sexta-feira, 1 de julho de 2011

O "Sala", o "Salinha" e a aposentadoria do Professor

O Emílio Cerri me liga e pede que eu comente os 40 anos do Sala. Uma imposição, uma convocação, ato que cumpro com honra, por ter vindo do mestre Emílio e por se tratar de duas paixões, que já marcaram a minha vida: o Sala de Redação e o Professor Ruy.
Me criei ouvindo o Sala, que era um programa muito maior, de três horas se estou bem lembrado. Os “Debates Esportivos” o finalizava e não passava de meia hora. O Cândido Norberto foi quem o inventou. Foi evoluindo e o esporte engoliu a marca do Sala. Sou do tempo do Sala antigo, composto por alguns que já se foram. Já faz 25 anos que sai de Porto Alegre. Tá, eu sei que posso ouvir pela Internet ou pela Net, mas nada substitui aquela sonequinha depois do almoço, ouvindo aqueles craques dando aulas em forma de entreveiro. De vez em quanto vou ali e mato a saudade. Mas hoje não tem mais o “Seu Rola (Foguinho), o Cid Pinheiro Cabral, o Hugo Amorim e o Santana diariamente.
Pra se fazer um link com SC, digo que o nome provisório – quando ainda estava só nas nossas vontades – o “Debate Diário” de hoje, da CBN/Diário, era chamado carinhosamente nos bastidores de “Salinha”. Eu, Claiton Selistre, Rogério Caldana, Pedro Carloto discutíamos a formação da mesa. O Roberto Alves e o Miguelzinho nem contratados estavam. Falávamos em ter no “Salinha” o Telles, o Prates, o Cacau, o Severo, o Britto. Depois de muita análise, o Claiton escolheu o Britto, o Telles, eu e o Roberto, recém contratado. O “Salinha” foi pro ar. Era o “Debate Diário” que começava sua vida (na foto, uma página do DC, o anúncio do programa com sua primeira formação, com duas horas de duração). Detalhe: só não usamos a mesma trilha do Sala de Redação por recato. O pessoal da Gaúcha já andava cabreiro com os “empréstimos”, a começar pela trilha da Jornada Esportiva, adotada por nós. Mas a trilha que se escolheu, saibam os mais curiosos, era uma música usada no comentário esportivo do inigualável Armindo Antonio Ranzolin, irmão do Ivan. Se o ouvinte se der o trabalho de ouvir a trilha inteira usada para o Ranzolin, vai encontrar mais adiante a trilha de hoje do Debate Diário. Em Porto Alegre, chegaram a fazer cara feia, mas com a “driblada”, passou.
Acabei falando demais do Sala. Queria ter falado um tanto a mais do Professor, do Ruy. Foi meu professor na Unisinos, foi meu mestre, é meu ídolo profissional. Pra quem não sabe, faço o “Guarujá Entrevista”, na Guarujá, em homenagem a ele. Na Gaúcha, ele pilota o “Gaúcha Entrevista”, no mesmo horário, com estilo idêntico ou, pelo menos, tenho me esforçado para isso. Confessei isso a ele faz pouco, quando o reencontrei no Brique da Redenção, em Porto Alegre, com grande emoção. Escrevi sobre isso no Blog. Virei guri de novo naquele domingo.
Na festa do Sala (na foto, com o mestre Ruy Carlos Ostermann no comando, ao lado do que está falando, Lauro Quadros), foi anunciado que o Professor vai parar, se aposentar. O Lauro vai assumir o Sala e o Professor nem nas Jornadas mais estará. Uma pena, mas respeito o descanso do guerreiro. Vai relaxar, merecidamente, e no seu estilo, glamouroso. Continuará nos brindando com o “Conversas com o Professor”. Uma sacada sofisticada como tudo que cerca o Ruy, cheia de charme. Ele num palco, ao lado um entrevistado interessante, à frente uma platéia, entrada franca, casa sempre lotada. O papo dura cerca de duas horas e é toda tuitada pela Web, com textos e fotos. Devem dar outros formatos, não sei. Um evento que só o Professor poderia protagonizar.
Se é o que temos, agora, vamos ao tuiter e curtir suas “Conversas”.
Um abraço, mestre Emílio.

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