quinta-feira, 31 de julho de 2008

Lembrança de incêndios

O tempo faz tudo. Esta semana estive numa reunião-alomoço da Acif, onde o empresário gaúcho e ex-deputado Luiz Roberto Andrade Ponte foi palestrante, para falar de sua proposta de Reforma Tributária. Apesar da brilhante exposição não contive minha atenção e viajei em lembranças inesquecíveis daquele homem de cabelos brancos e de voz calma. Há 30 anos entregava os melhores anos de minha vida a uma militância lúdica ao MR8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro). Luiz Ponte era o presidente do Sinduscon, o Sindicato dos empresários da construção civil de Porto Alegre. Eu era assessor de comunicação (de agitação, melhor dizendo…) do Sindicato dos trabalhadores.
Em lados opostos na mesa vivenciamos muitos debates acalorados durante as rodadas de negociação de acordos coletivos daquela categoria. Explique-se que debate, em época de ditadura, inclui muitas vezes, além de conversas, cenas de pugilato, correria e muita ousadia. Não fugimos à regra. Tivemos embates fortes, com literais viradas de mesa e até o incêndio de um prédio em obra, na qual trabalhavam centenas de operários que não recebiam seus salários há semanas. O Sindicato desempenhou seu papel, fez uma assembléia e a categoria deliberou sobre o incêndio. Fornecemos a gasolina que estava aguardando na Kombi. Os bombeiros e a polícia logo apareceram, o presidente do Sindicato foi preso, mas os empresários, liderados pelo Dr. Ponte, pagaram seus empregados. Uma história assim, hoje no Brasil, seria inimaginável e quase não acredito que tivemos essa petulância na época. Mas era assim mesmo. Três décadas depois me encontro com este recanto do meu passado. Estamos envelhecidos e mudados pelo tempo. Entrevistei o Dr. Ponte para o Jornal da Noite/Rádio Guarujá olhando seu semblante e tentando me recordar daquelas cenas. Foram vários flash’s e meu entrevistado percebeu isso. Depois do “stop” rimos muito de tudo, fraternalmente.
Salve a democracia e o tempo! Foi bom…

quarta-feira, 30 de julho de 2008

O "livro" virou livro

Esse mundo está mesmo remexido. Quem questionaria a sensibilidade política do governador Luiz Henrique da Silveira, reconhecido pela sua capacidade de articulação, explicada, por muitos, pela convivência de tantos anos com o saudoso Ulysses Guimarães. Pois é. O governador comporta-se como um amador ao se calar diante do Caso Nei Silva. Tal estratégia causou tanta fumaça e provocou tanta coragem e ousadia aos seus protagonistas que o “livro” – “A Descentralização no Banco dos Réus”, vai mesmo virar livro. A peça estará nas livrarias, “por toda Santa Catarina…”

O fato é o que importa

Estou convencido de que as pessoas querem da imprensa é informação. A opinião dos âncoras, dos repórteres e jornalistas são, no máximo, um adereço, um acessório, quase sempre dispensável. O mestre Mino Carta já disse: “nada é mais objetivo e revolucionário do que o fato”. Nada mais correto. Como profissional de comunicação luto diariamente contra a vaidade e tento disciplinar o aperfeiçoamento na arte de bem perguntar. Parece-me uma reflexão pertinente.

Gás: marketing maior que o investimento

O gás automotivo é um equívoco. O combustível é nobre demais para este fim, apesar do seu bom desempenho econômico. Sua real vocação é a indústria pesada, onde é mais adequado, sob todos os aspectos. A opinião é do engenheiro eletricista José Antônio Latrônico Filho, membro do CREA/SC e diretor do Sindicato dos Engenheiros de Santa Catarina. Ele acredita que, historicamente, o marketing sobre o gás foi muito maior que os investimentos que deveriam ter acontecido. Hoje temos uma utilização significativa desta matriz energética e somos francamente dependentes da Bolívia. Se houver investimentos sensíveis no setor, agora, vamos melhorar esta posição somente em 2016. Os aumentos do gás, tão reclamados pelos empresários da Fiesc, são a ponta de um iceberg. A tendência é que fique ainda mais caro, levando o setor produtivo, no longo prazo, a uma reviravolta neste conceito energético, analisa o engenheiro.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Medo de helicóptero

Vaca escolada em Santa Catarina já sabe que não adianta correr para o capão, quando sobrevoa o helicóptero do Governo do Estado: é churrascada certa e edital de obra lançado! O que nem sempre é garantido é o cumprimento da promessa. A bem da verdade, muito antes do helicóptero de hoje, já era comum ver-se ilustres autoridades procederem da mesma forma, intrépidas, manobrando tratores.

sábado, 26 de julho de 2008

Sem preservação e sem tainha

A safra da tainha este ano, a mais fraca dos últimos dez anos, se explica não só pelas faltas do frio e do vento sul como dizem os mais românticos. Entrevistei ontem no Jornal da Noite/Rádio Guarujá o biólogo Alexandre Castro, da ONG Instituto Ilhas do Brasil, e ele afirma que o fato se deve, principalmente, a uma exploração indiscriminada da pesca industrial, puramente extrativista, sem nenhuma regulação jurídica, científica ou governamental. E o que é pior: Se o estado fosse intervir não saberia como, tal é a falta de informação e de pesquisas sobre o assunto. Preocupante.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

A euforia azurra

No descaminho, se contorcia em risos com um tropeço do rival, o que lhe faz esquecer, por instantes, a sua condição inferior. E não vamos esquecer que tropeços acontecem no paço, mas são bem mais comuns na vala.

Paranóia do índio


O último churrasco

Se juntássemos todas as churrascadas feitas ao longo da BR 282, promovidas por autoridades públicas para lançar e inaugurar asfalto alinharíamos um boi atrás do outro, de Lages a Campos Novos. Parece que agora terminou.

