terça-feira, 23 de junho de 2009

Dário desfaz malas no velho cenário

O prefeito Dário Berger está de volta da Europa. Ele chamou a imprensa no meio da tarde para falar numa coletiva e contar as novidades que viu pelos países da Espanha, Portugal e Alemanha sobre a mobilidade urbana, tão sonhada por aqui.
Foi uma entrevista coletiva curiosa, quase bizarra. Dário estava acompanhado de vereadores, secretários e correligionários políticos, muitos dos quais viajaram com ele na missão dos dez últimos dias. Chamou atenção a quantidade de figuras carimbadas que formam aquele cordão - que cada vez aumenta mais, que constrangem o mais vaidoso dos mortais e até mesmo o prefeito Dário.
A quantidade desses simpatizantes e entusiastas da carreira política do prefeito foi tão expressiva que a coletiva – que era para a imprensa - quase não consegue abrigar os jornalistas que ficaram em pé, espremidos, sob os olhares apaixonados dos tais simpatizantes de Dário, que fizeram questão de transformar uma viagem de dez dias do prefeito ao Velho Continente, num acontecimento quase de outro mundo. Parecia até que Dário estava voltando de um exílio. Um exagero, provinciano e desproporcional.
De importante mesmo, descontando as declarações afetadas e deslumbradas de alguns de seus colegas de viagem, Dário voltou impressionado com as possibilidades de mobilidade com uso de ciclovias, teleféricos, trens e outras alternativas para tirar os carros das ruas e diminuir o inferno das horas de rush.
Ele anunciou investimentos e mais ciclovias e reafirmou outros projetos já divulgados, que ainda fazem parte da velha receita pré-eleitoral conhecida, como obras de quase ficção científica, a mais escandalosa, a ligação subaquática entre Ilha e Continente.
Se a viagem à Europa pretendia recobrar energias e ganhar fôlego para enfrentar batalhas jurídicas pesadas já no curto prazo, Dário pegou pela frente uma notícia ruim. Foi recepcionado com uma ação – julgada procedente pela primeira Vara da Fazenda Pública de Florianópolis - de ressarcimento aos cofres do município de dinheiro público usado em propaganda irregular.
Além disso, sabe-se que no próximo dia primeiro, o prefeito enfrenta outra ação, esta pedindo a cassação de seu mandato. A coligação encabeçada por Esperidião Amim, que perdeu para Dário, entende que ele é um prefeito itinerante e que não poderia ter sido candidato nas últimas eleições.
O prefeito comentou sobre as ações com ironias e brincadeiras, preferindo mostrar-se tranqüilo, despreocupado e confiante, demais, talvez.
De quebra, Dário chegou à Florianópolis, dois dias depois que seu partido, o PMDB bateu o martelo e confirmou o nome de Eduardo Pinho Moreira como candidato ao Governo do Estado. Dário já havia reconhecido a potencialidade do nome do doutor Pinho Moreira, mas nunca deixou de lembrar que é o primeiro do banco de reservas e que sonha com o cargo.
Bem, diz um velho ditado popular: “quem vai ao ar, perde o lugar.” Se preferirem uma rima pobre e oportunista, “quem não foi a Videira, perdeu a cadeira.”

2 comentários:

Mário Medaglia disse...

Caro Marcelo, teu comentário sobre a entrevista doDário me fez lembrar uma coletiva do João Havelange em Florianópolis,lá pelo iníciodos anos 70. Tinha tanto figurão em volta da mesa que não sobrou lugar para os jornalistas. Ficaram todos em pé. O tempo passa, o tempo voa...

Marcelo Fernandes Corrêa disse...

É a claque de sempre.
Um abraço Medaglia!

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