos direitos só a nós mesmos?… Como somos pequenos e pobres “humanozinhos”.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O secretário avisou

A propósito, dia desses entrevistei o secretário Estadual de Segurança, o deputado Ronaldo Benedet, sobre este problema e ele confidenciou que votou a favor da Lei 254, quando estava no mandato, na Assembléia Legislativa. Votou pela aprovação por que é aliado do governador LHS e a orientação era votar a favor. No entanto, lembrou do que disse na época aos seus correligionários, no plenário: “Isso vai dar problema lá na frente…” Deu.

Mil soldados da PM precisam de cestas-básicas!

O deputado Sargento Amauri Soares me contou agora pouco no Jornal da Noite/Rádio Guarujá, que existem aproximadamente mil soldados da PM de Santa Catarina que estão recebendo salário zero todo final de mês. O problema são os empréstimos consignados – incentivados pelos governos estadual e federal. No encontro de contas no holerite, sobra nada! O deputado conta que, mensalmente, compra cestas-básicas e doa a estes colegas de corporação. Ele anunciou ontem a retomada da mobilização pelo cumprimento da Lei 254, que recompõe razoavelmente os salários dos Praças. Na quinta, o governador vai ter dificuldade de embarcar no seu helicóptero, nos fundos do Centro Administrativo. Estarão por lá as esposas dos nossos policiais militares protestando e exigindo que a Lei seja respeitada.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Quintana e as militâncias Rio Grande afora

Conversei ontem por quase uma hora com o Procurador do Estado, Paulo Roney Ávila Fagúndes. Foi um papo de velhos ativistas políticos e colocamos em dia algumas lembranças do Rio Grande do Sul. Enquanto ele era vereador pelo MDB, em Livramento, eu militava apaixonadamente no MR-8, em Porto Alegre. Lutávamos por um mesmo ideal, para derrubar a Ditadura Militar e retomar o caminho democrático do País. É engraçado, mas muitas vezes nos sentimos personagens de histórias que nossos filhos, hoje, quase não acreditam. Comentamos o fato de sermos contemporâneos do poeta Mário Quintana. Víamos o poetinha quase diariamente, ali na Praça da Alfândega, no Hotel Majestic ou na redação no Correio do Povo. Lembrei com alegria e emoção a ocasião em que o Quintana ajudou a vender o meu primeiro livro de poesias “Pátria Poeta”, na Feira do Livro de 1984. Vendo que eu não vendia nada, pelo absoluto anonimato que me era peculiar, o poeta resolveu se sentar ao meu lado. Atraiu dezenas de pessoas que fizeram fila para comprar meu livro. Quintana autografava minhas poesias como se fossem dele e depois me passava para assinar também. No início, ninguém entendeu aquilo, mas não demorou para o Quintana ir embora, sem antes me ajudar a vender uns 80 livros. Quando vi o poeta pelas costas, vi também aquela fila que não era mais minha esvaziar rapidamente.Bom aquele papo de ontem.

Sinceridade, utopia e a coragem de sempre

Entrevistei há pouco o senador Pedro Simon, na Rádio Guarujá/Jornal da Noite. É um grande, em tudo que se possa pensar de bom num político. Estava numa “reuniãozita”, me disse, mas atendeu com atenção o meu telefonema, como sempre. Quis saber do senador se estava empolgado com a candidatura à presidência do Senado, numa disputa interna com José Sarney. Disse ele que não é bem vindo na cúpula no seu partido. “Eu não sou simpático e eles, eu sei, mas, a recíproca também é verdadeira”, afirmou o velho senador das boas guerras, com sua habitual sinceridade. Defendeu, ainda, que o PMDB promova primárias para a escolha de um candidato à Presidência da República. Uma idéia ousada demais, talvez, mas vem do Simon, então, a gente perdoa essa dose de utopia e coragem. Ainda arrisquei saber o que acha da votação do projeto do conterrâneo Paulo Paim, que pretende devolver direitos aos aposentados e pensionistas. Até vigília pelas madrugadas os senadores estão fazendo para sensibilizar os deputados federais. “Olha, acho que o governo está interessado em uma solução, que não é exatamente o que o Paim escreveu, mas pode surgir um acordo nos próximos dias”, considerou o senador Simon. Sempre bom ouvi-lo.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Tristeza súbita