Patacoada

Os deputados estaduais estão anunciando que irão, dia 31, aos trechos serranos da BR 282, finalmente concluídos após 50 anos de espera. Eles irão visitar a estrada pronta. Sinceramente, não sei para que. Todos conhecem a estrada. Um regozijo dispensável, que só se explica pelo oportunismo tradicional, ensejado pelas eleições próximas.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Fuga

- Doutor, fugiram alguns presos da nossa cadeia! - Não se preocupe, companheiro, nós temos muitos aqui, não vão fazer falta… Calma, o diálogo não foi na nossa Secretaria de Segurança. É só uma piadinha do Jô, de ontem.

Castelos de política

Ando exorcizando a minha paixão pela política. É pra me proteger das decepções das últimas décadas, nas quais meus castelos ruíram, quase todos. Mas o Carlos Damião – esse incorrigível poeta, me lembra a frase da jovem Manuela D’Avila, 26 anos, já deputada federal, no Programa do Jô: “Sem política, não há nada”. Sublime.

Sobriedade sem sofisma

O desembargador do TJ/SC Luiz Cézar Medeiros dá uma aula sobre o que é razoável e civilizado, buscando bons argumentos de colegas. Ele traz o raciocínio do colega desembargador do TJ de São Paulo, Rizzatto Nunes, a respeito da questão. “Veja o caso da atual e chamada lei seca e das ações praticadas contra os cidadãos de bem. A pessoa é parada na via pública pela polícia, apenas e tão somente porque acabou de sair de um restaurante. Pergunto: qual o elemento objetivo e legal que permite esse tipo de abordagem? Nenhum. Não há suspeita, não há comportamento perigoso, não há desvio de conduta nem manobra capaz de causar dano a outrem. Há, apenas, o fato de estar dirigindo um veículo após ter saído de um estabelecimento comercial ou nem isso: apenas porque está passando naquele local naquele momento. Isto é, trata-se de uma circunstância corriqueira de exercício da cidadania. Nessas condições a abordagem é ilegal. É assombroso, para dizer o mínimo”, completa o magistrado. A tese e a decisão vêm em boa hora. Ontem, o ministro Tarso Genro anunciou o endurecimento da Lei Seca (com aumento das multas), embalado pela redução de atendimentos de acidentados. Já lembrei aqui que, se a moda pega, ao se proibir as pessoas de saírem de casa, os acidentes diminuirão ainda mais, exceto os caseiros, como queimar o dedo no fogão. É mole?! Salve o desembargador!

Justiça traz bom senso para Lei Seca

O procurador do Estado, Juliano Dossena, Presidente da Associação dos Procuradores do Estado de Santa Catarina – Aproesc, me envia uma notícia que pode virar a mais nova avalanche de ações nos tribunais pelo País. Trata-se do pedido de um hábeas corpus preventivo em nome de treze pessoas “contra o Secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa do Cidadão de Santa Catarina, requerendo in limine e inaudita altera parte, o deferimento de liminar para que os ora pacientes não sejam obrigados a submeterem-se ao teste de alcoolemia (bafômetro), caso submetidos à diligência policial, tampouco sofram sanções previstas no art. 165 da Lei n. 11.705/08, caso se neguem a realizar o teste”. O que se visa tolher com a presente medida é a penalização administrativa de condutores que, apesar de não se submeterem ao teste de alcoolemia, demonstram estar aptos a conduzir seus veículos. Nesses casos não há necessidade nem obrigatoriedade por parte da autoridade de trânsito de aplicar as penas administrativas previstas no art. 165 do Código de Trânsito Brasileiro. O desembargador do Tribunal de Justiça do Estado Luiz Cezar Medeiros, relator da matéria, resolveu conceder a liminar para que os pacientes não sejam penalizados administrativamente tão-somente pelo fato de se recusarem a se submeter ao exame de alcoolemia, salvo se aparentarem estar sob a influência de álcool. Lei mal feita, que trata o geral como exceção, é nisso que dá. O magistrado usou o bom senso que o legislador incompetente esqueceu.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Campanha


Com a LEI SECA, o jeito agora é tomar APENAS UM COPO de cerveja.A colega Carol me mandou. Não resisti em colocar aqui.

Oportunismo barato

Descolada de ética a lei que oferece incentivos ao município que aceite receber presídios estaduais. Se assim é, concluo, então, que com “incentivos” – sejam lá quais forem, o presídio construído perde toda a sua periculosidade, tão repudiada por todos.
É isso? Tem alguma coisa errada nessa tese.

Meu pirão primeiro…

Engraçados alguns raciocínios. Na Audiência Pública de ontem na Assembléia Legislativa, o prefeito de São Pedro de Alcântara, Ernei Stahelin, disse que no presídio lá existente nenhum preso é do município. Se vale um argumento tacanho como este, lembre-se que os hospitais de Florianópolis estão cheios de pessoas de outras cidades. Farinha pouca… Não é por aí.

domingo, 20 de julho de 2008

O DNA da promiscuidade

Em tempos de “revistas metrópoles” e “livros no-banco-dos réus”, não resisto trazer ao Blog um trecho de “1808” que leio. “… O mesmo Hipólito (Hipólito José da Costa, gaúcho, criador do primeiro jornal brasileiro, o Correio Brasiliense, em Londres) que defendia a liberdade de expressão e idéias liberais acabaria, porém, inaugurando o sistema de relações promíscuas entre imprensa e governo no Brasil. Por um acordo secreto, D. João começou a subsidiar Hipólito na Inglaterra e a garantir a compra de um determinado número de exemplares do Correio Brasiliense, com o objetivo de prevenir qualquer radicalização nas opiniões expressas no jornal. Segundo o historiador americano Roderick J. Barman, por esse acordo, negociado pelo embaixador português em Londres, D. Domingos de Souza Coutinho, a partir de 1812, Hipólito passou a receber uma pensão anual em troca de críticas mais amenas ao governo de D. João, que era um leitor assíduo dos artigos e editoriais da publicação. “O público nunca tomou conhecimento desse acordo”, afirma o historiador. De qualquer modo, Hipólito mostrava-se simpático à Coroa Portuguesa antes mesmo de negociar o subsídio. “Ele sempre tratou D. João com profundo respeito, nunca questionando sua beneficência”, registrou Barman. O Correio Brasiliense, que não apoiou a independência brasileira, deixou de circular em dezembro de 1822. Hipólito foi nomeado pelo imperador Pedro I agente diplomático do Brasil em Londres, cargo que envolvia o pagamento de uma nova pensão pelos cofres públicos”, conta Laurentino Gomes, no seu "1808".
D. João e Hipólito tiveram mais sorte…

