quinta-feira, 7 de abril de 2011

Oposição carente e um Aécio soberbo, de uma “mineirice” amadora

Cheguei a me impressionar com a força do senador Aécio Neves (PSDB-MG). E continuo crente que é a única alternativa da oposição à Dilma/Lula. Mas preciso fazer uma correção desta minha impressão.
Ontem tuiteiO Aecinho começou. Disse que vai mostrar que o Brasil não foi descoberto em 2003. Chapa da Dilma esquentando para 2014. Lula só na moita...”. Minha impressão naquele momento foi fruto do barulho que o pessoal fez lá de Brasília e Brasil afora, logo após o discurso do senador mineiro.
Antes de dormir, perdi um pouco do meu sono na TV Senado, que reapresentou Aécio na tribuna. Me enganei bastante e por isso faço este reparo em tempo.
A pompa de Aécio não corresponde ao conteúdo de seu discurso lido. Apresentou propostas óbvias, que o Serra e o Alkimin já haviam levantado anos anteriores e, muitas delas, emprestadas dos textos de Dilma e Lula, que, aliás, e entre nós, são réplicas bem feitas de campanhas liberais mais antigas ainda. Ou seja, nada de novo!
O que esquentou a presença de Aécio foi o tom provocador no mais velho estilo mineiro, batendo e assoprando. É bem verdade que Tancredo fazia isso bem melhor, com propósitos mais republicanos, mas o neto se esforça em seguir a manha do avô. “Mineirice” ainda amadora. Sai-se até bem, no entanto precisa cuidar com a vara, curta demais para cutucar onças mais experientes.
O que impressionou, também, foi o assanhamento dos senadores de oposição. Como estão carentes..., como estão ávidos de posições firmes e propostas concretas que Aécinho parece trazer.
A aparição dele ontem foi um pequeno show, uma demonstração de força do tipo “ainda estamos aqui, vivos, cuidem-se!...” Detalhe: a soberba de Aécio não lhe permitiu os apartes de seus próprios correligionários. Foi até o fim do discurso, extrapolou dez minutos, e não deu oportunidade pra ninguém interrompe-lo. O Sarney – presidente eterno da Casa – quase melou o ôba-ôba ensaiado, mas não conseguiu. Os “apartantes” acabaram falarando o dobro de Aécio e se esbaldaram em elogios ao senador/neto. Foi tanto confete que Aécio chegou a prometer o ministério da Justiça ao colega Demóstenes Torres, quando assumir a Planalto.
Brasília é mesmo um espetáculo à parte.

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