Estou com o rádio ligado na Guarujá. Não tive coragem para ir ao Scarpelli. No momento em que começo a escrever alguma coisa para o Blog sou surpreendido com o gol do Inter. Neste momento, o Figueira está na Série B. Me invade uma tristeza imensa, que há muito não sentia. Me ocorre a lembrança da derrota da eleição de Pedro Simon, em 82, pra governador. Lembro ainda o placar de 298 a 65, na votação da Emenda Dante de Oliveira - das “Diretas já!”, quando a Nação foi derrotada por 22 votos. Ainda recordo igual tristeza e desalento com a morte do Tancredo, em 85. Pode ser um exagero mais o sentimento de agora parece o mesmo. Me desculpem, não vou escrever mais nada. Volto depois do jogo, quem sabe.

sábado, 6 de dezembro de 2008

O fenômeno da fama

Leio no Blog do Carlos Damião que a solenidade em que o Ronaldo “Fenômeno” fez as sua doações às comunidades atingidas em Santa Catarina, foi um verdadeiro circo, no que se refere ao papel interpretado pelas autoridades. O assanhamento é uma das coisas mais constrangedoras nessas ocasiões. Só imagino o que foi… A propósito, um colega correspondente de um grande jornal de São Paulo, ofereceu matéria sobre o Ronaldinho aqui no Estado e a reação foi insólita: “não, … fica pra outra vez, valeu…” Já foi diferente…

Deslizamentos por onde passa o Gasoduto

Entrevistei o deputado federal Paulo Bornhausen agora pouco no Jornal da Noite/Rádio Guarujá. Ele é o presidente do Fórum Parlamentar Catarinense e esteve à frente de várias reuniões durante o dia. Outros parlamentares do Congresso estiveram presentes, entre eles o senador Delcídio Amaral – relator do Orçamento de 2009 da União, e o deputado Mendes Ribeiro Filho – presidente da Comissão de Orçamento em Brasília. Presenças importantes. Sobrevoaram a região e se assombraram com as imagens, como já era de se esperar. A visita serviu para confirmar uma boa notícia: Santa Catarina não terá cortes nas emendas feitas no Orçamento. Serão encaminhadas na íntegra, com inclusões até. Mas o que me chamou a atenção foi a posição do deputado Bornhausen em relação ao problema denunciado na ocasião por uma agricultora de Ilhota. Segundo ela, os deslizamentos ocorreram exatamente nos locais por onde passa a canalização do gasoduto Brasil-Bolívia. O parlamentar constatou via aérea que as região mais atingidas são exatamente aquelas por onde passa o gasoduto. Bornhausen se resguardou em acusações maiores, mas anunciou que irá pedir investigação técnica da Petrobrás e, caso se confirme qualquer responsabilidade das empresas envolvidas com as catástrofes registradas, irá pedir até indenização ao Estado e às comunidades. O deputado democrata parece ter recalibrado seus alvos e falou com o recato que o momento exige, disparando críticas com cuidado e precaução. Solidário, mas fiscalizador. Boa postura.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Sol, papo-cabeça e o jornalismo

Cortava grama agora pela manhã muito grato, só do jeito que uma enchente nos ensina como é boa a normalidade do tempinho. O sol veio como um filho pródigo, menos rebelde e amadurecido. É melhor não falar muito dele. Já notaram que quando estamos numa lida assim, como esta de jardim, só pensamos em coisas boas, leves?… Deve ser o contato com a mãe-terrinha sobre a qual falam de forma tão emocionada e solene os índios.Enquanto ceifava os capins notei que dois passarinhos me acompanhavam, deliciando-se com as sementes desprendidas dos inços. Não resisti à proximidade deles e puxei um papo-cabeça. Minutos mais tarde me perguntei se não parecia um imbecil, doido, dando trela a dois passarinhos, absolutamente mudos e esganados. Me respondi sem dó: olha, meu velho, bem mais grave é imaginares estar salvando o mundo através do jornalismo, todos os dias. Bem feito pra mim! Putz, fiquei emburrado comigo mesmo e terminei logo o serviço. Os passarinhos nem deram bola…

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O meio ambiente agradece

Recebi há poucos instantes e-mail do deputado Sargento Amauri Soares, líder do PDT na Assembléia Legislativa. Ele informa que “na reunião do colégio de líderes da Casa, ficou decidido que a projeto de lei que institui o Código Estadual do Meio Ambiente não vai ser mais votado esse ano. O acordo definiu ainda o cronograma de tramitação do Projeto de Lei nº 0238.0/2008, que vai ser votado no dia 31 de março de 2009, e as emendas parlamentares poderão ser feitas até 27 de fevereiro.” Ainda ontem comentávamos na redação da Rádio Guarujá que isso iria acontecer. O Legislativo foi sensível e é estimulante confirmar isso. Considero a decisão uma vitória da sociedade organizada e uma lição àqueles que acreditam que o “trator” do Executivo pode tudo. Não pode.