"1808" e o jeitinho brasileiro

Estou lendo como quem come “papos-de-anjo” o livro “1808”, do jornalista Laurentino Gomes. Ótima leitura. Edição e encadernação de primeira. Uma meticulosa história, nua e crua, sobre a vinda da Família Real para o Brasil. Começo a entender de onde vem o “jeitinho brasileiro”. D. João IV fugiu de Portugal e deixou que seu país fosse invadido, bisonhamente, pelas tropas de Napoleão Bonaparte. Essa é a versão mais conhecida. Apesar da fama de covarde, o rei português driblou o general francês e escapou de sua deposição. “D. João, foi o único rei que me enganou”, reconheceu Napoleão. A manobra do “nosso” monarca disseminou discípulos, fartamente, no mundo político tupiniquim contemporâneo.

sábado, 19 de julho de 2008

A revolução de Fidel


“Nesta noite 200 milhões de crianças vão dormir na rua, em todo mundo. Nenhuma delas é cubana.” Já tinha lido esta frase e havia me esquecido. De tão significativa, registro-a aqui. Está estampada num outdoor (hoje já meio descascada), bem na saída do aeroporto internacional de Havana, desde 2000, quando o Papa João Paulo visitou Cuba. O jornalista Fernando Moraes é quem fez a lembrança, falando de seu livro “A Ilha” (1975), hoje na 37ª edição. A foto foi obtida na Internet.

Princípios

“As questões brasileiras sempre estarão acima das minhas tragédias pessoais”. Do mestre Luis Carlos Prestes, ao responder a uma provocação, durante as eleições de Getúlio Vargas, a quem prestava o apoio dos comunistas brasileiros. Getúlio, quando ditador, anos antes, entregou Olga Benário, judia e esposa do Velho Prestes, ao regime nazista, o qual a matou nos campos de concentração. Outra do Fernando Moraes, no seu livro “Olga” (2004).

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Poeta sob tortura

Torturei ontem o colega Carlos Damião por longos 15, 20 minutos, após uma foto que fizera de um bonito pôr-do-sol entre prédios, flagrado na janela da redação da Guarujá. Ele queria ir correndo pra casa e publicar a peça. Fiquei puxando papo e testando a sua compulsão pelo Blog. Damião está viciado em nos brindar com boas notícias e belas imagens. Debochado, me ofereceu a foto.

O dito popular


Sem acordo, outra vez. Greve? Outra vez?

Entro num ônibus da Transol, Linha Agronômica, há minutos atrás. Ouço a seguinte conversa entre o motorista e o cobrador:
- O Dionísio tava falando, agora, na rádio que eles não assinaram o acordo de novo.
- E aí, vai ter greve de novo? - Ele disse que sim, vai ter uma reunião agora, de madrugada, pra definir.
- O cara do Setuf tava falando com ele, …o bicho vai pegar outra vez.
- Mas e a greve? - Tavam falando amanhã, nessa madrugada…
- Não, amanhã não dá mais tempo e no fim de semana não vale a pena, não tem movimento nenhum. Isso vai ficar pra segunda ou terça.
- Mas vai ter greve de novo, pode escrever…, eles tão brincando…
Fizemos o nosso papel jornalístico no Jornal da Noite/Rádio Guarujá. Colocamos o sindicalista Dionísio Linder, do Sintraturb, e o assessor de comunicação do Setuf, Erasmo Balbinot. Discutiram no ar durante meia hora. Não chegaram, mais uma vez, a nenhuma conclusão. Parece brincadeira, mas não é. O acordo não foi mesmo assinado, como da outra vez. Registre-se que a primeira mão, na Guarujá, se deveu ao atento jornalista Polidoro Jr. Ele que nos ligou, passando a informação. Corri para a agenda telefônica, derrubando toda pauta do programa. Liguei, agora, para todos os telefones que tenho dos sindicalistas. Eles estariam em reunião, neste instante. Ninguém me atendeu. No entanto, os telefones não estão desligados. O jeito é conferir no ponto de ônibus, logo mais.
Tudo outra vez. Que deboche!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

A frase que sobrou

Se eu fosse um petista apaixonado reproduziria aqui – com orgulho - o que disse o presidente Lula sobre o afastamento do delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, que investigava Daniel Dantas, na Operação Satiagraha. O delegado resolveu se afastar, ao lembrar – na pior (ou melhor…) hora possível - que precisa concluir um curso, em Brasília, para continuar atuando na PF. “Moralmente esse cidadão tem de continuar no caso até terminar esse relatório e entregar ao Ministério Público”, disse o presidente, identificando-se com a maioria da população. Mas a frase do presidente veio acompanhada de outra, que contaminou o tom ético. Foi esta: “A não ser que ele não queira”, completou Lula. Deixou a porta aberta, infelizmente, para justificar o que vai acontecer.

Sem algemas, sem vergonha

Revoltante toda a mobilização jurídica para trazer o Cacciola de volta sem algemas. Um detalhe e um deboche a todo cidadão de bem deste País. Leio no G1 que ele está numa cela comum, com presos de formação superior e outros não. Dizem que não há camas para todos. Bem vindo ao Brasil, senhor Salvatore!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Nova epidemia de incompetência

Pipocam, em outros estados, agora no Paraná, episódios dramáticos de cidadãos baleados e mortos em ações atrapalhadas de policiais militares despreparados. Parecia que o problema era carioca, com respingos em São Paulo. Não é. A maré de casos lembra o “apagão aéreo”, que começou com atrasos e acidentes localizados e, surpreendentemente, virou uma febre e um colapso nacional. Será mesmo que vamos nos dar conta, de novo, que os fatos sempre existiram e só agora são visualizados em quantidade embalados pela onda de imagens e denúncias da mídia?

