domingo, 31 de maio de 2009

O aeroporto foi mal

Hoje, durante a entrevista coletiva na casa do prefeito Dário Berger, uma opinião era unânime em relação à principal razão técnica para que Florianópolis não fosse sede da Copa de 2014: o aeroporto. No dia que os cartolas da FIFA estiveram aqui, todos concordaram que foi um fiasco a apresentação do Hercílio Luz e as soluções propostas.

Os exageros da Copa

Evidentemente, torcia para que Florianópolis fosse uma das sedes da Copa de 2014. Não sou doido, nem engrosso as fileiras dos rançosos que observam a política da Capital, com preconceito, xenofobia e estreiteza, para achar que ser sede não é uma boa.
Mas considero também um exagero generalizado essa história de que somos uns derrotados por não estarmos entre as sedes. Nenhuma iniciativa precisa ser postergada porque não seremos mais sede. Se estamos entre duas – Porto Alegre e Curitiba – nos restam muitas opções de turismo para oferecer aos milhares de turistas que estarão na região. Se conseguirmos trazer alguma seleção pra cá, como a argentina ou alemã, muda muito pouco – do ponto de vista do turismo – se somos ou não sede.
Outro sofisma em relação a nossa infra-estrutura é pensar que precisaríamos construir uma cidade nova se fôssemos sede. Bobagem! Todo ano dobramos a nossa população com a alta temporada, recebendo turistas, cada vez mais sofisticados. Sofremos um pouco, com dias de chuva nos shoppings e com históricas deficiências de equipamentos, mas até hoje nenhum prefeito ou governador precisou decretar emergência, nem nos transformamos no caos.
Mas os exagerados fazem parte da cena...

Indicações políticas das sedes

"Foi uma decisão política do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e ele é responsável por marginalizar a cidade com as melhores condições e qualidade de vida de todas as capitais brasileiras." Essa manifestação oficial do governador LHS tem um endereço certo. As autoridades envolvidas neste assunto em Santa Catarina estão convencidas de que a escolha foi nitidamente política e teve o dedo do presidente Lula, beneficiando a Região Nordeste. Neste sentido, a opinião emitida pelo governador, no calor da rodada de Florianópolis como sede da Copa de 2014, tem uma âncora na campanha eleitoral do ano que vem. Na sua campanha ao senado, LHS vai jogar no colo do PT de Ideli e do próprio Lula o fato de terem deixado de fora a capital catarinense.

A inocência de LHS

Não havia comentado nada sobre a decisão do TSE, livrando mais uma vez o governador Luiz Henrique da Silveira da cassação de seu mandato. O voto do presidente do Tribunal, ministro Ayres de Britto, foi um recado. LHS é inocente, mas as motivações do processo continuam incólumes. Um alerta para a classe política comportar-se no poder. Duas outras questões fundamentais: acusação incompetente e o fato do governador ter renunciado para concorrer à reeleição. Não fosse isso, estaria cassado.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

O julgamento, direto pela Guarujá

Há um clima tenso nos bastidores da política no Estado. Compreensível. Amanhã, 19 horas, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral vão se pronunciar sobre a ação que corre naquela Casa, que pede a cassação do mandato do governador Luiz Henrique da Silveira. Não há nenhuma previsão séria a ser feita. Quem disser o contrário estará blefando. Só é permitida uma opinião apaixonada ao próprio LHS e seus assessores, que precisam fazer o discurso da confiança na Justiça e numa vitória, obviamente, até o fim.
Na hora do julgamento o governador estará em Joinville, participando de um evento empresarial. Depois disso vai assistir a um espetáculo do Bolshoi. Segundo informam, isso deve ir até as 9 e meia da noite. O prefeito de Florianópolis Dário Berger e seu secretário de Turismo Mário Cavalazzi estarão lá também. Uma espécie de reunião de cúpula em oração concentrada.
A repórter da Rede Eldorado Keila Santana estará acompanhando todos os detalhes do julgamento, direto do TSE, para a Rádio Guarujá. No estúdio estaremos ancorando uma programação especial, junto com o cientista político Eduardo Guerini. Pelo telefone, vamos ouvir as principais figuras políticas do Estado sobre o fato.
Será, com certeza, um desses momentos peculiares da nossa política, como aquela sessão histórica na Assembléia Legislativa, em junho de 1997. Naquela oportunidade, faltaram apenas dois votos para a abertura de processo de impeachment do governador em função do que ficou conhecido como “o caso dos precatórios”.
Recomendo a programação da Guarujá. Quem viver, ouvirá.

