domingo, 26 de setembro de 2010

Que saudade do Maluf e do Brizola...

Semanas atrás postei aqui um vídeo da Band, onde Maluf e Brizola protagonizam uma maravilhosa discussão. Foi em 1989.
Repito o vídeo pra chamar a atenção de todos os colegas de televisão que organizam esses debates de hoje, tão carentes – todos – de autenticidade. Reparem que as câmeras estão espalhadas em todo o estúdio, em todos os ângulos, inclusive, por trás dos candidatos. O cenário é tudo, nada escapa. Há uma platéia. Nervosa, competitiva, barulhenta até, receptiva e parcial, como é a vida, diga-se de passagem.
Fiquei vendo mais uma vez este embate tragicômico de Maluf e Brizola e o comparei com o último que assisti/participei na Ric Record no último dia 20.
Muita coisa ficou de fora do que foi para o ar. Talvez as melhores cenas. Elas diziam muito, muito mais do que tudo que foi “liberado”.
O público não viu, por exemplo, os gestos desabonadores e o semblante tenso de Raimundo Colombo quando provocado no caso do Vectra preto de Dário e o tal do “puxadinho” no Hospital de Lages. Tão risonho, Colombo abriu os braços, uma fera, quando lhe negaram direito de resposta. Nada foi pro ar. Nem o cansaço de Ideli foi percebido, arás da bancadinha. Ela descalçou um dos sapatos e descansou um pé inchado escorado no outro, exausto. Cutuquei o Iuri, mas não havia nenhuma câmera para este detalhe. Ia esquecendo da pouca educação do “marcketeiro” de um deles, alojado numa ala atrás do cenário. Lá pelas tantas o rapaz mimado de feitos publicitários e “endeusado” por esta “nova” política – que acha que candidato é produto e eleitor é consumidor – rompe por trás das câmeras e gesticula de dedo em riste na direção do mediador do debate, exigindo um direito de resposta, como se o seu candidato não soubesse falar ou reivindicar (quem garante...).
Por falar no mediador, assanhado e elegante, regulamentar e quase tranqüilo, ele passou boa parte do tempo reclamando – fora do ar, é claro, de um ou outro microfone e do “sono” da assistente de estúdio que falhava – vez por outra, ao não levantar a placa dos segundos finais dos candidatos. Não precisava tanto e isso também ninguém viu em casa.
Percebam o vídeo do Maluf e do Brizola e vejam a liberdade dada ao que as imagens dizem, muitas vezes, mais do que mil palavras.
Querem saber? Ando por aqui com esse mentisoso bom comportamento de todos nos debates, cheio de regras, segundos, plaquinhas, pontos eletrônicos e maquiagens à solta. Que coisa mais chata! Eu mesmo fui um saco! Me desculpem.

Pra começar uma semana como esta

“Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por idéias”.
Mário Vargas Llosa

