segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Enfadonho e rançoso nó do cadarço

Ouvi agora na Guarujá, o governador LHS e o prefeito Dário darem entrevistas, ressaltando as boas condições das praias de Florianópolis para receber os turistas. A entrevista foi concedida para a Rede Eldorado e, portanto, para todo o País. É bem provável que o pessoal da “fumaça” se arvore a criticar a insensibilidade dos dois. Não tenho nenhuma razão para defender “A” ou “B”, muito pelo contrário, quem me conhece até sabe por que. É inegável que precisamos dos turistas, principalmente agora. É incrível, mas até já li, dias desses, alguém dizendo que “não precisamos de turistas…”, uma manifestação, no mínimo, descolada da nossa realidade e ancorada em outros problemas mais profundos e psicopatológicos, que acham que a Ilha é só dos ilhéus, de quem é daqui, dos manés, como se aqui fosse a lua, um outro planeta. Já falei deste tema, “O tempo e outras coisas”, de 08.10.08. Volta e meia esse sentimento suburbano, atrasado, preso em raízes retrógradas (muitos deles, por exemplo, que conseguem defender a “Farra do Boi” como cultura…) aflora, travestidos em defesa da população, das comunidades, como é o caso nesta catástrofe. No fundo, este sentimento tem a mesma origem. Padece de altruísmo, de uma elevação humanística, de uma superação antropológica que, invariavelmente, se alcança com o tempo. Muitas grandes cidades já passaram por este processo e hoje convivem com harmonia com as diversidades e com o plural. Normal que assim seja. Só é muito chato fazer parte deste processo. É como aprender a dar nó no cadarço do sapato. Leva um tempinho, é indispensável, dá trabalho, precisa de habilidade e determinação, mas depois que se aprende parece uma bobagem e a gente até ri dos primeiro nós.

Nenhum comentário:

CONTATO COM O BLOGUEIRO