Cuidados para ver e depois ler “Anjos e Demônios”

Os colegas que já foram ver o filme “Anjos e Demônios” – versão na telona do best-seller de Dan Brown, estão indignados com a leitura ruim da boa história, continuação de "O Código Da Vinci", (bom demais!!). O filme não chega nem perto do livro, muito mais emocionante e cheio de surpresas e detalhes instigantes, como foi o “Código”. A Raquel Santi, colega da Guarujá, conta que durante a sessão no cinema chega a se ouvir o burburinho de comentários, de quem leu e não reconhece a mesma arte na tela.
Diante dos fatos, como confio no bom gosto e no senso crítico de meus colegas, decidi que vou assistir primeiro o filme, depois leio o livro para não lamentar tanto.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Atrasos na BR 101: assumir antes de apontar

No final de semana passado o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina, Alcântara Corrêa, fez pesadas críticas ao superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), João José dos Santos, em relação aos atrasos nas obras de duplicação do trecho Sul da BR 101. O dirigente da Fiesc aponta falta competência ao Departamento e ao Ministério dos Transportes em conduzir os trabalhos de duplicação. A Fiesc chegou a encomendar estudo de um especialista, que só constatou o que todos já sabiam, ou seja, vários trechos parados e até abandonados por empresas que rescindiram o contrato depois de vencer a licitação.
Na segunda-feira, houve uma audiência pública na Assembléia Legislativa sobre o tema. Chamou a atenção as ausências do presidente da Fiesc e das empreiteiras. Nenhuma delas estava lá, deram, olimpicamente, os ombros ao Legislativo e, por conseguinte, à população. Caso o presidente da Fiesc e as empreiteiras estivessem presentes ao evento, teriam ouvido que a conclusão da auditoria parlamentar aponta a “falta de preparo das empreiteiras”
Vamos raciocinar. A rigor, as empreiteiras são empresas de construção civil de estradas, representadas corporativamente pela Fiesc. Ou não? Sendo, a Federação, solidariamente, também deveria se considerar co-responsável pelos atrasos da duplicação da BR 101/Sul. Ou não?

Correria

Me perdoem os leitores. Estive ausente quase quatro dias. Muito trabalho, o que não deixa de ser bom. Vamos em frente.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Índio Elias Andrade pra fechar a semana

Um papo muito legal com o pintor Elias Andrade, o Índio, artista plástico, pintor de mão cheia (como diziam nossos avós) do Sambaqui. Além de talentoso é uma figura boa, do bem, carinhoso, simples, e de grande sensibilidade.
O entrevistei durante 30 minutos, ouvindo um pouco de Charlie Parker no Guarujá Entrevista, 4 da tarde desta sexta. Índio falou da sua vida feliz e sem sofisticações, dividida entre seu atelier – sempre com mais ou menos 50 quadros pra clientela internacional que o visita - e seu ranchinho no Sambaqui, canoa, tarrafas, longe de carros, de barulhos urbanos, perto do pessoal da pesca, dos velhos amigos da redondeza. Sempre morou ali, com a família, cercado das vistas naturais que invadem seus quadros, já espalhados pelo mundo inteiro.
Dá gosto de ver o Índio falar. Uma figura como poucas. Fechei bem a semana.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Linha Azul com as barbas de molho

A Procuradoria Geral do Estado de Santa Catarina acaba de obter uma vitória expressiva em Brasília. Com um placar acachapante de 5 a 0, os magistrados do Superior Tribunal Federal derrubaram a condenação ao Estado determinada pelo Tribunal Federal da 4ª Região, de Porto Alegre, na ação de mais de 10 anos em que brigam o Governo Catarinense e a empresa Engepasa/Linha Azul.
O Estado estava condenado por provocar “lucro cessante” à Linha Azul, que foi impedida de operar na praça de pedágio instalada na estrada quando as obras de duplicação ainda estavam em andamento. Até hoje a SC 401 espera pelo complemento das melhorias. Enquanto isso está lá, mal acabada, mal sinalizada, trechos de verdadeiras armadilhas e tão abandonada quanto sua praça de pedágio.
Méritos para a tese defendida pela PGE-SC, que teve a “inicial” de autoria do procurador do Estado, Dr, Juliano Dossena, presidente da Associação dos Procuradores do Estado de Santa Catarina – Aproesc. A vitória parcial do Estado teve o requinte do embate oral entre o procurador catarinense em Brasília, Dr. Ezequiel Pires, e o renomado mestre em Direito Administrativo, Dr. Marçal Justen Filho, contratado pela Linha Azul. Com a anulação desta condenação o processo retorna a sua origem.
Aos apressados, que imaginavam logo fazer um acordo com a Linha Azul, achando que a briga estava perdida, e apostando que o pedágio era questão de detalhe, fica o velho conselho: cautela, prudência e caldo de galinha não faz mal a ninguém.