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Pelo Tubo do Tempo

Viaja-se ao passado nesses dias no saguão térreo do Shopping Florianópolis. A Ric Record está fazendo uma exposição sobre os seus 60 anos de história. A atração principal são os aparelhos televisores que remontam desde os anos 50, quando a tv chegou por aqui. Praticamente, estão ali todos os modelos, ano a ano, de diversas marcas, algumas já extintas, como a Colorado RQ Portátil. Sutileza do "RQ" (só quem viveu o ano sabe e lembra), dos anos 70, queria dizer "Reserva de Qualidade", ora pois!
Resolvi registrar algumas que marcaram um pouco da minha vida. Lá vai:
A bonitona de cima, feita em madeira, com pés moderníssimos, é do ano de 1961. Então..., aninho que este blogueiro veio ao mundo. Mas não cheguei te-la em casa. Na época o eletrodomésticos era muito caro, o correspondente a uma LCD 52 polegadas. Talvez mais até.
A próxima é histórica, mas há um erro do pessoal da Record, me desculpem. De 29 polegadas, ela não é de 1972, como está na plaquinha. Ela é de 1970 e explico por que. Vi a Copa de Pelé, Gerson, Tostão, Rivelino... Tá bom, lá vai o time completo, que sei decor: Pela ordem numérica das camisetas. Feliz, Britto, Piazza, Carlos Alberto, Clodoaldo, Everaldo, Jairzinho, Gerson, Tostão, Pelé e Rivelino. Vi estes artistas serem tri-campeões em cores. Foi inesquecível. Somente a Gabriela de Sônia Braga chegou perto das emoções daquela geração que já via tua colorido mesmo. Só faltava a tv.
Logo abaixo vem a minha primeira tv de quarto, 1974. Isso era um verdadeiro luxo. Meu pai ganhou numa rifa, dessas que faziam nas festinhas de fim de ano nas empresas. Era preto e branco e muito corajosa. Uma noite que faltou luz, coloquei sobre sua matéria-plástica (era assim que chamavam) uma vela, que se acabou na madrugada. O fogo derreteu a pobre, furou-a de cabo a rabo, digna de uma bienal. Permaneceu rota por muitos anos, mas funcionava perfeitamente. Era uma heroína. Apelidei-a de Anne Frank. Estudei no Grupo Escolar Anne Frank, em Porto Alegre e lemos muito sobre a pobre. Fiz esta justa homenagem, às duas.
Bem, a penúltima já tem ligações com Santa Catarina. Ela é de 1985, ano que cheguei na Ilha, naquele caminhão de gaúchos vindos pra criar o Diário Catarinense. Depois de um ano trabalhando até de madrugada, junto com uns doidos da IBM que nos ensinaram a usar computador na redação de um jornal, consegui comprar esta Phillips, 17 polegadas, ou seria 21?Ainda tenho o vidro retrátil dela, fumê, anti-reflexo. Está exatamente embaixo deste meu notebook, ainda elegante. Minha filha maior, hoje com 28 anos, assistiu muito a Xuxa descer daquela espaçonave rosa e esfumaçada pelas manhãs. A minha menor, anos mais tarde, herdaria a tevezinha em bom estado. Mais tarde, coitada, o estresse a levou a um distúrbio nervoso. Uma vez ligada, ela perdia a força no som e ia ao silêncio absoluto. Entenda-se, talvez, que aquilo era uma metáfora...
Puxa vida, nem pensei em falar tanto. Era só uma legenda para essas fotos irresistíveis. Viajei mesmo...


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Os recursos contra a cidadania

Estive em São Paulo semana passada. Já sabia do fato, mas registrei com foto pra, talvez, dar mais coragem ao pessoal da Prefeitura em brigar pelos interesses da comunidade, deixando de ser tão compadre dos empresários que exploram a concessão do transporte coletivo na região.
Notaram alguma diferença? Pois é. Os ônibus da capital paulista, como na maioria das cidades civilizadas do mundo, dispõem de uma descarga de combustível elegantemente desviada para o alto. Um sinal sutil de respeito ao nariz e pulmões do cidadão. Aqui, já me contaram, existe uma legislação que também exige o mesmo cuidado, mas as empresas tem um mandado judicial garantindo-lhes o não cumprimento de uma norma correta e óbvia.
Aliás, ontem num dos shoppings da cidade, um dos mais chiques por sinal, ouvi uma conversa entre usuário dos estacionamentos e os funcionários de caixa dos mesmos. Uma mulher reclamava que tinha de pagar seis reais depois de ter consumido mais de cem. - Não tem uma lei proibindo esta cobrança? O funcionário explicou rápido: - Existe, mas o shopping tem uma liminar pra cobrar!
Liminares... Quantas ainda...

