segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Mínimo regional/SC pode provocar mega-evasão de empregos

Há uma consequência preocupante sobre a aprovação do salário mínimo regional em SC. O risco de que as empresas que operam com call center resolvam deixar o Estado, transferindo a atividade para estados nordestinos, onde o mínimo é bem menor.

É uma realidade cruel, mas o pessoal que explora este setor não está nem aí para o fechamento de aproximadamente 5 mil vagas de empregos.

O mínimo regional é bem maior do que pagam hoje a maioria das empresas que atuam em Santa Catarina. Em Joinville, por exemplo, este problema de RH já vinha enfrentando sérias dificuldades. A TMKT, empresa especializada em call center, até hoje não conseguiu completar seu quadro de contratados, mesmo depois de ter melhorado os salários e vantagens para seus empregados. Pouca gente se interessou em trabalhar com teleatendimento. Os salários pagos pelas indústrias são bem mais atrativos.

O mínimo regional criado não obriga nenhum empresário a segui-lo, mas será, certamente, um bom parâmetro para definir os acordos coletivos de trabalho. A debandada é um desafio para o setor. Uma das saídas pode ser a criação de um mínimo nacional para esta categoria, uma vez que a atividade pode ser desenvolvida à distância, basta o funcionário falara a mesma língua dos clientes.

Pelo mundo, há exemplos explícitos desta exploração desumana do mercado de trabalho, levando em conta a mão de obra barata. Na Inglaterra é muito comum um cidadão ligar para um serviço de call center e receber um atendimento de um trabalhador na Índia, onde se fala o inglês até com sotaque britânico, já que foram colonizados por eles. Com o salário pago a um empregado inglês, as empresas de call center conseguem contratar até cinco indianos, com jornadas de trabalho maiores.

É a modernidade da globalização, criando um modelo novo de trabalho escravo.

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