O clima de Dário

“Os municípios se transformam em cemitérios políticos de prefeitos”. A declaração do prefeito Dário, na entrevista de agora pouco, é um resumo, talvez, de como se sente no comando do Município.

Subsídio e aumento das tarifas, logo logo

A cidade pode se preparar. Vem aí mais subsídio da Prefeitura para o transporte coletivo e/ou aumento das passagens dos ônibus. É questão de dias. As garantias são do prefeito de Florianópolis Dário Berguer, entre outras, numa entrevista de mais de 30 minutos que gravei nesta manhã. Ela vai ao ar logo mais, às 3 a tarde, pela Guarujá AM 1.42º kHz, ou www.radioguaruja.com.br. Vale conferir. Há momentos bem inusitados, como, por exemplo, a reação de Dário sobre o tema “caixa preta” das tarifas.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Fim estranho esta greve...

A greve terminou, tudo bem, todos gostamos, a cidade volta ao normal (normal?!).
Mas não entendi nada. Ou entendi tudo! O pessoal do Sintraturb encerra o movimento dizendo que não foi derrota e sim uma mudança de estratégia. Ah tá, mudou de nome agora... O prefeito Dário se faz de cansado e dá de ombros a um problema que é só dele, o do transporte coletivo da cidade. E a “caixa preta” continua preta e fechadérrima. Pelo jeito, Dário não ainda não encontrou a chave da caixa. Vai ver, não está lá na Prefeitura. - Liga pro Setuf e pergunta onde guardaram!
Tem uma coisa mal explicada nessa greve que acabou. Tô pensando com meus botões. Imagino mil coisas, todas cabulosas. Melhor nem pensar mais. Sintraturb, Setuf, Dário, Jean Loureiro, todos muito estranhos... Melhor tomar um Underberg e ouvir um CD do Miles Davis. Mais em conta...

terça-feira, 19 de maio de 2009

Atualização sobre a greve

A última notícia sobre a greve. Por telefone fico sabendo que a reunião entre empresários (Setuf), trabalhadores (Sintraturb) e Prefeitura, realizada durante mais de cinco horas no Ministério Público terminou neste instante. Impasse absoluto. Os fatos novos: a Prefeitura, neste momento, está se retirando das negociações, entendendo que fez o que foi possível como mediadora e nada mais pode fazer. O Sintraturb, diante da falta de propostas novas, mantém a greve dos ônibus, sem previsão de volta. O Setuf por sua vez, amanhã cedo irá encaminhar junto à Superintendência Regional do Trabalho, pedido de abertura de Dissídio Coletivo, já que Acordo Coletivo de Trabalho não foi possível. Os empresários vão solicitar, ainda, que a Justiça se pronuncie sobre a legalidade da greve e apostam nas multas sobre os dirigentes sindicais para pressioná-los a ceder, na greve e numa nova etapa de negociações.

Falta de respeito explícito nas “vans”

Recebi uma denúncia de uma colega jornalista que utilizava as “vans” da Prefeitura, colocadas à disposição da população para amenizar as dificuldades com a paralisação dos transportes coletivos na região metropolitana. O mau humor dos seus motoristas, a falta de educação e a brutalidade com que tratavam os passageiros eram algo impressionante. Um senhor idoso que vinha numa delas, foi despachado a quilômetros do local que pretendia ficar. Ele saiu da “van” praticamente jogado para fora, aos gritos e xingamentos do tal servidor público ou sei lá o que...

Monopólio privado das teles

Dois mil e quinhentos empregos no ralo. Este pode ser o resultado da compra da Brasil Telecom pela Oi. Mais de 300 já foram, gerentes, dirigentes de bons salários e profissionais de alta capacitação, todos demitidos. O foco agora é o teleatendimento, os “call centers”, que empregam cerca de 2 mil pessoas. Tudo indica que estes empregos – a maioria ocupada por universitários vão ser transferidos para outras capitais, como Salvador e Rio de Janeiro, onde a Oi mantém os mesmos serviços.
Hoje à tarde, a Câmara dos Vereadores debateu o tema. O Sinttel-SC, sindicatos dos trabalhadores no setor, já vem denunciando o risco desta evasão de emprego e renda faz tempo.
Me lembro da onda de modernidade do governo FHC, que privatizou e fulminou o Sistema Telebrás. Diziam que a livre concorrência resolveria todos os nossos males. Pelo jeito, logo logo, vamos ter outra forma de monopólio, o privado. E durma-se com um barulho desses. Onde anda a Anatel, uma hora dessas, hein?!...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O jogo da concessão dos ônibus