A buzinada do Waltencir

O Waltencir entrou no Blog e traz um assunto bem interessante. É sobre a emissão de Carteiras de Identidade. Ele acha que o documento deveria ser fornecido gratuitamente pelo governo ou a um preço simbólico. Segundo o leitor, a CI, hoje, custa R$ 10,00. Se houver pressa, o valor vai para R$ 15,00. “E para onde vai este dinheiro”, pergunta ele. O Waltencir conta que “só está isento da taxa quem comprovar que é pobre, mas com o salário mínimo baixo do jeito que é ninguém é rico”. Taí, Waltencir, a sua buzinada. Ele ainda nos faz um carinho, dizendo que “o forte da Rádio Guarujá é a interatividade com a população, um ajuda o outro, é legal esta cumplicidade. Abraço. Fica com Deus e quebra tudo Figueira!”, encerra o Waltencir. Valeu irmão, volte sempre.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Mudança de estratégia…


Terminal de gás

Vamos ver a força que tem a senadora Ideli Salvatti, parceira de primeira hora do presidente Lula. A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, anunciou ontem na Fiesc, que a Empresa se prepara para instalar um terminal de GNL, em Santa Catarina ou no Rio Grande do Sul. Os portos de São Francisco do Sul e de Imbituba estão entre os locais que reúnem condições para receber o investimento. Henri Quaresma, diretor de relações industriais da Fiesc, me observou ontem, no Jornal da Noite/Rádio Guarujá, que os gaúchos têm algumas vantagens técnicas, mas os catarinenses ganham com as melhores localizações. A decisão sai até novembro.

Mecanizar é faca de dois gumes

Em que pese Santa Catarina ser o quinto no ranking dos maiores exportadores do País no agronegócio, nossos produtores rurais ainda carecem de um investimento mais pesado na mecanização e na automação. A grande vantagem catarinense é o sistema, historicamente baseado em pequenas propriedades rurais, caracterizado como “perfeito” por José Zeferino Pedrozo, presidente da Faesc, em entrevista ontem no Jornal da Noite/ Rádio Guarujá. Com o dólar baixo em relação ao real, adquirir máquinas modernas seria bem oportuno. No entanto, lembra Pedrozo, “a situação é uma faca de dois gumes”, já que o perfil exportador do Estado sugere sempre uma cautela. O dólar está em baixa na saída e na entrada.

Vou ali e já volto…

Só faltou algodão doce na porta do Cadeião do Estreito, em Florianópolis, na fuga (fuga?!…) de 43 presos pela porta da frente, no último domingo à noite. Saiu quem quis. Teve até um preso que resolveu voltar. Havia três carcereiros. Um ficou de plantão, outro foi comprar lanche e o terceiro foi pra casa. Aí, a galera lá de dentro resolveu ir junto. Amanhã tem jogo no Scarpelli, Figueira x Santos. Na balada que vamos o pessoal é capaz de dar uma espiada nessa boa peleja da Serie A. Só brincando mesmo…

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Era só o que faltava…


- Eu quero ver é alguém prender os "dois braços" do Daniel Dantas…

A propósito…

O nome correto desta operação da PF, não seria “solta-e-aguarra”, no lugar de “Satiagraha”?

Eis "os índios"


Nos idos universitários criei dois personagens. Eram “Os mexicanos”. Depois viraram “Los hermanos”. Eles vestiam trajes típicos e falavam a vontade, muito mal da ditadura. O tempo deles passou, felizmente. Agora, aparecem “Os índios”. Acho que eles têm muito a dizer. Vamos ver.

Eu quero um Prozac!

Ouço um fariseu na Assembléia Legislativa vangloriando-se com sua opinião a favor da “Lei Seca”, trazendo os números reduzidos de ocorrências de bêbados no volante e suas estripulias no trânsito. O incauto explica, ainda, que o apelido de “Lei Seca” é inapropriado, mostrando seus conhecimentos da história norte-americana. Então, ta! Lá vai uma dica: se proibirem as pessoas de saírem de casa é bem provável que os acidentes diminuam, inclusive aqueles mais comuns, como tropeçar nas nossas calçadas esburacadas. É possível até que os assaltos despenquem nos levantamentos policiais, já que haverá quase ninguém nas ruas e as residências não serão alvos tão fáceis para os ladrões, já que estaremos em casa. Outra hora mando mais sugestões.Onde foi mesmo que deixei o meu Prozac?!

domingo, 13 de julho de 2008

Fora da ordem

Leio no G1 que os atendimentos do SAMU, em todo o País, tiveram uma redução de cerca de 25%, no trânsito das cidades e nas estradas, por conta da “Lei Seca”. Como ninguém pode degustar sequer uma taça de vinho fora de casa, quase nada aconteceu. Também não ouvi pela Rádio Guarujá, ontem, nenhum registro de seus atentos repórteres, de qualquer indício de agressão de torcedores do Criciúma contra os do Avaí. Eles foram ao Sul do Estado, “descamisados de azul”, proibidos pelas autoridades de vestir camisetas do seu Clube ou qualquer outra vestimenta que lembrasse os “azurras”, o que seria uma provocação intolerável aos donos da casa. Assim, a repressão deu certo, dirão os autores da idéia. Um país bem primitivo este nosso! Para coibir a ação de idiotas e trogloditas, na falta de valores, de educação e de autoridade, produz-se leis e determinações igualmente idiotas e trogloditas. Os cidadãos de bom senso e que respeitam a lei, que são maioria, são penalizados e tolhidos em seus direitos. E ninguém diz nada. Desculpem-me o chulismo, mas este é um País de merda, mesmo!

sábado, 12 de julho de 2008

Urge uma posição do governador

Ainda aguardo que o governador Luiz Henrique da Silveira se proponha a falar sobre o Caso Nei Silva, o tal “livro” e o envolvimento – já mais do que evidente, de nomes poderosos de seu primeiro escalão. Quanto mais passam os minutos de silêncio de LHS, mais munição é fornecida para a oposição e para todos os pescadores de águas turvas que estão se esbaldando nesse caldo de mentiras, verdades e boatos. A sociedade quer ouvir o seu governador!

