sábado, 28 de fevereiro de 2009

O bom e velho estado pagando a quebradeira


Tá bom, eu sei que o socialismo hoje é uma espécie de Long Play. Bom, dá saudade, mas ninguém mais usa. Derrubaram muros, acabaram com a URSS, os chineses bebem Coca-Cola há mais de dez anos, a cabrinhas da Albânia já não são mais o charme do socialismo e até o velho PCB virou PPS e recebeu – para desespero de seus militantes históricos, nos seus quadros aqui em SC o “querido” Vinicius Lummertz, que pode ser tudo e já mostrou suas qualidades, mas de comunista e socialista não tem nada.
Os mais regozijadores capitalistas que conheço enchem a boca para dizer que o socialismo acabou, que essa ideologia já era, que a fila andou, estão meio desaparecidos com suas teses do “tudo por dinheiro” e, principalmente, “se o estado não atrapalhar vamos fazer deste país uma potência”.
Resolvi escrever sobre o tema porque não me agüentei, ontem, vendo pela tevê o Obama anunciando uma ajuda de quase 50 bilhões de dólares ao City Group, o maior conglomerado financeiro de seu Pais. Antes disso, já tinha visto há semanas o City Bank quebrado – que era o ícone dos nossos credores da dívida externa nos tempos da ditadura. Me lembro de quando os generais “da hora” e seus ministros civis organizavam pajelanças para receber por aqui os dirigentes do City como um pop star. Dia desses vi, também, a InBev, cervejaria belgo-brasileira, assumindo o controle da Anheuser-Busch, nada mais, nada menos do que a fabricante da Budweiser, marca que até hoje sempre esteve ligada ao bom e viril americano country, do tipo Bush, como símbolo do poder ianque.
Dito isso, quero lembrar os social-democratas, democratas e progressistas de plantão, tão apaixonados pelo capitalismo de “resultados”, o resultado que deu: a quebradeira financeira e, agora, econômica de boa parte do mundo, por conta da irresponsabilidade de seus ideólogos e praticantes.
Vê-se, mais uma vez, que quando os financistas e seus asséclas estão ganhando dinheiro com a estrutura alheia (pública), a presença do estado é execrada, tratada como coisa diabólica e jurássica. Ali na esquina, quando o modelo da libertinagem financeira faz água e é sugada pela sua própria sede, os mesmos gênios do capital livre, correm como crianças assustadas para os braços da mãe-estado, aceitando e articulando politicamente para que o cofre público vire seu parceiro, seu avalista, o trem pagador do buraco capitalista.
Essa festa para o filho pródigo – aquele que enriqueceu com o dinheiro do estado e depois se virou contra ele, agora, é patrocinada pelo povo, o velho pagador de tudo, tanto lá como aqui, com Obama e Lula.
Durma-se com um barulho desses. O que o velho Fidel diria hoje num daqueles discursos de horas na praça de Havana? Que curiosidade...

Um comentário:

Marcelo Fernandes Corrêa disse...

Bom, já que ninguém comentou nada, digo eu, que gostei muito este meu texto, ora pois!
Fazer o quê?
Tem alguém aí??!!

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