quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Guerra de família


O Dr. Cordeiro, que é Procurador do Estado, amigo que sempre dá boas opiniões aqui no Blog, me desafia a falar da guerra entre israelenses e palestinos. É um tema difícil, que envolve a macro história, de muitos séculos. Tão complexo que se tivéssemos testemunhas imortais neste debate iríamos ver ninguém menos do que Jesus Cristo nesta mesa.
Dia desses acompanhei uma entrevista com uma jovem palestina, que nasceu em Israel, mas foi educada na religião islâmica. Sua educação em relação ao Estado de Israel dá o tom da complexidade do conflito. Para ela, Israel é a terra dos judeus, mas considera essa posse ilegal, são ocupantes na sua visão. A Faixa de Gaza é uma resistência permanente, uma espécie de teimosia em se defender uma Pátria. Paralelamente a isso tudo, ninguém desta guerra pode negar que todos os envolvidos são um mesmo povo, são “brimos”, como eles mesmos falam.
O que vemos todos os dias na televisão é uma guerra sangrenta entre irmãos. Mas há um dado alienígena, que não destoa dos demais conflitos hoje pelo mundo: a presença norte americana, com armas, com apoio tecnológico, estratégico e político. É verdade, a base da sociedade americana é judaica e este fator étnico tem um peso importante, mas sabemos que o apoio histórico dos Estados Unidos à Israel está ligado essencialmente às questões estratégicas do controle regional do mapa mundi, de interesses econômicos bem conhecidos e tudo é admitido sob esta ótica e pouco tem a ver com a etnia.
Se nunca fui simpático a esta política intervencionista norte americana – e o Iraque é um exemplo típico – me causa indignação mais esta posição dos EUA, que deveriam, desde sempre, ter uma atitude humanista, a partir da ONU, no sentido da solução para o reconhecimento dos dois estados, Judeu e Palestino.
A guerra é sempre injusta, tem seu DNA no ódio, é ruim sempre, é a legítima prova do quanto somos, ainda, primitivos, minimizando de forma criminosa a racionalidade, que nos difere dos outros animais do Planeta.
Volto ao tema.

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