quinta-feira, 3 de setembro de 2009

É uma bagunça, mas chamamos de modernidade!

Momento atípico, ontem, na sessão plenária da Assembléia Legislativa. Os deputados deram-se conta que aprovaram um projeto com erros e que já foi até sancionado pelo governador e entra em vigor nos próximos dias. Ele trata da exigência de vigilantes de segurança nas lotéricas e agências dos Correios, que viraram bancos de uns anos pra cá. O erro está em exigir a contratação destes vigilantes sem uma discussão prévia com as lotéricas sobre a viabilidade econômica da providência.

Entre nós: sabemos que esta história de casas lotéricas virarem correspondente bancário, fazer pagamentos, saque de dinheiro, conferência de saldo, é uma liberalidade com a marca do improviso, da bagunça, tipicamente brasileira. Por que o Banco Central não tem autoridade para exigir dos bancos mais respeito, melhor atendimento aos seus clientes e infra-estrutura mínima para atender a população com conforto, eficiência e segurança, as nossas autoridades preferem dar uma volta, tangenciar o problema e não resolve-lo. Abre-se, então, todo tipo de loja, que vão de uma portinhola de garagem, onde pode funcionar uma lotérica, até redes de muitas delas, todas sem as mínimas condições que um banco deveria oferecer a clientes. Precariza-se tudo! Empregos, relações trabalhistas, e o atendimento - não por culpa das lotéricas, mas porque são lotéricas e não bancos e deixam a desejar fazendo algo para o qual não foram criadas. Infelizmente, é tudo meio assim por aqui.

Nessa linha da “casa da mãe-joana”, pode-se vender remédio no bar da esquina, bala, chocolate e até óculos em farmácias, paga-se carnê de lojas no caixa dos supermercados, livros e revistas no posto de gasolina, café na livraria e para não deixar dúvidas sobre a nossa capacidade de bagunçar o coreto, é possível comprar na barbearia comprimidos azuis, aqueles que levantam..., suspeitas sobre idoneidades em geral.

O projeto da vigilância para as lotéricas será alterado, de forma rápida, prometem os deputados da Assembléia. Dos males o menor. Eles erraram, reconheceram o erro, e estão corrigindo o mico.

Resumindo a ópera esse é um problema que deveria ser resolvido por quem criou, a Caixa e o Governo Federal. Quando passaram boa parte de responsabilidades para as lotéricas, tinham que viabilizar, também, segurança nas lojas, a mesma de suas agências. E não vamos esquecer dos bancos privados. Eles também já conseguiram esta benesse, usando os Correios, como se agência bancária fosse. Tudo dentro da lei, com a concessão do Banco Central, e chama-se essa confusão toda de modernidade.

O que mais vão tirar do lugar, hein? Tenho até medo de perguntar!

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