A necessidade da renúncia para candidatos

Os profissionais da chamada mídia eletrônica (rádio e televisão), ao respeitarem a legislação eleitoral, não puderam publicar a cobertura realizada da entrevista coletiva concedida pelo prefeito municipal de Itajaí, ontem à tarde. Na verdade, o protagonista da coletiva, salvo alguma interpretação diferente da Lei, também não poderia ter convocado tal encontro com a imprensa, uma vez que é candidato e as pesadas opiniões que emitiu diante de câmeras e microfones têm inequívoco conteúdo eleitoral e, portanto, contrário ao que determina a Lei. Deste episódio fica uma reflexão sobre a necessidade de termos para as próximas eleições a obrigatoriedade de renúncia de qualquer cargo público a todos os candidatos, colocando todos em iguais condições na disputa por votos.

O ferrolho

Parece até que o senhor Daniel Dantas está brincando de pegar com todos nós, usando como ferrolho o Supremo Tribunal Federal. O prende e solta da Justiça, tendo como pano de fundo uma discordância tão grave entre magistrados, consiste um constrangimento preocupante para o Estado de Direito que a Cidadania Brasileira conquistou. Ficamos como uns bobos assistindo os noticiários.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

No primeiro debate entre os candidatos a prefeito de Florianópolis, promovido pela TVBV, no ar, agora. Dois momentos em destaque, protagonizados pelo candidato do PP.1- “O prefeito está perdido. Compre um GPS!” Foi a tirada de Esperidião Amim ao referir-se a Dário Berger, que se confundiu querendo tréplica, quando já tinha feito a réplica.
2- Buscando sensibilizar o eleitor, Esperidião revelou que a deputada Angela Amim, quando prefeita, contraiu uma meningite, ao carregar uma criança de colo carente para o hospital. Homenageou-a por isso.
Todos estavam bastante nervosos. Foi a estréia.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

O Piazza, o Damião e a sabotagem


Em 1970 eu tinha 9 anos. Privilegiado, por ter visto jogar este time, Tri-Campeão Mundial: Félix, Britto, Piazza, Carlos Alberto, Clodoaldo, Everaldo, Jairzinho, Gerson, Tostão, Pelé e Rivelino. No banco, tinha gente como Leão, Paulo Cezar Cajú e Edu, entre outros. Como todo menino, tinha meu álbum de figurinhas, dos craques da Seleção. Nunca consegui completá-lo. Faltou, para sempre, a do Piazza. Hoje, entro na Rádio Guarujá, e encontro o Wilson Piazza, sendo entrevistado pelo Paulo Branchi, junto com a turma do “Campo Crítico”. Imediatamente, parti para uma foto com ele, com a firme intenção de completar, finalmente, meu álbum, na marra, quase 40 anos depois. Me alinhei, abraçado com o Piazza. Passei o celular para o Carlos Damião fazer a foto. Três tentativas e o Damião perdeu todas. Uma sabotagem é claro, fria e cruel. O Damião também não tinha esta figurinha. Fez de propósito. Salvou-se esta foto acima, que eu mesmo fiz. Da esquerda para direita: O Badu, o vereador Walter da Luz, Wilson Piazza e o Ruy Guimarães.

"O Segredo", mas não é o do Nei…

Entrevistei hoje o governador em exercício, Leonel Pavan, na Rádio Guarujá, à tarde. Foi hilário. A pauta era das mais doces, despretensiosas, para falar da sua turnê pela Europa (Itália, Espanha e França), de onde trouxe, na mala, diversos convênios e promessas de investimentos estrangeiros no Estado. No final da conversa, não resisti ao tema mais quente da política. - Governador, me diga numa frase, qual a sua avaliação sobre estas denúncias do Nei Silva, perguntei. Pavan fez dois segundos de silêncio e sapecou. - O Nei do livro? Olha, estou lendo um livro, “O Segredo”…( "The Secret - O segredo", de Rhonda Byrne), me disse o governador, buscando uma ironia. Topei a brincadeira. - De quem, governador, “O Segredo”, de quem? Retruquei. Pavan titubeou. - “O Segredo”, do …, é um autor famoso… Não perdoei a bola rolando. - Do Nei Silva, governador? - Não – Pavan não segurou uma boa risada -, é um outro autor… - Tá bom, governador, obrigado pela entrevista, encerrei com a pegadinha.

"O Segredo", mas não é o do Nei…

Entrevistei hoje o governador em exercício, Leonel Pavan, na Rádio Guarujá, à tarde. Foi hilário. A pauta era das mais doces, despretensiosas, para falar da sua turnê pela Europa (Itália, Espanha e França), de onde trouxe, na mala, diversos convênios e promessas de investimentos estrangeiros no Estado. No final da conversa, não resisti ao tema mais quente da política. - Governador, me diga numa frase, qual a sua avaliação sobre estas denúncias do Nei Silva, perguntei. Pavan fez dois segundos de silêncio e sapecou. - O Nei do livro? Olha, estou lendo um livro, “O Segredo”…( "The Secret - O segredo", de Rhonda Byrne), me disse o governador, buscando uma ironia. Topei a brincadeira. - De quem, governador, “O Segredo”, de quem? Retruquei. Pavan titubeou. - “O Segredo”, do …, é um autor famoso… Não perdoei a bola rolando. - Do Nei Silva, governador? - Não – Pavan não segurou uma boa risada -, é um outro autor… - Tá bom, governador, obrigado pela entrevista, encerrei com a pegadinha.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Dia de luxo e de lembranças

