Essa polêmica sobre o aborto da menina estuprada em Pernambuco não é tão simples como parece. Os dirigentes católicos foram rápidos e adotaram uma postura que remonta a Idade Média, excomungando os pais da criança.
De pronto, é natural que o cidadão mais comum se solidarize com a dor da família e repudie veementemente a posição inquisidora e arrogante da Igreja. É um sentimento humano normal, desprendido de filosofia mais apurada e explica um sentimento nobre de solidariedade.
No entanto, para os mais atentos e que acreditam na forma espiritual impregnada nesta vida, vai saber, precisamente, o que cada um faz por aqui e que tipo de tarefa e missão está pré-determinada a cada um de nós. Intervir na continuidade da uma existência seja ela qual for, em que estado físico ou moral possa estar, é sempre uma brutalidade ainda maior que, no mínimo, interrompe a trilha de uma evolução espiritual idealizada muito antes de nós por aqui. Este é um olhar diverso que precisa um dedo a mais de reflexão.
O tema exige uma discussão vertical, respeitosa e de muitos cuidados. Misturar paixões, sensacionalismo e a simplificação de um entendimento que é complexo, pode transformar o debate numa conversa leviana, de botequim e de conteúdo duvidoso.
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4 comentários:
(...)interrompe a trilha de uma evolução espiritual idealizada muito antes de nós por aqui.
Viajas longe hein Marcelo?
abraço
Canga
É preciso, meu irmão.
Não tem outro jeito.
um abraço.
Bom ver esta troca de idéias entre dois velhos e bons excomungados... Aliás, agora somos três... Aqui Ricardo Garcia, devidamente aposentado e feliz. Espero, em breve, deixar um pouco Brasília, esta terra cheia de candidatos à excomunhão, e ir comungar com vocês em Floripa.
Beijos
Grande Mano Ricardo,
Bom te ver por aqui.
Pois é, excomungado..., e quem não é, neste mundo meio fora do lugar.
Tá bem complicado pra arrumar as coisas no lugar, mas vale a tentativa.
Se vale...
Beijo procês!
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