quinta-feira, 15 de março de 2012

Falta guincho, sobra desrespeito e a nossa tradicional omissão!

Por absoluta falta de vontade política e opção ideológica, os governos se distanciam, cada vez mais, das suas antigas tarefas de atender bem a sociedade. Abre mão, como se isso fosse possível, de suas responsabilidades e transfere para o privado serviços públicos óbvios. Assim, transforma o público em negócio, de bons lucros, desviando as funções originais do estado.
Desta forma, privatiza-se quase tudo, terceiriza-se (e este é um nome bonitinho da sala de entrada da privatização), sucateando e precarizando a coisa pública.
A manutenção e serviços em rodovias públicas é um exemplo disso. Hoje pela manhã, no "Bom Dia Guarujá/SBT", abordei este tema, entrevistando um oficial da PRMV/SC sobre a falta de guinchos da Polícia para retirar das pistas com maior agilidade carros e caminhões estragados e que provocam enormes engarrafamentos, como é o caso da SC-401, em Florianópolis.
O agente garante que não há mesmo guinchos. O máximo que a Polícia pode fazer é conduzir o motorista até um posto rodoviário mais próximo e ajudá-lo a chamar um guincheiro de plantão para prestar serviços particulares, bem cobrados e à vista do cliente. "Esta é uma tendência nacional (...)", diz o policial rodoviário. Diz ele que seria um desperdício ter que usar um profissional bem treinado para servir de "guincheiro".
Pois é. Se a rodovia fosse concessionada - como bem tentaram nos anos 90, tenho a certeza que seria muito comum que guinchos "gratuitos" estivessem à disposição dos usuários.
A estratégia é bem clara e bem conhecida. Deterioram e desfiguram o serviço público, provocam a ira dos cidadãos, cansados de pagar tantos impostos, e ligeirinho aparece algum "iluminado" oferecendo a ideia da privatização do setor ou da concessão, como queiram chamar.
O golpe já é antigo e a gente sabe bem o resultado da arapuca. Basta lembrar o que aconteceu com a telefonia - móvel e fixa, com as estradas pedagiadas que temos, só pra citar alguns.
O guincho, ou a falta dele "gratuito" é só a ponta do iceberg. Poderíamos falar dos parcos acostamentos que viram pistas e esse pessoalzinho esperto pensa que nos engada. A gente faz que não vê esse desrespeito todo, por pura omissão e subdesenvolvimento mesmo.
Quando é que vamos aprender a dar o troco nas urnas, hein?!...

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