sábado, 11 de abril de 2009

A caneta do nosso “biguibroder” de cada dia


Tem coisas que irritam na internet, bem mais que os mosquitos, por exemplo. Há uns meses abro meu provedor de e-mail’s e sou assombrado com um anúncio – que normalmente invade a tela sem que eu queira – de uma tal caneta espiã, que o sujeito pode colocar no bolso e sai por aí a filmar e gravar o que vê (ou o que o seu bolso vê) pela frente.
Se os marketeiros deste país se dão ao luxo de usar uma mídia assim tão agressiva, é sinal que o negócio tem receptividade. Deve ter muita gente interessada nesse tipo de equipamento de bisbilhotice digital.
Fico pensando no mundo doido que está esse que vivemos. A caneta é um flagrante “efeito biguibroder”. Já que as pessoas não têm nada mais interessante para fazer nas horas de lazer (afinal o “biguibroder” acabou e com ele o programa predileto da maioria das famílias brasileiras), vamos, agora, brincar de espionar o dia-a-dia alheio.
Proponho aos que sofrem do ócio, até nas horas de lazer, uma caneta espiã imaginária que filme a nós mesmos, de um bolso qualquer, o dia todo. Ao final do dia, descarreguem, via USB, no seu computador virtual, todas as imagens captadas e façam uma análise do que verão.
Aposto que muitos vão se surpreender e, talvez, rever suas posturas. Vamos rir muito até, ou chorar muito.
Fico pensando o ridículo de alguém flagrado com esta caneta no bolso. Eu, particularmente, vou cuidar mais com minhas reações faciais diante de certos interlocutores que conheço. Será que eles compraram a caneta?

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