terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Os modernos e os tolinhos

Recebi ontem em casa a lista de telefones da Oi. Fiquei espantado. Ri pelo bizarro, depois, pensando melhor, silenciei. Ela é quase ridícula. Não consigo acreditar que ali estão todos os telefones e informações que antigamente vinham numa lista, da Listel, que era referência de livro pesado. Era tão volumoso que nos últimos anos a lista, quando caducava virava calço para os monitores de computador. Quem ainda não usou um desses?
Pois bem, aposentaram a lista, o listão. Olha o que sobrou dele. Fiz questão de tirar o velho livro da prateleira e fotografá-lo ao lado do novo. A nova lista tem uma encadernação feia, a apresentação geral como peça editorial é de baixa qualidade em relação à antiga. É uma revista mal acabada, na melhor das hipóteses e temo ser imprestável para se achar um telefone.
Ando muito ranzinza com essas modernidades digitais. Me dão a impressão nítida que vieram ao mundo só para enriquecer uns poucos e nos deixar com caras de bobocas e sempre desinformados.
Ninguém mais faz seu anunciozinho da pizzaria, do encanador, do jardineiro, nas páginas amarelas da lista. Não tem mais páginas amarelas, não tem mais lista. O pessoal tá todo na web, nos "sítios", pra não dizer sites.
Lembro bem, "sítio" era o lugar que a gente ia nos finais de semana com a família pra pescar e ouvir histórias cavernosas do vô pra dormir bem tarde. Hoje, "sítio" é uma expressão de resistência, usada por poucos, birrentos latinos, que ainda não se dobraram ao charme colonial e tosco dos sites.
A gente envelhece e fica assim, tolinho.

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