sábado, 6 de setembro de 2008

Lodo eleitoral

“- Me pagaram para entregar isto aqui nas casas. Nem sei o que é. Deve ser coisa de política.” Foi o que me falou um motoqueiro na porta de casa, pela manhã, dia desses, ao me entregar um panfleto, em papel couchê brilhante, 90 gramas, meio ofício, com impressão colorida e caprichosa, de igual diagramação. A publicação apócrifa, assinada por ninguém, traz a reprodução de matérias da Agência Estado e do Clicrbs, as quais estampam as seguintes manchetes: “TCU condena prefeito de Florianópolis por má gestão”; “TCU condena irmãos Dário e Djalma Berger”. Nenhuma novidade, afinal, as notícias são uma reprodução de duas grandes agências. O que vale comentar é a infelicidade do gesto pequeno, oportunista e cloacal de alguém que entende estar fazendo campanha eleitoral. A Democracia não serve para isto. Nem vou entrar no mérito do conteúdo das manchetes. Eles são fartos, falam por si e indicam as reservas que cada um deve ter nesta eleição. Mas, o que chama a atenção é a falta do que dizer deste coitado oponente, que não consegue sequer mostrar a cara para seus eleitores e presume buscar seus votos no lixo da esperança popular. Ainda cheirando mal de prováveis banhos em águas turvas, acha que poderá se beneficiar eleitoralmente com um golpe baixo e conhecido, desde os sarcófagos da ditadura, a qual, talvez, tenha lhe criado. A grande maioria das pessoas não gosta disso. Causa repulsa essa briga na sarjeta por algo tão mais nobre. Só há uma vantagem diante deste episódio sórdido. Pelo método, pelos rastros, pela qualidade, pelas digitais deixadas neste lodo, já sabemos bem que cuidados ter na hora do voto.

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