Pouca gente sabe. Corre desde 2006 um processo no Tribunal de Justiça uma ação de autoria do Setuf (empresários) – nº 023063639338, pedindo uma indenização de mais de 5 milhões de reais à Prefeitura de Florianópolis. As empresas reclamam um prejuízo para operar no sistema, deficitário – segundo calculam, em mais de 2 milhões de reais ao mês. Em primeira instância, o TJSC se pronunciou a favor do Setuf, mas a briga vem se arrastando na esfera recursal até aqui.
Ninguém duvide que num momento exato as partes se entendam de forma surpreendente, colocando um ponto final no litígio, numa coincidência de tempo em que as concessões dos transportes coletivos sejam renovadas com as empresas do setor.

domingo, 17 de maio de 2009

Os interesses desta greve de terça

O mais triste nesta greve dos ônibus que começa as 9 e meia da manhã de terça (19) – anunciada previamente, como prometido, pelos sindicalistas do Sintraturb (empregados), é a sua utilização pela classe empresarial, incluindo os conhecidos administradores públicos que, na vida privada, exploram negócio no setor.
A greve, apoiada claramente pelo Setuf (empregadores), vai terminar como todas as outras: um aumento significativo do subsídio da Prefeitura de Florianópolis e um reajuste do preço das passagens. Nessa historinha bem roteirada está o interesse lá na ponta, na abertura dos envelopes da licitação que vai renovar as concessões do transporte coletivo. Negócio garantido: renovado e com tarifas lá em cima. Melhor impossível.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A frase da semana

Uma frase solta planava hoje na brisa agradável no Costão do Santinho e ninguém se atreveu a me revelar a autoria: “o WTTC está colocando Florianópolis no mapa do Planeta.”
E eu, que sempre me achei um cara meio fora da Terra... Taí!

Audiência explosiva

Essa me contaram lá de Blumenau. Esta semana o governador LHS andou se estressando numa audiência pública. Lá pelas tantas, no meio de uma grande platéia, levanta-se um funcionário púbico, praça militar, com o contra-cheque na mão zerado, cobrando providências. O governador resolveu encarar o tema. Disse ter conhecimento do seu caso, muitos empréstimos consignados, problemas familiares..., mas quis saber o valor do seu salário sem os descontos. – É de R$ 2.200,00, respondeu o praça. O governador resolveu chamar o testemunho de um dirigente empresarial presente: - Quanto é o salário médio de um operário da sua fábrica, aqui em Blumenau? R$ 900,00 respondeu o empresário. Tá vendo, disse LHS, fazendo a comparação.
Nessa altura, o praça não se conteve e levantou para, novamente, interpelar o governador. Luiz Henrique não esperou: “senta que eu sou teu patrão!”

WTTC, pelo jeito, é vacina

Hoje, na Guarujá, uma pérola do secretário Estadual de Articulação Internacional, Vinicius Lummertz, entusiasmado demais com as boas notícias do WTTC no Estado: “essa gripe não vai pegar”. Para ele, essa gripe é muito mais marketing do que real.
A propósito, duas manchetes do Estadão.com.br, à minutos atrás:
- EUA registram quinta morte por gripe suína no país.
- Reino Unido acerta compra de 90 mi de vacinas.
Em que planeta anda o secretário, hein?

terça-feira, 12 de maio de 2009

Limusines e pontos de ônibus no WTTC

Para a realização do WTTC estão fazendo revitalizações na estrada que leva ao Resort Costão do Santinho. Dizem as autoridades que os pontos de ônibus vão ficar em recuos, feitos em terrenos possíveis, já que na sua maioria são construções quase na beira da via. O problema é que existem 18 pontos no trecho e não há espaço para a construção de tantos recuos. Resumo da desgraça: vão ser eliminados alguns pontos de ônibus, obrigando a população a andar mais para pegar seu ônibus. Bem, mas isso não importa. O que importa é o bem estar do pessoal do WTTC.
Um raciocínio menos atento diria que as obras são uma bobagem, já que a grande parte, ou totalidade dos participantes do mega-evento (imaginem que cada convite de adesão custa 5 mil reais) vão chegar de helicóptero e não por terra. Engano! Já fiquei sabendo que há uma razoável quantidade de luxuosas limusines alugadas que vão invadir a Ilha, ou seja, tem gente que vem por terra e no melhor estilo de Hollywood.
Bem, nem tudo é ruim. Os usuários de transporte coletivo, que vão andar mais até um ponto de ônibus, poderão apreciar o passeio dos big-carrões com as celebridades, rumo ao WTTC. Que programão, hein?!...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Comentário sobre a falta deles

Estou tentando uma forma tecnicamente mais eficiente para a publicação dos comentários em áudio. Em breve novidades, pessoal. Desculpem o transtorno momentâneo.