Olha a pipoquinhaaaaa!

Um exemplo típico de como é importante recuperar as estruturas turísticas e garantir que os turistas venham para seus destinos normais de lazer em Santa Catarina. Dia desses vi o desespero de uma família de Blumenau (acho que era Blumenau, ou era Balneário Camboriú…) que perdeu toda casa, com tudo dentro. O chefe da família é um trabalhador, que ganha a sua vida como pipoqueiro. Me digam para quem e onde ele irá vender sua pipoca, sem turistas, sem eventos, sem locais de lazer e de grande movimentação turística? É evidente que, agora, o Estado tem que prestar ajuda a esta família, com alimento, remédio, água, roupas e abrigo. Num segundo momento, providenciar um terreno seguro, uma casa e os utensílios que perdeu. Isso é óbvio! Mas, além disso, é preciso pensar no todo, no dia seguinte da economia, no emprego e na renda das pessoas, principalmente dos menos favorecidos, como aquele pipoqueiro. O pessoal da “fumaça do ódio”, de vez em quando exagera. Mas é assim mesmo.

As chuvas na salada

É de impressionar a quantidade de orti-fruti-granjeiros que não produzimos aqui. Me disse ontem o presidente da CEASA/SC, Ari Martendal, que mais de 80% dos produtos agrícolas que a instituição distribui são de outros estados. Alguns vêm até do Pará. Abacaxi, manga, mamão, uva, melancia, melão, pêssego, morango, laranja, batata, cebola, tomate, beterraba, cenoura…, nada é daqui! Martendal explica o fato, decorrente do tipo de agricultura que temos, familiar, de pequenas propriedades rurais, o que dificulta as plantações em larga escala, com uso de tecnologias sofisticadas, irrigações artificiais, estufas e cultivares em “clusters”. Assim, ficamos num modelo bem mais artesanal, de produção sazonal, quase de subsistência. A entrevista com o ex-prefeito de Antonio Carlos, no Jornal da Noite/Guarujá tinha o endereço nas enchentes e os estragos no cinturão verde na Grande Florianópolis. Martendal conta que desde o início de novembro ninguém planta nada em virtude das chuvas. E avisa o pior: em uma semana, os preços desses produtos terão reajustes de preços de no mínimo 50%. Mesmo os básicos (alface, chicória, salsa, cebolinha – os chamados verdes, estes daqui) terão que vir dos estados vizinhos e com qualidade menor.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Goela abaixo da natureza e da nossa segurança

“Não vai ser uma enchente que impedirá que o Código Ambiental do Estado seja votado na Assembléia”. A declaração é do deputado Moacir Sopelsa, ex-secretário da Agricultura de LHS, ontem no Jornal da Noite/Guarujá.

Pelo jeito, a bagunça vai continuar

O vereador Jaime Tonello (DEM) me disse ontem, na Rádio Guarujá, que o Orçamento de Florianópolis de 2009 - que foi aprovado ontem à noite na Câmara, não assegura especificamente investimentos na infra-estrutura básica para a cidade. Perguntei se foram aprovados recursos para, por exemplo, a instalação do esgoto e escoamento pluvial no Campeche, que sofreu fortemente com a última enxurrada. “Não, Marcelo, infelizmente, o orçamento prevê somente recursos para a Operação Tapete Preto e isso pode ou não incluir estas obras de canalização”, me disse o vereador que foi o relator do projeto do Orçamento. Me lembro que o repórter Hívan Tonsic captou essa declaração de uma moradora desesperada, lá no Sul da Ilha: “Eu nunca tinha visto isso aqui, essa água toda começou a se acumular depois que colocaram este asfalto aqui, sem a tubulação para a água escoar…” O vereador Tonello reconhece que o asfalto impermeabiliza o terreno e a falta do sistema de esgoto provoca a inundação de ruas e casas. Pois é. E o novo Orçamento/2009 dará continuidade a esta bagunça.

