domingo, 14 de setembro de 2008

Quintana na Praça, de novo


Na quarta passada fui presenteado pelos meus anjos. Vasculhava numa pilha de livros alguma coisa boa, num dos meus sebos preferidos, o da feirinha da Praça XV, e me encontro, aos 16 anos. Estava ali a capa laranja do Caderno H, do Quintana, primeira edição, o primeiro livro que comprei com meu próprio dinheiro.
O li com grande paixão e, desde então, resolvera que queria ser na vida alguma coisa que tivesse que escrever daquele jeito. Fiquei feliz demais, aos 47, como naquele dia, em 1977. Já o li duas vezes. Como é vasto e lindo o poeta! Me lembro com precisão e saudade, do Quintana, no banco da Praça da Alfândega, em Porto Alegre, bem em frente ao Cine Imperial, o que ele mais gostava de ficar, olhando o movimento e tagarelando com todos. Estive entre aqueles todos, muitas vezes e trocamos versos algumas vezes.
Ele publicava os dele no Correio do Povo, aos domingos. Eu escrevia os meus, escondido, pensando nele, no Caderno H, aos domingos. Que bom reencontrar o Quintana, em Florianópolis, na Praça, de novo.

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