domingo, 10 de maio de 2009

Yeda é a ponta do iceberg

Estou voltando a Floripa. Daqui a pouco pego a estrada. Para quem se interessa pelos temas políticos, aqui os gaúchos vivem um clima tenso com os escândalos que insistem permanecer na mídia, colocando a governadora Yeda Crusius (PSDB) no olho de um furacão de corrupção.
Os mais impetuosos acham que ela não escapa do impeachment. Para os mais contidos, a crise já passou do ponto que poderia ter tirado Yeda do Piratini. Perto do fim do mandato, ninguém gastaria tanta energia para antecipar uma sucessão. Os candidatos mais prováveis, que vão ou não enfrentar a tucana, são José Fogaça – que faz um discurso parecido com o de Dário (vou ficar na Prefeitura até o fim do mandato, mas se for chamado a um desafio e se for liberado pela população...), o ministro da Justiça Tarso Genro e o ex-governador Gemano Rigotto. Este jura que irá trabalhar para ser senador, mas reconhece que a derrota para Yeda na última eleição (ele era o líder absoluto de todas as pesquisas até ser derrotado) foi frustrante demais e ainda está atravessada na garganta e que uma nova chance no governo gaúcho seria uma revanche pertinente.
No duro no duro, essa hecatombe pra cima da governadora parece mesmo ser a ponta do iceberg dos interesses políticos locais. Tem tudo para ser uma manobra para lhe deixar fora do pleito e abrir caminho para inconfessáveis alianças, como a que se ensaia entre o PMDB e o PT. O primeiro receberia o apoio de Lula, que não lançaria candidato no Rio Grande do Sul. Em troca, os peemedebistas gaúchos se empenhariam a viabilizar um apoio nacional da sigla à super-ministra Dilma Roussef para a presidência da República.
Os dados estão rolando...

sábado, 9 de maio de 2009

Resposta boa pra gremista ouvir

Em Porto Alegre, ouço a piada do momento. A torcida do Grêmio espera pela chegada de Paulo Autuori para o final deste mês e exorciza a história recente com Celso Roth na direção técnica, com imperdoável campanha no Estadual, que nem na final chegou, dando ao Internacional o bi-campeonato gaúcho.
A galhofa é boa. Um sujeito chega no Estádio Olímpico e pergunta ao porteiro:
- Eu queria falar com o Celso Roth, por favor.
- Meu amigo, o Celso Roth não trabalha mais aqui, responde o funcionário.
No dia seguinte, o cara lá de volta:
- Amigo, eu queria falar com o Celso Roth.
- Olha já te falei ontem que o Celso Roth não trabalha mais aqui.
Mais um dia e o sujeito outra vez, com a mesma pergunta. O porteiro, de saco cheio, perde a calma:
- Meu irmão, eu já te falei e vou repetir pela última vez, o Celso Roth não trabalha mais aqui! E a propósito, porque tu me perguntas tanto isso?
- É que eu adoro ouvir essa resposta...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Os gritinhos da Kim Basinger no ôbinus

O Batman que mais gostei foi o “Batman - O Filme”, de 1989, com Michael Keaton, Jack Nicholson e Kim Basinger. Ele foi o mais misterioso, de mais charme, tremendamente valorizado com o estupendo Coringa de Nicholson. Mas a cena que me ganhou forever (bem, isso já é outro Batman...) foi aquela que Batman, no alto de um edifício, cena em azul marinho, surpreende a mocinha Basinger e ela dá aquele seu famoso gritinho e pergunta: “Who are you?” Ele, intrépido, responde: “I’m Batman...” Aquilo é tudo para quem gosta do herói de preto mais sedutor das telas.
Por que trago essa lembrança aqui? Eu conto.
Resolvi vir a Porto Alegre, e cá estou até domingo para o Dia das Mães, de ônibus e encarei a sorte de viajar com a poltrona ao lado vazia. Cheguei a pensar em comprar duas, mas seria excêntrico demais, ou até pagar mais por um lugar leito, mas já havia esgotado.
Encarei e me dei mal. Muito cansado, já nos primeiros minutos com o ônibus ainda parado “desmaiei”. Não sei quantos minutos depois despertei com meu próprio ronco, um daqueles sobressaltados e a moça que estava ao meu lado e dormia levou um susto e bancou a Kim Basinger, deu aquele gritinho típico, mas não chegou a me perguntar “who are you?”. Bem..., menos mal. Eu não me arriscaria devolver “I’m Batman...” Constrangido, resolvi me fazer de morto e nem abri os olhos. Mas fiquei imaginando que ali do meu lado estava a Kim Basinger e adormeci novamente, intrépido, como o Batman e cheguei a ensaiar aquele beiçinho que o Michael Keaton faz sob a máscara preta.
Lá no Japonês, restaurante que todo bom gaúcho para, na ida e na volta à Florianópolis, tive que pedir licença para a Kim e ir ao banheiro e comer alguma coisa.
Foi quando se foi a minha ilusão de sonhos entre roncos. Quando passei pela moça, ela, não só não era moça, como tratava-se de uma senhora, de óculos na ponta do nariz, com uma chalé escuro, grande, espaçosa, digamos..., um pouco diferente da Kim Basinger.
Comi o velho croquete de carne com uma Pepsi pra matar a saudade de 20 anos atrás. Menos constrangido com os roncos, fiquei pensando o que o Batman faria no Japonês...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Office boy de luxo na Câmara