Um pavão incólume no meio da enchente


“O governador Luiz Henrique da Silveira instituiu este ano o Premio Beto Carrero de Excelência em Turismo. A escolha é feita pelo Conselho Estadual de Turismo, cujos membros são nomeados pelo governador Luiz Henrique. O resultado oficial foi anunciado esta tarde. Escolhido na categoria Personalidade? O governador Luiz Henrique.” A notícia foi divulgada oficialmente. Li esta pérola nos blogs do Damião, do Canga, do Mosquito, do Moacir e do César. Como diz aquele programa do Discovery Channel, "É tudo verdade!".Não é ridículo e constrangedor?!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Enfadonho e rançoso nó do cadarço

Ouvi agora na Guarujá, o governador LHS e o prefeito Dário darem entrevistas, ressaltando as boas condições das praias de Florianópolis para receber os turistas. A entrevista foi concedida para a Rede Eldorado e, portanto, para todo o País. É bem provável que o pessoal da “fumaça” se arvore a criticar a insensibilidade dos dois. Não tenho nenhuma razão para defender “A” ou “B”, muito pelo contrário, quem me conhece até sabe por que. É inegável que precisamos dos turistas, principalmente agora. É incrível, mas até já li, dias desses, alguém dizendo que “não precisamos de turistas…”, uma manifestação, no mínimo, descolada da nossa realidade e ancorada em outros problemas mais profundos e psicopatológicos, que acham que a Ilha é só dos ilhéus, de quem é daqui, dos manés, como se aqui fosse a lua, um outro planeta. Já falei deste tema, “O tempo e outras coisas”, de 08.10.08. Volta e meia esse sentimento suburbano, atrasado, preso em raízes retrógradas (muitos deles, por exemplo, que conseguem defender a “Farra do Boi” como cultura…) aflora, travestidos em defesa da população, das comunidades, como é o caso nesta catástrofe. No fundo, este sentimento tem a mesma origem. Padece de altruísmo, de uma elevação humanística, de uma superação antropológica que, invariavelmente, se alcança com o tempo. Muitas grandes cidades já passaram por este processo e hoje convivem com harmonia com as diversidades e com o plural. Normal que assim seja. Só é muito chato fazer parte deste processo. É como aprender a dar nó no cadarço do sapato. Leva um tempinho, é indispensável, dá trabalho, precisa de habilidade e determinação, mas depois que se aprende parece uma bobagem e a gente até ri dos primeiro nós.

As fumaças do ódio

Tenho uma opinião diferente de certos blogueiros que se insurgem revoltados contra a posição do governo de LHS, ao mostrar preocupação com o turismo e a presença dos turistas neste verão, adiantando aos mesmos que o Estado estará preparado para recebe-los em algumas semanas, apesar de toda a tragédia que ainda vivemos. Entendo, em muito, que a indignação de certos colegas reside num ranço, muitas vezes até num ódio virulento que resvala no preconceito, na antipatia antecipada que existe, sabe-se lá por que. Por isso, cada vez mais, leio com cuidado alguns disparos, que sofrem de um mal e quase não conseguem discernir o que é real e o que é sombra. Muito deste “mal” há muito tempo (1920) foi abordado por Lênin, em “Esquerdismo, a doença infantil do comunismo”. O li faz muito tempo e lembro dele agora. Acho que este governador que temos é uma espécie de outro. Digo isso porque sei bem quem foi LHS no passado, participei de muitas de suas caminhadas, como tantos neste País e hoje vejo-o como um estranho, uma cópia mal feita dele mesmo. Com isso, digo que concordo com muito o que leio de nefasto sobre LHS. Ele mudou demais. No entanto, isso não me torna cego e não me causa nenhum problema encontrar acertos e reverenciá-los, até para permitir a crítica com credibilidade e exercer a isenção possível e desejável. Assim, a preocupação que LHS e seu governo mostram com o turismo, para mim, é absolutamente razoável e vem ao encontro dos interesses do Estado e de toda a sociedade, já que todos nós, principalmente a Classe Trabalhadora Catarinense, vive basicamente do turismo em todo o litoral. Portanto, falar, preocupar-se e tomar medidas de proteção ao turismo é administrar em favor da economia do Estado, do emprego e da renda de todos que sobrevivem deste mercado. Haveria um pecado inexplicável caso o governo estivesse apenas voltado a esta tarefa, deixado de lado a ajuda e a reconstrução do Estado como um todo. Acho, até aqui, que isto não está acontecendo e entendo que a própria sociedade, suas entidades orgnizadas e a imprensa não deixarão que isso ocorra impunemente. Fora isso, me desculpem alguns colegas blogueiros, mas acho que é fumaça e oportunismo, muito o que se está dizendo por aí.

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