Resolvi ficar mais quieto neste fim de semana. Não escrevi nada. Pouca inspiração. Me lembrei do amigo Damião. “Quando não tens nada pra dizer, publica uma foto...” Ando com saudades dos papos com o Damião, precisamente os de política. Me faz falta aquela dialética provocativa que aprendi a ter com o pessoal do “Pecebão”, era assim que chamávamos, nós do MR-8, os camaradas do PCB. Já faz um tempão, na década de 70, 80...
Nesta tarde, resolvi me entregar às tarefas de jardineiro, o que há muito não fazia. Cortei a grama, acertei canteiros, aparei as trepadeiras da janela e podei uma velha bananeira, teimosa, insistente em renascer. Nada contra as bananas, mas os morcegos andavam incomodando... Por tudo, fiquei exausto, demolido. Já havia me esquecido que há uns dez anos atrás fazia isso brincando. Pra relaxar, resolvi buscar umas latinhas na “conveniência” do posto. Lá encontrei um antigo conhecido, de uns 15 anos. Parecia bem, mas me disse que lutava há uns oito anos contra um câncer de próstata, com quase uma dezena de cirurgias feitas. Me contou que passa por verdadeiras provas de sobrevivência, administrando períodos duros de depressão e outros mais felizes por ver melhoras na briga que trava com a doença.
Ele saiu rápido, depois de comprar quatro “Sonhos de Valsa”. Fiquei pensando naquilo (pra quem seriam aqueles bombons?) e no quanto não valorizamos os bons dias que vivemos, com saúde.
Peguei minha motoca e fui devagarzinho pra casa, pensando em tudo. Divido este sentimento com vocês. Emocionado e mais atento a este espetacular momento de estar vivo, mais um dia.
Me lembrei na música do Lenine, “Paciência”. O poeta manda ver. A letra é um “letra”, pra todos nós.
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