O vereador Norberto Stroich, do PMDB, líder do Governo Dário na Câmara dos Vereadores diz se sentir como um “office boy de luxo” como vereador. Levei um susto no ar, ao lado dele, diante da declaração. Devo ter mostrado meu susto no semblante, já que o parlamentar apressou-se em dizer que sentia-se um “office boy de luxo – DA POPULAÇÃO”. Ufa! O vereador ainda teve que remendar a frase, lembrando que a profissão de office boy é tão digna como qualquer outra...
O vereador Stroich, que já foi secretário dos Transportes de Florianópolis, acha que a greve dos ônibus será inevitável na semanada que vem. O homem conhece o assunto.

Até quando essa bagunça no Besc?

A coisa continua feia no Besc. Agora pela manhã estive na agência da Praça XV. A cena que captei é comum de umas semanas pra cá. Nota-se um funcionário do Banco do Brasil prestando ajuda aos caixas, a todo momento que emperra o atendimento aos clientes. Muitas vezes, como mostra a foto, ficam dois caixas parados, ouvindo as orientações do colega do BB. Parece uma reunião interna e o usuário, muitas vezes idoso, tem que ficar esperando que se concluam as explicações daquele supervisor sobre o que está acontecendo.
Sai dali e fui ao próprio Banco do Brasil, ao lado. Uma fila menor e o pessoal um pouco mais esclarecido. O transtorno ali no BB é do cliente. Muitos deles estão perdidos. Ficam longos minutos em filas erradas, sem nenhuma orientação. Presenciei um senhor deficiente físico, de muletas, entrando em duas filas enormes. Entre uma e outra teve que caminhar uns 20 metros, com degraus no trajeto. Desumano.
Será que alguém, engravatado nesses confortáveis gabinetes, aqui ou lá em Brasília, vai fazer alguma coisa? Ou vamos ter que no acostumar com essa bagunça?!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O Império de mais nada


Essa é pra descontrair. Me lembro que no início da década de 80, tempo em que a ditadura agonizava sob a batuta desafinada do general Figueiredo, a censura começava a fazer o seu arakiri e deixava passar alguns filmes, considerados pornográficos e imorais. Foi o caso do revolucionário “Laranja Mecânica”, liberado pela Censura Federal (tinha até um slide do governo), mas deu-se ao requinte de mandar colocar bolinhas pretas sobre o nu frontal dos atores. Nos sentíamos uns idiotas.
Outro exemplar foi o “Império dos Sentidos”, dirigido por Nagisa Oshima, que vinha nos cartazes estampado “LIBERADO NA ÍNTEGRA”, provocava filas nos cinemas que naquela época se localizavam nas ruas, não em shoppings. Lembro do constrangimento de todos, aguardando para entrar e na fila da pipoca.
Dia desses me deparo com uma balaio das Americanas, em oferta, o “Império”, bem na porta da loja, sem tarjas, sem censuras, nem vergonha de ninguém. Depois dele vieram tantos e de tantos tipos mais ousados que hoje ninguém mais se espanta com ovos tão bizarramente temperados.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Um detalhe na polêmica do Código

Trouxe ao programa na Guarujá o professor do Departamento de Geociências da UFSC, Luiz Fernando Scheibe. Ele revelou algo do Código Ambiental Catarinense que não sabia e, acredito, a maioria da população e dos formadores de opinião não sabem também. O Código Catarinense resguarda – tanto quanto o Florestal (federal) os 30 metros de mata ciliar dos rios, ainda não derrubadas, matas virgens. O que o Código aprovado aqui desregulamenta, em relação ao que diz a lei maior, é que aquelas margens já devastadas, matas já derrubadas dentro dos 30 metros proibidos, precisam ganhar reflorestamento e recuperação ambiental no seus 5 metros iniciais. Ou seja, o Código se reporta a 5 metros de preservação ao que foi replantado e está em processo de recuperação.
Mas isso não quer dizer que o professor Scheibe esteja defendendo o “novo” Código, pelo contrário. Ele entende – como a maioria dos ambientalistas – que os estados podem, sem ferir a lei, aumentar as restrições, jamais diminuir, como é o caso.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Greve, um problema no acelerador de Dário