Hoje foi um dia bem interessante. Gostei muito de tê-lo vivido. Não há dúvidas, mesmo. Sou filho do rádio. Adoro o que faço. É uma cachaça, como tantos dizem. Fui acordado, as 7 e 40 pelo meu coordenador Carlos Damião: “Cara, o Hélio está doente e o Polidoro também. Tens que vir pra cá, agora”. Lá fui eu, com a maior disposição, como um menino que vai jogar pião. Apresentei o “Conexão Guarujá”, da manhã e da tarde e, ainda, o Jornal da Noite, este gravado, porque hoje tem jogo com a Rede Eldorado. Foi uma daquelas jornadas de trabalho cheias de emoções, de tensões, de brincadeiras com os colegas, todos dando o seu melhor para sair o melhor possível. Me lembrei demais, durante todo o dia dos meus mestres, Pedro Ernesto Denardim e Ruy Carlos Ostermamm. Aos 17 anos me deram uma dica que nunca esqueci: “Leia muito, não pare nunca de ler, porque o segredo de quem trabalha em rádio é a riqueza do vocabulário, que só se tem com muita leitura, muita”, dizia o professor Ruy. “Com hábito literário evite, sempre que for possível, fazer intervenções ao vivo lendo ou decorando texto (como fazem os colegas da tevê). Busque o improviso, aprimore-o, com prática e bons livros na cabeceira”, dizia o Pedro. Faço isso até hoje, pensando neles. Sempre que posso repito isso aos mais novos.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Cenas, só cenas… Que pena!

Li durante o dia os portais de notícia, ouvi a Rede Eldorado AM, de São Paulo e, por fim, assisti os telejornais a noite, todos falando das prisões de ex-banqueiros, empresários, mega-investidores, ex-prefeitos e sobrenomes famosos. Todos acordados cedo pela Polícia Federal e, nesta hora, estão atrás das grades. Não pude me dedicar a este assunto, como deveria, no Jornal da Noite/Rádio Guarujá. Vai ao ar muito tarde e numa edição reduzida, por causa da Jornada Esportiva desta terça. Foi melhor assim. Fiquei revoltado demais, desde o estômago. Foi patético vê-los com aqueles roupões de veludo e seda e chinelos de camurça, algemados a caminho daqueles camburões pretos da PF. Ouço colegas me dizendo que ficaram felizes ao ver a cena, “bem feito”, disseram. Fiquei constrangido, envergonhado, como cidadão brasileiro, diante dos meus filhos. Sabe por quê? Sei que as cenas que vi esta noite na tevê não resistem a uma boa petição de um desses advogados famosos. A Lei não está do nosso lado, infelizmente.

Lançamento na praça


Este é o mais novo lançamento automobilístico, já sonhado pelos melhores “playboys”, que começa a estacionar em frente aos bares e baladas que estão mais bombando pelo País. É um genuíno Mercedes, com motor turbo e já vem com “chofer”. Detalhe: é absolutamente blindado contra a “Lei Seca”. O motorista-bebum pode ir para casa tranqüilo, desde que se acomode, confortavelmente, no “banco de trás” do Mercedão, aí.

Arapuca com o pé enrolado

O que está claro é que o governo armou uma arapuca para o senhor Nei Silva e acabou enrolando o pé na corda que a disparava. Se o governo quiser sair da defensiva, posição que aprofunda seus danos políticos com o atual silêncio do chefe do Executivo – hora em férias na Europa, urge uma entrevista coletiva de LHS, no primeiro momento que pisar, novamente, o solo catarinense. A propósito, o retorno do governador está previsto para sexta-feira próxima. Ontem, no Jornal da Noite/Rádio Guarujá, o deputado Joares Ponticelli disparou pesado ao reagir ao arquivamento do governo ao seu pedido de investigação sobre o secretário Ivo Carminatti. “Este governo não resiste a meia hora de investigação. O atual governador é um fujão”, disse o oposicionista, entre outros ataques poderosos. Promete ler hoje, na tribuna, a matéria do ousado “Diarinho”, assinada pelo competente César Valente. A temperatura vai se elevar ainda mais.

domingo, 6 de julho de 2008

Praças de alimentação e de pouca educação


Patético o atendimento dos shoppings de Florianópolis. Fui hoje ao Itaguaçu, depois de mais de ano sem pisar em um deles (o Iguatemi ainda nem conheço, graças a Deus). Na verdade, tenho horror a shoppings e daquele movimento histérico das pessoas, tão saudado pelos dirigentes lojistas. O que mais me irrita nestes locais é a falta de educação da grande maioria das pessoas. Eu disse maioria! Mal vestidas, vulgares, desrespeitosas com tudo que é alheio, fumantes relaxados, crianças tensas e hiperativas, mal cuidadas e desorientadas pelos pais, meninas e meninos entregues sem causa ao consumo, só para citar alguns itens insuportáveis.
Mas o que me deixa “P. da vida” mesmo é o descaramento dos gestores das praças de alimentação e donos de restaurantes. Eles pressupõem que somos todos alucinados, bipolares e, a qualquer momento, capazes de transformar-nos em “Jack’s” estripadores. Por quê? Explico. Eles nos servem refeições em pratos, copos e talheres de plástico, sem o menor constrangimento. Um dia, chamei um gerente triste e estressado (desses que trabalham no domingo) e perguntei o porquê deste procedimento padrão. A resposta veio na ponta da língua: “é por segurança, senhor.” Segurança!!?? E o que é pior, as pessoas aceitam essa situação humilhante e incômoda com a maior passividade. Sem falar nos acessórios, tipo queijo ralado, que vêm em saquinhos plásticos, parecendo aquelas refeições de ajuda nas Nações Unidas, jogadas de helicóptero em países africanos. De quebra, você corre o risco de sentar numa mesa, dessas atulhadas, uma do lado da outra, e ter que aturar um sujeito fedorento, de roupa da moda, fantasiado – melhor dizendo, com uma axila com potencialidade para deixar um zorrilho no cio com inveja. Acreditem, tive que aturar isso! Definitivamente, shopping é o “hall” de entrada do inferno! Na melhor das hipóteses, é lugar de muitas patologias e de doses mínimas de educação. Quer saber? Não acredito que o dono de um shopping faça refeições em shopping’s. Pensando bem, acredito sim!