Os papagaios da Dilma e do Serra

Fui avisado pelo atento ouvinte e leitor Antonio Pires sobre o debate dos presidenciáveis na Rede TV. Assisti meio de ouvido só.
A pérola ficou pro final, depois do debate, na verdade. São as entrevistas após, ainda nos estúdios, como a Band inventou. Tanto a Dilma, como o Serra, tinham papagaios de pirata, patéticos como sempre. No caso da Dilma foi o Mercadante. Com o Serra não sei quem era, mas uma senhora muito parecida com ele fazia o papel do papagaio. São posições essas quase de bobões, querendo pegar uma carona desconfortável. O Luiz Henrique protagonizou essa aqui no Estado, dia desses, com o Serra. Não sei porque, um tic nervoso do ex-governador catarinense, fazia parecer que ele executava uma tradução simultânea do que o Serra dizia. Uma cena estranha. Mais engraçado foi no debate a pouco. Me lembrei do apresentador Marcos Mignon. Os papaguaios da Dilma e do Serra pareciam aquele sósia do Mignon. Ficavam imitando suas reações e seus semblantes no segundo plano. E mudos, é claro.
Esse pessoal não tem mesmo cifragol...
Ah, achei que o Plínio roubou a cena. É uma figura exótica, criativa, apropriadamente debochado. Me agrada sua presença entre tanta pose ensaiada.

domingo, 12 de setembro de 2010

Na Ronda do Blogs

Ando devendo aqui as gravações do quadro "Ronda dos Blogs". Publiquei apenas os dois primeiros dias. Falta de tempo outra vez. Mas estou correndo atrás e boto em dia esta semana. O pessoal está gostando. Continuo aberto a sugestões de mais blogueiros para os papos na Guarujá.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Propaganda eleitoral

Eu sei que todo mundo já sabe disso. Não é nenhuma novidade dizer isso. Notícias inéditas, inusitadas e imprevisíveis são o que movem os leitores de blogs. Me desculpem o lugar comum, portanto, mas preciso dizer isso aqui, pra desabafar:
- Guardadas as honrosas exceções - honradíííííssimas, como são ruins esses candidatos... Meu Deus do céu! Em alguns momentos aquilo parece um circo do horrores. Por falar em circo, adivinhem quem são os palhaços?...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Começou a “Ronda dos Blogs”

Coloquei no ar hoje no “Conexão” da Guarujá um quadro interessante. Acho que vai render bons frutos, “bombar”, diriam os mais moderninhos. Não sei ainda porque, mas acho essa expressão bem vulgarzinha... O quadro chama-se “Ronda dos Blogs”.
Consiste em colocar no ar o autor de blogs interessantes da nossa região e estimula-los a me adiantar boas novas ou, pelos menos, comentar alguma que recentemente postou.
Os “blogueiros” são a sensação do momento, vamos falar a verdade. Entre nós, um em cada dois jornalistas inveja a liberdade, a criatividade e a boa informação que alguns bons andam publicando por aí. Além do que são instantâneos, sem rodeios e furam a gente a todo minuto. Me furo muito, confesso!...
Ando listando os que mais leio, mais acompanho e os que mais sinto que são interessantes para as pessoas. Ando ligando para seus redatores e os coloco no ar, sempre por volta das 4 e 15 da tarde, na Guarujá/1.420 kHz ou www.radioguarujá.com.br
São 5 ou 10 minutos de papo descontraído e cheio de informações quase sempre inéditas, um verdadeiro coquetel de boas pautas, sem falsa modéstia. Acho que vai ser bom mesmo. Espero que a idéia cresça e vamos sair – pelo menos por uns minutos – desta mesmice de jornalismo que estamos submetidos (por culpa de quem? Isso é conversa para outros posts, adiante...)
Se os leitores aqui quiserem participar com sugestões de Blogs para o quadro, fiquem à vontade. Mandem e-mail’s, por favor.
Vou publicar aqui o papo com o blogueiro do dia. Comecei hoje com o jornalista e historiador Celso Martins (sambaquinarede2.blogspot.com). Curtam.
NA RONDA DOS BLOGS - com Celso Martins

Amanhã tem mais.

CONTATO COM O BLOGUEIRO