segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A dor no ouvido e as chuvas

Hoje pela manhã um amigo me contou uma historinha:
Um médico experiente tratava há anos de uma dor de ouvido de um respeitado fazendeiro da sua região. Vez por outra o velho agricultor se queixava da dores num dos ouvidos e lá mandava chamar o seu tradicional médico. O doutor lhe dava uns comprimidos e a dor logo passava. Mas aquilo tinha virado um problema crônico. Aquele cena se repetia sempre.
Um certo dia o fazendeiro precisou mais uma vez tratar das dores no ouvido, mas naquela ocasião seu médico estava doente. Veio atende-lo o filho, recém formado em medicina, que seguira a carreira do pai. Atendeu o velho cuidadosamente e lhe fez um exame geral nas orelhas e deu uma boa olhada no ouvido reclamado. Lá encontrou um grão de feijão cru, entalado do lado direito do fazendeiro, explicando toda a dor do pobre homem. Tirou-lhe o grão e receitou-lhe o analgésico de sempre. Problema resolvido. Pra sempre.
Em casa, dias depois, quando o pai havia chegado da viagem, o filho médico lhe indagou constrangido sobre o vacilo do médico experiente:
- Pai, mas como tu não viste aquele grão de feijão no ouvido do homem durante este tempo todo?
E o velho médico-pai respondeu sem pestanejar:
- O como tu achas que eu paguei a tua faculdade?...
Uma história triste, sem dúvida. De malandragem bem conhecida.
Este meu amigo lembrou da historinha quando comentávamos o comportamento dos políticos e administradores públicos com essas ocupações irregulares de tanta gente carente e de pouco instrução.
É mole??!!...
EM TEMPO: me desculpo - pela milésima vez, da longa ausência no Blog. Desta vez pareceu que iria desistir dele. Mas foi, de novo, o maldito tempo. Prometo ser mais britânico por aqui.

5 comentários:

Mário Medaglia disse...

Até que enfim. Mas não te procupa. Também acabo de me curar de preguicite aguda. Cuidado com a recaída

Reinaldo disse...

Essa historinha pode ser adaptada:
um jovem jornalista, ainda nem formado, lê em um jornal de São Paulo, que o povo de Santa Catarina paga uma super-pensão para uma filha de governador morto há quase 100 anos.
Pergunta para o velho jornalista, em atuação na Capital há cerca 40 anos, tipo esses colunistas do jornal do monopólio, sobre o assunto que quase toda a cidade mais ou menos informada já ouvira falar: como é que vocês nunca trataram disso numa matéria, umazinha que seja?
A resposta poderia ser como outra pergunta: como é que eu iria manter meu emprego e minhas colunas há tanto tempo??

Reinaldo disse...

Essa historinha pode ser adaptada:
um jovem jornalista, ainda nem formado, lê em um jornal de São Paulo, que o povo de Santa Catarina paga uma super-pensão para uma filha de governador morto há quase 100 anos.
Pergunta para o velho jornalista, em atuação na Capital há cerca 40 anos, tipo esses colunistas do jornal do monopólio, sobre o assunto que quase toda a cidade mais ou menos informada já ouvira falar: como é que vocês nunca trataram disso numa matéria, umazinha que seja?
A resposta poderia ser como outra pergunta: como é que eu iria manter meu emprego e minhas colunas há tanto tempo??

Marcelo Fernandes Corrêa disse...

Pois é, Reinaldo,
Essa história, na verdade mesmo, poderia ser aplicada para muitos de nós. Falando bem a verdade, a todos nós cidadãos.
o fato é que é muito fácil cuidar do "rabo" alheio.
Veja que este assunto, trazido pela Folha sobre os ex-governadores deveria ser tratado por nós, da mídia daqui, mas na ausência disso - por esta omissão - qualquer cidadão catarinense - ao saber disso - poderá a qualquer tempo ir ao Ministério Público e patrocinar uma "Ação Popular" contra este descalabro envolvendo gente tão poderosa, como sabes.
Para teres uma idéia, as ações movidas pelo deputado estadual Padre Pedro Baldissera (PT), contra as aposentadorias dos "ex" é uma dessas "ações populares", a qual questiona há anos este benefício. Aliás, já entrevistei - dois anos atrás - o então governador Eduardo Pinho Moreira, sobre o assunto, reportagem que me custou bem caro - posso te garantir.
Assim, caro Reinaldo, como vês, todos podemos fazer alguma coisa. O problema é se ter ousadia e desprendimento. Fora isso, pode-se ficar cobrando do "macaco" ao lado providências que coloquem seu rado em risco, tarefa não menos importante, mas bem mais confortável e comprometedora do que soltar e assinar o verbo.
Ademais, parabéns pela tua saudável preocupação.
um abraço.

Reinaldo disse...

Abraço também, só hoje vi a resposta.
Ouço teus programas.
Tirando uma que outra bola fora, sei que tens boas intenções.
Mas os daqui, com o meu sotaque (diferente do teu), que estão aqui desde o tempo do bonde a burro, estes é que devem ser cobrados sim. Como pode, dependermos da Folha de São Paulo para repercutir um assunto que é um verdadeiro escândalo? É toda uma população de colonos a trabalhar no interior para sustentar uma ilha da fantasia de alguns poucos locais.

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