Uma coletiva! Rápido, governador!

Leio no Blog do Damião sobre a já "lamacenta" história do senhor Nei Silva, a partir do livro (livro?!) "A Descentralização no Banco dos Réus". Redirecionado, como o Damião indica, depois do que li no Blog do competente Cesar Valente - veja aqui (vá na postagem do sábado, dia 5) - vale perguntar: a entrevista coletiva do governador Luiz Henrique da Silveira, para falar urgentemente sobre este assunto, vai ser onde e a que horas, quando ele voltar das férias da Europa?

sábado, 5 de julho de 2008

Onde está o rei?

Era uma vez um rei. De boa história, mas, em tempos de glória, passou a se confundir, trocando seus hábitos e surpreendendo a todos, criando uma legião de incrédulos. Cultivou tanto o ódio pelo seu inimigo que ficou parecido com ele e, rapidamente, foi se superando em frieza e maldade. Com o tempo, abandonou todos os seus bons súditos. Trocou-os por outros, menos confiáveis, mais vorazes e ambiciosos. Com isso, perdeu a intimidade com seus princípios e a razão de toda sua trajetória. Então ficou cansado, triste, reservado, de olhar sombreado e isolado. Longe do bom senso, cercado dos amigos infiéis, proclamou-se exausto e foi para longe, descansar. Onde está o rei?

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Um xerife de assessor

A greve nos proporcionou conhecer melhor o Sindicato dos motoristas e cobradores de Florianópolis. Eles são peculiares. Não há um presidente. Todos são diretores e se revezam nas posições. Me chamou a atenção um deles, que não é diretor, mas um ativista contratado, que comandou a assembléia de ontem, que acabou com a greve. Como um xerife, dá as ordens, para os trabalhadores e dirigentes sindicais. Se destaca pela boa oratória, revelando um tom acadêmico, mas não se furta de usar termos e palavras chulas, ofensivas aos patrões e autoridades públicas para ganhar a simpatia mais popular. Um profissional do ramo. O Sintraturb está bem assessorado.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

“1808″ no retrovisor

Estou entusiasmado com a leitura de "1808", do jornalista Laurentino Gomes, sobre os 200 anos da vinda da Família Real para o Brasil. "Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil". Incrível como vemos o presente no passado, guardadas as proporções e distâncias.

Ainda vira livro

Pelo andar da carruagem este mega-apanhado de histórias ou estórias de Nei Silva ainda vai virar um efetivo livro, editado e à disposição de todos nas livrarias. São tão misteriosas e sensacionalistas as informações e boatos e cobertas de tantas ameaças e medos que o episódio inteiro, contado com ética, já vale uma boa leitura. Quanto mais mexe…

Que madrugada!

Já estou em casa, a salvo. Gratificado, como um soldado. Era 1:08 da manhã quando disse "boa noite", solenemente, encerrando o Jornal da Noite, pela Guarujá. Foi um programa diferente, com cerca de 20 minutos apenas. Testemunhal, integralmente, não fosse a providencial matéria especial do Alisson Franscisco e um boletim meteorológico da Marilene de Lima, da Epragri-Ciram. Relatei os fatos (a greve está mantida, junto com um impasse, fabricado, com endereços, desfecho previsível, a gente já viu isso antes…, jogada ensaiada, pra inglês e eleitores verem…), chamei os boletins, encerrei agradecendo e respeitando o cansaço de todos. Saí do prédio, saudei o guerreiro Beto na portaria e sai pelo frio, na direção da Praça XV, em busca de um táxi. Bati a porta do Corsa Sedan (aquele com complexo de Vectra) e pedi ao motorista sonolento que me levasse. Ele reconheceu a minha voz. Estava me ouvindo a poucos minutos atrás. Louvou a nossa dedicação, até aquela hora. Nos identificamos, pois já passava da 1:20 da manhã. Fiquei comovido com a sua audiência e com o comentário: "poxa, seu Marcelo, ainda bem que lhe escutei esta noite. Minha senhora, amanhã (daqui a pouco) já sabe que não adianta ir para o ponto de ônibus pra levar meu filho para a creche." Fiz um silêncio. Ele entendeu que havia me feito uma homenagem. Pensei na vida e me enchi de felicidade. Fiz a minha parte. Tinha que dividir isso com todos, aqui. Agora, aqui em casa, tomo um uisquinho, feliz e resignado. Pensei na Ingrid Betancourt. Vou dormir com os anjos. Desculpem-me a emoção. Isso não é tão importante assim. Boa noite a todos!

Pênaltis e greve na madrugada

P.Q.P.! O jogo foi para os pênaltis. Estamos empacados com o programa, aqui na Rádio. O profissionalismo não nos deixa abandonar o barco. Vamos ficar, agora, de teimosos, eu e o bravo Jean Beltrame, operador de aúdio, que precisa trabalhar logo mais, às seis! Este Jornal da Noite sai de qualquer jeito, mesmo sem os entrevistados. Na verdade, eles só iriam ilustrar a confirmação dos fatos. A greve dos ônibus está mantida e o impasse criado. Já estamos vivendo a quinta-feira, esperando pelo bom senso dos dirigentes do Sintraturb e do Setuf. É isso que vou dizer quando entrar no ar, sei lá quando, além de trazer uma matéria de rescaldo do jovem e já competente repórter Alisson Franscisco. É o que temos.

