Não deve ser fácil ao velho, com seus 84 anos, reconhecer coisas assim. Pior ainda deve ser para um homossexual cubano ouvir isso. É um resgate tardio, de 50 anos, mas cheio de coragem, bem ao estilo Fidel.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
O Fidel, a autocrítica e o que falta...
Não deve ser fácil ao velho, com seus 84 anos, reconhecer coisas assim. Pior ainda deve ser para um homossexual cubano ouvir isso. É um resgate tardio, de 50 anos, mas cheio de coragem, bem ao estilo Fidel.
No velório do JB o ministro engraçadinho
Meu humilde respeito, lamento e dor.
Ah, Holanda...! Vamos morrer de inveja
Nem ia falar do assunto já que foi tratado pela mídia aberta de televisão e imagino que não é novidade e o pessoal anda sempre atrás de coisas novas por aqui. Mas o Pires, um ácido, atento e carinhoso leitor e ouvinte me manda um e-mail sobre a matéria que a Record colocou no ar esta semana, numa série sobre a Holanda.
Contam que é o país mais livre do mundo. Ué, mas não são os Estados Unidos a maior Democracia? Calma, calma, Marcelo, não vai começar aquele faniquito anti-imperialista, poxa! Tá bom, já passou...
Além da maconha liberada (em termos..., menos de 1% da população fuma baseados, quando a média é de 10%), sexo à vontade nos parques públicos (rápida explica: é que o pessoal lá tem bom senso, é civilizado, educado. Pode, mas pouca gente pratica e quando faz, usa o bom senso, respeitando as crianças, os idosos...).
Mas o que chama mesmo a atenção é o sistema carcerário. O crime anda em declínio por lá. Garantem até que é um dos dez países mais seguros da Bolinha. Das 14 mil vagas existentes nos Penitenciárias (kitinetes do padrão dos nossos estudantes aqui), apenas 12 mil estão ocupadas. Sabem o que eles estão fazendo? Alugando! A Bélgica para aluguel para os holandeses guardarem com segurança e educação os seus presos.
Nos próximos anos, o governo Holandês pretende fechar cerca de seis unidades prisionais no País e transforma-las em áreas de cultura e lazer.
Brasileiros e brasileiras. Antes de morrerem de hipertensão, obesidade, estresse, esquistossomose, malária, morram de inveja. Mas com educação, tá pessoal!
Em tempo: me desculpem, mais uma vez, por este longo período ausente. Falta de tempo e esse clima down não combinam com blog. Vamos em frente...
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Serra sem descontos
Foi, sem dúvida, a melhor entrevista da série na bancada no
Não, não foi o Bonner & Sra. a razão disso, eles não estão engajados – acredito, e muito menos eu. Mas o papo encaixou, não acharam? Eu vi assim. A experiência do tucano falou mais alto. Ele estava muito tranqüilo e conseguiu administrar o seu sorriso, um dos mais feios do País. Ficou simpático, maduro e driblou bem as provocações em relação às não-críticas a Lula com um bom papo sobre o futuro.
O Serra soube conter a ansiedade de sempre dos dois e foi bem na conversa.
O que pegou mal foi aquela ceninha do Bonner, não deixando o candidato concluir o raciocínio, se apegando ao rigorismo careta de que já falei aqui. Aliás, se fôssemos descontar as colocações pré-perguntas dos dois titulares do JN, o Serra, a Dilma e a Marina teriam mais um minuto pra falar, no mínimo.
Ademais, a hipocondria (o Plínio matou a charada...) continua dominando o discurso de Serra. É só uma graça, sem perseguições... Na verdade, ele tem razão e conhece bem o assunto, mas que é hilário isso é.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
O problema do casal Bonner
Ficou claro, ontem, no JN, com o Bonner & Sra., o drama deles. Na verdade, é incrível isso, mas eles não sabem entrevistar ou, pelo menos, não tem tarimba pra isso. Uma malandragenzinha num tetê-à-tête com entrevistado – principalmente com ao mais falantes e experientes, é “caçar” a palavra na respiração do vivente. É isso mesmo. Os coleguinhas mais descolados sabem do que estou falando. Quando o sujeito conclui uma frase e dá aquela mínima respirada para continuar a gente, então, mete uma outra pergunta, como uma cunha e desmonta a estratégia de raciocínio do entrevistado. É comum que esta intervenção desconcentre-o e isso pode propiciar declarações surpreendentes, verdadeiras, emocionais, o que diferencia a boa entrevista daquela previsível e enfadonha.
Se alguém achou que os dois da bancada do JN quiseram “apertar” a Dilma na segunda, essa impressão deve ter mudado ontem, na entrevista com a Marina Silva. Nas duas eles foram iguais. Ao não saber “caçar” a palavra de seus interlocutores, foram deselegantes, arrogantes e ingênuos. Problema, talvez, de quem se acostumou só a ler textos no telepronter e chamar matérias. Faltou técnica e malandragem. Sobrou ansiedade.
Hoje tem Serra.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Apertaram a Dilma no JN
Encontrei um amigo agora pouco e ele me fez uma observação interessante sobre os comportamentos de Bonner e Fátima, ontem no
Fiquei pensando naquilo até agora, tentando entender o sentimento deste amigo, que é uma pessoa esclarecida, funcionário público federal.