O prefeito Dário anuncia nas internas que a partir de hoje está colocando o pé no acelerador. Ele quer dizer que superou o trauma da separação e renovou forças para cumprir as promessas que vez à cidade quando tomou posse em janeiro. As obras que pretende tocar vão lhe dar o gás e a exposição que precisa para fortalecer a idéia de uma candidatura em 2010. Já disse aqui que sua estratégia é “pedir a liberação” da população para concorrer. Só fará isso se tiver bom cacife.
É bom que o prefeito esteja bem animado. Nos próximos dias enfrentará, mais uma vez, problemas com as empresas de transporte coletivo da Grande Florianópolis. Uma greve está sendo preparada. O motivo é o de sempre, as tarifas. Pelo jeito, vêm aí mais subsídios?

domingo, 3 de maio de 2009

O sonho de Dário

Uma pitada de política lá no Costão do WTTC. Provoquei o governador sobre o candidato do PMDB para 2010, Dário ou Eduardo? LHS foi direto: “vamos fazer levantamentos, tem tiver maior potencial eleitoral será o candidato”, disse, não esquecendo de reforçar a idéia principal de viabilizar a “polialiança”.
Como o ambiente me permitia, fui ao prefeito Dário Berguer repercuti o ânimo de LHS para o ano que vem. Provocado, o prefeito disse que o candidato é Eduardo Moreira, mas não conseguiu resistir ao próprio discurso e foi logo dizendo que não fugirá de um desafio desta natureza, caso receber o pedido de seus correligionários e a liberação dos moradores de Florianópolis. Fui mais adiante: o senhor pedirá esta liberação? “Se for convocado pelo meu partido, pelos meus amigos, pelo governador, submeterei ao povo de Florianópolis esta hipótese e se ele me liberar... esta será a condição sine qua non. Esta é a uma condição primordial, mas evidente que eu tenho o sonho de ser governador...”
O prefeito não precisa dizer mais nada.

Marcondes sonha com via nas dunas


A coletiva no Costão, sobre o WTTC, oportunizou algumas opiniões que vão tirar o sono dos ambientalistas de plantão. Perguntei ao empresário Fernando Marcondes de Mattos sobre os problemas crônicos de acesso viário ao Resort e o que pensa como solução. Ele se saiu com uma idéia: um acesso novo, passando pelas dunas, numa extensão de cerca de 1.500 metros. Ouvi do governador e do prefeito que a idéia é boa. Nenhum estudo ainda foi feito nesse sentido, mas é uma solução altamente inflamável na fogueira das lutas ecológicas na Ilha.
Como encaminhamento paliativo o empresário adianta que a prefeitura, com o apoio do governo estadual, já está fazendo uma recuperação do trecho “com a retirada das paradas de ônibus das faixas centrais para faixas laterais, mais largas” para os 18 pontos de ônibus na estrada do Santinho. Espera-se que a “revitalização” do trecho não provoque prejuízos aos moradores da região que precisam do transporte coletivo para se locomover. Era só o que faltava acontecer um desaforo social desta magnitude.
Durante toda coletiva os convidados e autoridades foram brindadas com os vôos rasantes de um corajoso Bem-Te-Vi que descansava, vez por outra, nas estruturas metálicas do Pavilhão Tuguá. A presença do pássaro nos instiga a refletir que ele não estava em lugar fora de seu habitat. Nós é que estávamos ali, no lugar de sua morada onde, certamente, outrora, viviam outros da sua espécie em densa Mata Atlântica. A foto é do sempre atento Gilberto Gonçalves.