Atraso, impasse e radicalização na greve

Com a final da Copa Libertadores na prorrogação, ainda aguardo pacientemente, já na madrugada de quinta, a minha hora para apresentar a edição do dia 2 de julho, do Jornal da Noite, pela Guarujá. Um olho no jogo, torcendo que alguém ganhe e não provoque pênaltis, e outro no telefone, mantendo meus entrevistados acordados. Um já me abandonou, o vereador Deglauber Goulart, do PDMB, líder de Dário na Câmara, que iria me explicar porque o projeto do subsídio só chegou nesta quarta na Casa, muitos dias depois do prefeito ter feito a oferta para resolver o impasse entre empresários do transporte coletivo e trabalhadores do setor. Ainda mantenho as esperanças de colocar no ar o sindicalista Antônio Martins, do Sintraturb; e Erasmo Balbinot, do Setuf. Vão confirmar o que já disseram na Guarujá, durante o jogo entre Fluminense e a LDU, em primeira mão, pelos 1.420 kHz da Guarujá. A greve continua, não haverá ônibus logo mais. Os empresários não admitem a paralisação durante uma reabertura de negociação. Um legítimo impasse que poderia ser evitado se o prefeito Dário tivesse uma maior articulação na Câmara. Não faltaram pesadas críticas dos parlamentares, na sessão extraordinária desta quarta. Com o subsídio aprovado no início da semana, o acordo estaria selado na última terça, sem maiores consequências. A situação, agora, está radicalizada. No entanto, os dirigentes do Sintraturb sabem que uma solução precisa ser dada nesta quinta, senão o jogo vira.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

A greve está mantida

Falei a pouco com o sindicalista Antônio Carlos Martins, diretor de comunicação do Sintraturb, no momento em que a sessão extraordinária da Câmara de Vereadores de Florianópolis está em andamento, discutindo a aprovação do subsídio da Prefeitura, que viabiliza o acordo feito entre empresários do transporte coletivo e trabalhadores. O dirigente do Sintraturb me garantiu que a greve está mantida, seja qual for a decisão dos vereadores, esta noite. "Ontem, em reunião com os empresários, dissemos que se o acordo não fosse assinado naquele momento, o acordo sairia muito caro para eles. Agora, não discutidos mais este acordo e queremos o que queríamos, ou seja, 10,9% de reposição nos salários e R$ 280,00 de tíquetes para todos. Estamos abertos a uma nova negociação. A categoria é que vai decidir", completou Antonio Martins. Ele vai ser entrevistado logo mais na Rádio Guarujá contando isso.
Há quase 3 décadas lido profissionalmente com Sindicatos. Respeito demais seus dirigentes e o direito incontestável de organização dos trabalhadores. Digo isso, porque quero pedir licença para uma grave crítica aos sindicalistas do Sintraturb, representantes dos motoristas e cobradores dos nossos coletivos. A greve dos ônibus, iniciada por volta das 7 e meia, foi uma cruel arapuca para a maioria da população. Todos saíram de casa cedinho, como sempre. Ao chegar no Terminal do Centro da Capital, a população era informada da greve e teria que se virar para buscar filhos pequenos e de colo nas creches e voltar, sabe lá como, de seus empregos para casa. A greve seria mais inteligente e ganharia a adesão popular se a paralisação disparasse na madrugada. Do jeito que foi, um desrespeito absoluto com as pessoas. Tal postura adotada, impediu que a comunidade tivesse apreço pela correta reivindicação dos trabalhadores. Faltou sensisibilidade, para dizer o mínimo e avaliar com peculiar ingenuidade o movimento.

Site, Câmara, CPI, todos a desejar…

A Câmara dos Vereadores de Florianópolis deixa a desejar até no site. A CPI da Moeda Verde, que teve seu relatório aprovado ontem, é constrangedora. Depois de sacudir a cidade com denúncias, ter pago um mico, junto com a Comissão de Ética, com o atrapalhado processo de cassação de vereadores - corrigido pela Justiça, agora encaminha a finalização de seus trabalhos sem apontar nada concretamente, deixando o ar da capital com forte odor de pizza. No site, a CPI aparece desatualizada, como de resto está grande parte do portal. Na lista dos vereadores, para contatos, só por e-mail. Se quiser ouvir a voz do vereador, o cidadão é obrigado a ligar para o PABX da Casa e pedir o respectivo gabinete. Calma! A data do dia no Site está correta. Ufa!!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Lei seca e explicada

Vou entrevistar logo mais, no Jornal da Noite/Rádio Guarujá, o advogado Ciro Vidal, presidente da Comissão de Trânsito da OAB de São Paulo. Fora do ar, ele me tirou as dúvidas sobre a Lei Seca, polêmica e, até agora, confusa. Resumindo, é o seguinte: os motoristas podem beber até uma certa quantidade (cerca de uma lata de meia de cerveja). Se este motorista passar pelo "bafômetro", numa blitz, não indicará o limite estabelecido pela Lei (igual ou superior a 6 dg/litro de álcool no sangue ou 0,3 mg de álcool por litro de ar expelido dos pulmões). Assim, no frigir dos ovos, vale o bom senso. Sem exageros, de nenhuma parte. Todo resto é pirotecnia. Vale ouvir a entrevista, logo mais.

E os bandidos sóbrios?

A nova lei, já batizada como "Lei Seca", promete muita polêmica. Acho que se ela é radical e exagerada, ganhará, certamente, ajustes, trazendo sua eficácia para o bom senso, em que pese nosso País não ser dos melhores em de tratando se bom senso. Há casos bizarros: ir a um inofensivo aniversário de criança, onde serve-se uma cervejinha aos adultos, agora, só se o papai fornecer uma Van para o convidados ou cortar a cerveja e, junto, o quórum mínimo para a festinha. Outra dificuldade básica é a fiscalização. A Polícia vai virar segurança de "bebuns" nas portas de bares e boates, pelo País afora? Quem vai cuidar dos bandidos sóbrios? Essa correria não vai longe. Vão achar o ponto médio e possível para o dilema, com certeza..

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