domingo, 4 de janeiro de 2009

O nosso Nobel inglês


Uma falha minha, não anotei o nome, vou ficar devendo aqui. Ontem à tarde, o pessoal da Rede Eldorado AM (1.420 kHZ) entrevistou um professor, um mestre em matemática de grande conhecimento e eloquência. Um belo papo. Peguei a entrevista pela metade, no carro. Só consegui saber que ele é da nossa UFSC. Vou atrás de seu nome e quero também entrevistá-lo, na Guarujá.
Ele fez um comentário interessante sobre como ainda estamos longe de ser um país de cultos, que valorize a ciência e a cultura. Contou que dia desses, numa palestra a cerca de 300 acadêmicos de uma universidade, foi criticado por ter uma visão tão pessimista sobre as possibilidades que evoluirmos. Foi, então, que o professor propôs uma pergunta à platéia para provar sua convicção:
- Qual o único brasileiro, em toda nossa história, que ganhou um Prêmio Nobel?
Ninguém soube responder, nem mesmo outros professores presentes.
O mestre, então, completou:
- Pois é pessoal. Ninguém aqui sabe que o brasileiro Peter Brian Medawar (foto) ganhou o Nobel de Medicina e Fisiologia, em 1960. Na Argentina, pra nossa vergonha, qualquer motorista de táxi sabe que quatro argentinos já ganharam o Nobel, retrucou o mestre matemático.
Pesquisei um pouco sobre o nosso “Brazuca Nobel”. Ele nasceu em Petrópolis/RJ, em 1915, e foi educado entre nós até a sua adolescência. Faleceu em 1987 e poderia ter vivido no Brasil, não fosse a proibição de entrar no País, imposta pelo governo, por conta de problemas que tinha com seu passaporte e o fato de não ter servido ao Exército, quando moço. Resolveu, então, nacionalizar-se britânico e ganhou da Rainha dos ingleses o título de “Cavaleiro do Reino”, passando a chamar-se Sir Peter Brian Medawar. Em muitas enciclopédias consta, apenas, que ele é inglês. Algo parecido com Albert Einstein, que era alemão, mas naturalizou-se norte-americano, em 1940, já famoso, quinze anos antes de morrer.
Bem feito pra nossa cara! O professor tem razão.

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