O WTTC vem aí, com polêmicas e promessas

Estive no Costão do Santinho, na entrevista coletiva que o governador concedeu, acompanhado de seus parceiros de governo, do empresário Marcondes de Mattos e do prefeito Dário Berguer. O encontro bem organizado seguido de um almoço teve a finalidade de mostrar à imprensa a importância da realização do WTTC – Conselho Mundial de Turismo & Viagens e as possibilidades de Florianópolis e o Estado entrarem para o círculo mais sofisticado do turismo no planeta.
A coletiva foi realizada no mais novo pavilhão do Resort, o Tuguá, com capacidade para mais de 2 mil pessoas e com um pé direito de sete metros. O governador está entusiasmado com evento e garante que o WTTC vai marcar a história da cidade, entre antes e depois do evento turístico. Disse, ainda, referindo-se ao investimento feito por Marcondes em seu empreendimento no Santinho, que “Santa Catarina agradecerá por séculos e séculos por você ter existido”, olhando ao amigo.
Exageros bem à parte, o WTTC é mesmo algo interessante para a Capital e servirá para apresentar o Estado e as nossas melhores belezas naturais para a exploração turística e, consequentemente, a investimentos de peso e a presença dos tão sonhados turistas classe “A”, aqueles que realmente gastam e deixam rastros de desenvolvimento econômico. Neste sentido é inegável, o WTTC promete.
Tudo ótimo, não fossem algumas perguntas que não querem calar. Como por exemplo, como vamos oferecer uma infra-estrutura profissional a tantos turistas sofisticados se nem mesmo a acanhada estrada de leva ao super Resort está esburacada, espremida por casas e comércio e sem nenhuma perspectiva de duplicação e obras significativas de melhoria. Outra preocupação é a velha polêmica do crescimento na linha da devastação ambiental, difícil de ser negada diante dos problemas que se impõem.

sábado, 2 de maio de 2009

Apertem os cintos, os comentários...

Preciso dividir isso aqui, porque foi uma surpresa. Vinha postando os comentários feitos na Guarujá, diariamente. Fazia através de um site de hospedagem, gratuito. Nenhum mistério, vinha bem. Ando até em busca de outro, um mais completo, um playlist, que pudesse reunir todos, como um cardápio. Opinião em vez de música. Ainda não achei. Hoje abri o Blog e me senti usurpado. Na verdade, nem sei se fiz alguma coisa errada. Sei que no Blogspot não podemos publicar arquivos de MP3, mas não vi problema em buscar noutro site um atalho para isso. Teria sido isso? O fato é que todos os links que continham os comentários desapareceram. Só sobraram os títulos e os espaços, em branco, como podem notar.
Até agora não recebi nenhuma mensagem, de ninguém, caso tenha feito algo que não deveria. Se algum leitor tiver uma dica, por favor, me avisem. De qualquer forma, me esculpem pela falha. Vou tentar uma outra alternativa.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Não usamos “black-tie” até hoje

Sou de uma geração que o 1º de Maio tinha um grande significado. Os sindicatos, muito mais representativos e autênticos, realizavam grandes manifestações públicas - não shows - com a participação até de artistas que, aliás, se apresentavam totalmente engajados nas lutas operárias, sem se falar em cachês ou aparições milionárias muito bem pagas por estas centrais sindicais de hoje.
O cunho ideológico da data proporcionava proveitosos e ricos debates entre estudantes, ativistas políticos e dirigentes sindicais e nunca passava batida a lembrança dos heróicos trabalhadores de Chicago/EUA, que em 1886 realizaram uma manifestação pela redução da jornada de trabalho de 16 para 8 horas diárias e foram assassinados por isso.
Em 1981, ainda vivendo sob uma ditadura - e talvez isso faça toda a diferença- o Brasil assistia um dos filmes mais belos, com temática sindical. Gianfrancesco Guarnieri e Fernanda Montenegro estrelavam. Bete Mendes fazia um papel secundário, mas o filme tinha uma mensagem tão forte na época que acabou lançando a jovem atriz para a política, tornando-a deputada federal no ano seguinte, com grande votação. “Eles Não Usam Black-tie” de Leon Hirszman, na adaptação da peça de Guarnieri, trazia outros craques da dramaturgia, como o Carlos Alberto Riccelli, Francisco Milani e Milton Gonçalves. O menino do “Pixote” fazia uma ponta.
Há uma cena histórica no filme, que marcou a carreira de Fernanda e Guarnieri. Quem tem mais de 40 já sabe da qual estou falando. O contexto era de tristeza. Eles faziam um casal, ele metalúrgico, ela dona de casa. Emocionados pela perda recente de um companheiro de fábrica, baleado pela polícia numa manifestação grevista, os dois contracenaram como poucos, sem precisar dizer uma palavra. É um épico.
Tentei editar este trecho do filme, mas tive dificuldades técnicas. Por isso, o post atrasou. Frustrante. Não consegui! A alternativa foi trazer aqui o trailer do filme, uma homenagem ao 1º de Maio de 2009, tão frio e longe daquelas lutas bonitas. Para jovens e velhos, um brinde a este pequeno espetáculo.
Para quem quiser dar uma olhada na cena que falo, aqui vai o link no You Tube (a cena exata está numa sequência, na parte final do vídeo):
http://www.youtube.com/watch?v=jZjcX851deQ
Vale dar uma conferida no texto e na performance de todos neste outro trecho do filme:
http://www.youtube.com/watch?v=zZIf_eVvcyE
Lá vai o trailer, aqui mesmo. Vale ver ou rever!

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