quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O Zininho de repente

Já havia encerrado minhas atividades no computador hoje, mas o Zininho me trouxe pra cá. Não resisti à emoção que me pegou sem o menor aviso.
Estava zapiando na TV, passei pela TVCMF e lá estava ele, o poeta. Era um desses programas antigos, de 2008, que homenageava o artista e filho da terra, pela passagem dos dez anos de sua morte.
Fiquei pensando como o tempo passa. Cheguei aqui já faz 24 anos, a tempo de conhecer Zininho, suas histórias e tive até a sorte de entrevistá-lo, em 98, meses antes dele partir. Foi na CBN/Diário, quando apresentava o programa da manhã. Não me lembro da pauta, da oportunidade da entrevista, mas ficou registrada uma brincadeira dele comigo, radiofônico e alegre, como só ele. Foi mais ou menos assim:
- E aí, Zininho, como vão as coisas?
- Olha, Marcelo, eu acho que estou ficando surdo...
- Mas porque poeta?...
- Meus amigos todos estão indo embora. Acho que o pessoal lá em cima tá me chamando, mas não estou ouvindo...,
e riu, sem reservas, brincando com tudo, numa risada de som pesado, gripada, com pianço, se me entendem.
Não sou daqui como venho sendo apontado por muitos daqui. Não sou manezinho como já poderia ser. E agora pouco percebi o quanto poderia se-lo. Me emocionei ao final do programa, quando todos os depoimentos de saudade encerravam a homenagem a Zininho. Me senti entre os manezinhos, como se fosse um conterrâneo seu, como se fosse eu um dos primeiros a cantar o "Rancho".
Quanta falta faz Zininho. Nem o conheci direito e sinto tanto a sua falta nesses nossos tempos tão bicudos.
Dizem que quando a gente dorme, nosso espírito faz seu recreio, voa por aí e encontra amigos. Vou dormir agora e acho que muito bem. Segura aí, poeta!

Um comentário:

Claudia Barbosa disse...

Marcelo, fazendo uma pesquisa, tive a grata surpresa de encontrar este teu texto falando do nosso Zininho, agora... caramba, que saudade! Amanhã ele estaria completando 81 anos e certamente nos reuniríamos na casa da minha 'mana Rose', na Daniela, pra comemorar. E ele, como sempre só toparia a festa com uma condição: se ninguém o obrigasse à comer.. no máximo 'uma coisinha pra beliscar', seu copinho e o cinzeiro... somado à família reunida e uma boa música tocando na vitrola, não se precisa de mais nada pra ser feliz! É.. ele SABIA ser feliz. E nos deixou a receita em seu Rancho de Amor à Vida: "Só é feliz quem souber entender a alegria de viver."
É isso, Marcelo... Tbém vou dar uma dormida pra liberar meu espírito p/ o recreio e, quem sabe, matar um pouco dessa saudade cruel!
Obrigada pelo carinho e reverência pela memória do meu pai.
Sorte, saúde e sucesso SEMPRE!

Cláudia Barbosa.

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