domingo, 19 de julho de 2009

Ah, os índios, esses nossos pais...

Ontem assisti na SESC TV (aliás, recomendo a todos o canal aberto – coisas que a gente só se dá conta em férias...) um historiador tratando das movimentações dos Incas e dos Guaranis aqui na América do Sul, quando ela nem pensava em ser latina.
Conta o pesquisador (desculpem, não lembro o nome) que há caminhos, feitos em pedra – até hoje bem preservados, cortando o mapa na transversal do mais tarde chamado de Tratado de Tordesilhas entre portugueses e espanhóis. Há uma clara intenção dos Incas em criar uma ligação entre os mares do Pacífico e do Atlântico. Quando esta trilha chega ao que seria mais ou menos hoje o Brasil, houve um conflito, afirma o historiador, entre Incas e Guaranis e a estrada termina sem continuidade.
Como hoje, o propósito Inca era estabelecer posse, unindo mares e ganhando poder. Eram comuns e antigos – mais do que a velha História que aprendemos no colégio, outros caminhos indígenas, usados também por exploradores estrangeiros, que cortavam a América em outras direções e localidades para, por exemplo, o que se chama hoje de Assunção, Florianópolis e São Vicente.
Descoberta a América (1492) e o Brasil (1500), tudo isso ganhou um novo contorno histórico e outras versões, menos brilhantes, com certeza.
Com tudo, me estranha a soberba e esse olhar de superioridade que lançamos aos índios, como esses na Praça XV.
Não respeitamos nada mesmo...
Em tempo: agora me lembro bem. Não foi na SESC TV e sim na TV Senado.

sábado, 18 de julho de 2009

Saudadezinha

Dia desses me peguei na janela da redação da Guarujá fazendo esta foto de fim de tarde. Me lembrei do Damião, do horário que eu chegava pra produzir o Jornal da Noite, entre matérias dos colegas, entrevistas marcadas e a boa música dos intervalos.
Fiquei com saudades daquele tempinho.
Em tempo: estou curtindo umas feriazinhas de duas, talvez três semanas, ainda não sei. Agora é que começo a me dedicar de volta ao Blog. De leve. Me desculpem a ausência.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

O velho Príncipe Submarino de volta

Quem tem mais de 40 lembra do Príncipe Submarino. Pois é, ele envelheceu, como nós, mas está por aí, meio aposentado. O pessoal revelou na Rede um momento do super-herói, no pátio da garagem de casa.
PS.: Ando trabalhando demais. Tô estressado. Peço perdão aos leitores pelas ausências aqui. Nos próximos dias, tudo indica que vou conseguir entrar de férias por uns dias, então, acho que consigo organizar melhor, a agenda e as idéias.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Jean Charles e vergonha

Assisti ontem o filme "Jean Charles", com o sempre bom Selton Mello. É um filme sensível, emocionante, que revolta a todos os fatos reais que envolveram um assassinato por engano e sem Justiça até hoje.
Mas o filme provoca em nós muita vergonha, constrangimento. Vemos ali, de forma crua e ridícula, do que somos capazes no exterior para ganhar um pouco mais de dinheiro, sem nenhuma referência ou comprometimento cultural com as questões continentais sulamericanas.
Somos torpes, mal educados, hilários, quase selvagens. Nos sobre de bom só a ingenuidade e a criatividade.
A projeção do filme, na sessão das 19:35 no Shopping Florianópolis, um dos mais modernos da cidade, parou por cinco vezes, disparando um sinal, luminoso e ruidoso, de emergência. Na primeira parada todos correram para a saída. Nos demais, já estávamos acostumados e virou chacota em minutos. A falha não deixou de ser uma apropriada ironia.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Reviravolta. A greve dos ônibus continua!

Acabei de falar com o vice-prefeito João Batista Nunes pelo telefone. Uma reviravolta. O prefeito Dário resolveu recolher a bola e não quer mais jogo. Não aceitou a proposta dos empresários, que aceitaram pagar os reajustes retroativos a maio – como querem os trabalhadores, mas exigem um aumento de R$ 0,15 nas passagens. Dário vai só até R$ 0,10. A última proposta dos empresários trouxe de carona mais itens, que exigem mais subsídios da Prefeitura que Dário não está disposto a bancar. A proposta acabou nem chegando para avaliação dos trabalhadores. A greve continua.
Não me surpreenderia se o prefeito resolvesse bancar o valente, aproveitando o momento emocional de sua vitória no TRE, e use do recurso legal que lhe permite decretar uma intervenção nas empresas concessionárias do transporte coletivo. O presidente do Setuf ironizou a possibilidade, em entrevista na Guarujá, dizendo que as empresas “estão com as portas abertas” e reconheceu que o sistema está quebrado, falido, tanto que já fala em insolvência, falta de dinheiro (por causa da greve) para pagar a folha do mês de junho aos empregados.
Há um flagrante ódio, uma animosidade virulenta que impede o bom senso entre as partes. Não se faz nada de positivo com ódio. Talvez, algum fato desconhecido do público seja o fomentador de tantos revides. A população continua pagando este desatino. A esta altura ninguém sabe o que pode acontecer. O vice-prefeito me diz que amanhã pela manhã estarão reunidos com os procuradores da Prefeitura para avaliar as medidas cabíveis. “Nada está descartado”, avisa Nunes.

Greve no fim e 4 a 2 no TRE

Entrevistava agora pouco o vice-prefeito João Batista Nunes. Ele estava presente no julgamento da ação que pedia a sua cassação junto com Dário Berger. Ganharam por 4 a 2. Estão livres, pelo menos nesta instância. A Coligação Amo Florianópolis, que perdeu as últimas eleições, promete recorrer e Brasília. No meio do julgamento, Nunes foi chamado na ante-sala do plenário do TR. Lá estava o presidente do Setuf, Valdir Gomes com uma nova proposta. Os empresários, agora, estão concordando em pagar os reajustes a partir de maio. Era o que desejavam.
O estranho é que a Prefeitura estava bancando desde a manhã de hoje este pagamento retroativo, mas os empresários reclamam que Dário levou a proposta aos sindicalistas e à imprensa e ignoraram o Setuf. Durante o dia as coisas evoluíram. À noite, houve este desfecho. Neste instante os procuradores do município estão analisando o documento. Assinado, levam daqui a pouco ao Sintraturb. Os dirigentes sindicais estão de plantão, lá no Ticen. Falei com o presidente Antonio Martins agora e ele me garante que se a proposta for esta mesmo e chegar devidamente assinada, os trabalhadores fazem assembléia, aprovam a última oferta e terminam com a greve dos ônibus ainda esta madrugada.
Falando na Guarujá, o vice-prefeito não conteve um choro emocionado. A greve tensa misturou-se com o julgamento do TRE. Muitas emoções numa noite só.
Se o prefeito Dário for franco numa avaliação pública terá que reconhecer que pisou na bola ao procurar o Sintraturb, deixando o Setuf falando sozinho. Quem pagou o pato deste deslize foi a população, abandonada nos pontos de ônibus durante dois dias.

Fim da greve com aumento da passagem e sem subsídio

A Prefeitura de Florianópolis não aumentará os subsídios desta vez para terminar com a greve dos ônibus. Alegam a falta de recursos. No lugar do subsídio o que a gente já sabia: aumento das passagens. Discute-se neste momento o valor exato dele. Ficará entre R$ 0,10 e R$ 0,15. O martelo pode será batido nas próximas horas. O entendimento com os trabalhadores deve ocorrer ao longo da tarde. E a greve tende a terminar hoje, ainda.

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