Também notei o fato ontem, mas não achei relevante. Teria feito, talvez, as mesmas perguntas e com aquele rigor. Nós jornalistas, muitas vezes, somos instigados a uma coragem exagerada e provar que não nos intimidamos diante de um interlocutor ilustre e que não tememos perguntar o mais difícil. Mais ainda: buscamos este caminho viril tentando polemizar, arrancar o inusitado, o bizarro, diante de um vacilo ou despreparo do entrevistado.
Acho que foi isso que aconteceu ontem com o Bonner e a Fátima.
A prova real das suas intenções virá amanhã, no mesmo espaço que darão ao Serra. Há rumores que os dois da bancada dormiram com as orelhas puxadas. Na quarta, um comportamento menos intenso e já vão falar que o JN é tucano. Sinuca! Vamos ver.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Dilma e a “substituta”

A Dilma parecia uma boneca na bancada do JN. Me lembrei do filme do Chucky, aquele boneco assassino horroroso. A maquiagem era um reboco. No cabelo devem ter usado meia dúzia de spray’s de laquê. Redesenhada, puxada, botoxada, ela era sorrisos pra tudo, até nas “apertadas” que o Bonner & Sra. dispararam. Parecia que a Dilma não sabia que era pra valer, às “ganhas” as perguntas. Me deu a impressão que o motorzinho de sorriso dela travou. Foi constrangedor.
Não tenho nada contra a Dilma e o PT e muito menos contra o Lula. Muito pelo contrário. Mas esses marketeiros vão acabar com a super-ministra.
Será que só eu vi isso? Acabo de ler bons comentários sobre a entrevista.
Me lembrei, agora, do filme que vi no sábado, “Substitutos”, onde os humanos vivem isolados e só interagem através de organismos robóticos que servem como substitutos. Juro que achei que “aquilo” era a "substituta" da Dilma.
Maldades e brincadeiras à parte, ainda há tempo. Deixem a mulher ser ela mesma.
Será que o Serra, na quarta (amanhã é a Marina) também vai mandar um “substituto” pro JN?
Debates caretas
Ontem assisti o bom Canal Livre na Band. Os jornalistas fizeram uma avaliação interessante sobre a história dos debates entre os candidatos à Presidência nos últimos anos. A Band construiu esta tradição. As campanhas eleitorais começam com o primeiro debate deles. É bem verdade que na Globo vemos sempre uma inovação tecnológica ou estética. Me lembro da primeira eleição de Lula, no segundo turno com o Serra, Bonner mediando, os dois numa bancada central, livres para andar pelo palco, rodeados de uma platéia escolhida. Talvez não tenha sido tão bom, mas foi diferente. Sempre esperamos estas surpresas do “plim-plim”.
Mas o pessoal do Canal Livre lembrava que os debates antigos tinham mais vibração, eram mais quentes. Os candidatos se apresentavam mais agressivos e indisciplinados, oferecendo momentos de aplausos, risadas e descontração das platéias formadas de assessores e jornalistas. A gente chegava a se divertir
Passou o tempo, a legislação eleitoral foi enrijecendo e temos hoje debates muito chatos, caretas, previsíveis, mercadológicos. Suspeito que esta queda de brilhantismo, do hilário, do surpreendente, está na exata medida da substituição dos velhos coordenadores de campanha – que sempre foram aqueles “pajés” partidários, ilustres, sábios, experientes, por estes rapazóides chamados “marketeiros”. Essa caretice nos debates e campanhas em geral foi ganhando força desde que esses meninos, vindos desses “MBA’s” de publicidade e propaganda do exterior, invadiram a cena eleitoral e transformaram o eleitor em consumidor e os candidatos e produtos.
Viramos todos suco de laranja. Mornos, insossos, sintéticos, puro botox. Que pena! Como era bom a Gabi Gabriela tentando interromper o Dr. Brizola e o Maluf se “ejectando”...
Achei no You Tube um daqueles momentos inesquecíveis. Brizola pedindo aparte não concedido por Maluf. "...não dá aparte porque não pode..., filhote da ditadura...". Vale relembrar.
domingo, 8 de agosto de 2010
A censura dos tacanhas
Vejam que idéia interessante. Aproveitar o movimento nos postos de saúde e, paralelo a aplicação de doses de vacinas nas diversas campanhas promovidas pelos governos, e desenvolver panfletagens e orientações médicas e psicológicas aos dependentes e pais de dependentes de drogas que comparecerem aos locais.
Sabem de quem é a idéia? É do vereador Aurélio Valente.
Recebi esta informação pelo e-mail, mas, vejam só que situação triste esta nossa legislação eleitoral, só posso divulgá-la aqui, num blog pessoal. Na Guarujá, onde apresento um programa, seria um provável crime eleitoral. Divulgando a nota, estaria correndo um risco perigoso de pesada multa e sanção por estar supostamente fazendo campanha eleitoral ao autor do projeto que no caso é candidato em 3 de outubro.
A força desta censura, sem dúvida imperdoável como sempre é qualquer censura, não está na caneta do juiz. O asco por este gesto covarde deve-se dirigir aos parlamentares, legisladores deste nosso Congresso Nacional tão tacanha e desfigurado. São os mesmos que invadem em grande parte os horários eleitorais gratuitos, criados também por eles, em franca e renovada ação em causa própria, banhada por uma peculiar cara-de-pau que, tão familiar e triste a todos nós.
Que horríveis figuras estas que vamos escolher em outubro. Só não é mais tenebroso este cenário porque há sempre as honrosas exceções. Elas salvam a verdadeira e indispensável boa política.