domingo, 30 de novembro de 2008

A “meia-boca” que virou tragédia


Me lembro que no Governo Paulo Afonso, quando aconteceu a duplicação da SC 401, fiz muitas entrevistas - na época era âncora na CBN/Diário, sobre o contrato firmado entre o Executivo e a Engepasa/Linha Azul. A empresa não executou diversas obras de arte importantes como o canteiro central entre as pistas, previstos até com vegetação, nos moldes da Freeway, no trecho da BR 101 no Rio Grande do Sul. O canteiro virou um “guard rail” mixuruca, perigoso e mais em conta. Mas o mais grave são os acostamentos, verdadeiras raridades na SC 401 duplicada. Área de escape, além do acostamento, então…., isso nem se fala. O tal contrato acabou na Justiça e tramita até hoje, aguardando uma decisão. Diz a Empresa que o Governo não cumpriu a sua parte no contrato com relação às desapropriações necessárias para o alargamento da estrada. Além disso, o governo não se empenhou em liberar a cobrança do pedágio e isso justificou o abandono do negócio. O governo, por sua vez, diz que a Empresa descumpriu o contrato e com isso perdeu o direito sobre o pedágio. A bem da verdade, se cometo algum equívoco ao falar do litígio jurídico, por favor, me corrijam as partes, às quais serei grato. Quero é chamar a atenção para algo mais relevante, decorrente do remendo que virou a duplicação. A falta dos acostamentos, como por exemplo, na altura do morro do Cacupé, bem ali onde houve aquele deslizamento monstro. O “acidente” merece um estudo sério no sentido de não se repetir uma solução “meia-boca”, oferecendo outros riscos e mais tragédias.
O Google Earth (foto) mostra o trecho do "acidente" na SC 401. No detalhe, pode-se ver uma proteção de concreto ao longo das torres de celular. Qual seria a razão para tal proteção? Uma boa pergunta que chega tarde.
O mínimo que se pode fazer é reconstruir – como “gente grande” - o trecho desmoronado e refazer os demais que se encontram em iguais situações ao longo na SC 401. Se forem sérias as providências e completas, talvez caiba, ainda, uma boa investigação – com uma respectiva denúncia - sobre as causas e os causadores de um prejuízo incalculável para toda a sociedade e, particularmente, àquele infeliz trabalhador que estava naquele caminhão.

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